Fonte deste tribunal especial espanhol, que trata deste tipo de casos, disse à agência Lusa que se espera a comparecência de Carlos Panzo, que está em liberdade condicional, e que a decisão sobre o pedido de extradição deverá ser tomada nos dias seguintes.
O Ministério Público espanhol instaurou em novembro de 2017 um processo contra Carlos Panzo, anterior secretário para os Assuntos Económicos do Presidente da República, João Lourenço, que o tinha exonerado em outubro do mesmo ano.
Segundo a Procuradoria-geral da República angolana, está em curso um "inquérito para apuramento de uma denúncia sobre factos penalmente puníveis", nos termos do direito internacional.
De acordo com a imprensa angolana, Carlos Panzo está a ser investigado na sequência de uma denúncia em como teria recebido comissões no valor total de 11 milhões de dólares (9,66 milhões de euros), pagos por uma empresa brasileira, a Odebrecht, em várias tranches, através de uma conta bancária na Suíça.
Carlos Aires da Fonseca Panzo (nome completo) foi inicialmente detido em Espanha em setembro do ano passado a pedido da PGR angolana.
O caso Odebrecht é uma investigação iniciada pelo Ministério da Justiça dos Estados Unidos, juntamente com outros 10 países latino-americanos, sobre a construtora brasileira Odebrecht.
Essa empresa teria, nos últimos 20 anos e para obter contratos de direito público, subornado e feito pagamentos a Presidentes, ex-Presidentes e autoridades governamentais em 12 países: Angola, Argentina, Colômbia, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Peru, República Dominicana, Estados Unidos e Venezuela.