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Quarta, 22 Janeiro 2020 16:44

Luanda Leaks. UNITA diz que faz denúncias sobre corrupção há décadas

A UNITA, maior partido da oposição em Angola, não está surpreendida com as revelações do consórcio internacional de jornalistas sobre o Luanda Leaks, porque só confirmou o que "vezes sem conta" denunciava há vários anos.

A posição consta de uma declaração sobre a posição da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) em relação à atualidade política do país, na qual refere ainda que o alerta das denúncias de hoje foram também feitos pela sociedade civil e setores da comunidade internacional.

Na declaração, lida pelo secretário para a Comunicação e Marketing da UNITA, Marcial Dachala, sublinha-se que os factos divulgados, expondo a origem do império de Isabel dos Santos, uma dentre as várias fortunas construídas com base no saque ao erário público, tem de merecer o devido e integral tratamento por parte dos órgãos judiciais.

A empresária angolana e filha do ex-Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, viu esta semana expostos na comunicação social, numa mega investigação conhecida como Luanda Leaks, os esquemas financeiros suspeitos para a acumulação de riqueza.

Segundo a UNITA, a política de acumulação primitiva de capital produziu muitas outras fortunas, porquanto envolve peculato, branqueamento de capitais e gestão danosa, que devem merecer tratamento judicial igual.

"A UNITA considera que a postura daqueles que se empenham honestamente no combate à corrupção configura um ato de patriotismo, pelo que não deviam preocupar-se em salvar os seus partidos, mas antes a pátria, enquanto verdadeira herança comum dos angolanos", referiu Marcial Dachala.

Para a UNITA, nesta luta contra a corrupção, não há partidos, Governo ou oposição, mas somente cidadãos, patriotas e não patriotas.

"Face á gravidade da situação em que o país se encontra e à forma como o combate à corrupção está a ser conduzido, antevendo as suas consequências, a UNITA considera urgente e inadiável, que se crie uma frente patriótica nacional e inclusiva, para um combate efetivo e eficaz, como garantia da estabilidade socioeconómica do país", finaliza a declaração.

De acordo com a maior força política da oposição em Angola, a corrupção faz parte da cultura do partido no poder desde os primórdios da independência, tendo-se agravado com os métodos de privatização de um conjunto de empresas - UEE (Unidades Económicas Estatais) - revertidas a favor dos dirigentes do partido governante.

"Ela consolidou-se com a adoção pelo MPLA [Movimento Popular de Libertação de Angola] da política de acumulação primitiva de capital, que conduziu os angolanos à condição mais abjeta de pobreza e miséria", frisa a declaração da UNITA.

LUANDA LEAKS: A INVESTIGAÇÃO

A Luanda Leaks, uma investigação do Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação, é a maior investigação jornalística alguma vez feita aos negócios da empresária angolana Isabel dos Santos. Mais de 715 mil documentos foram analisados por 120 jornalistas dos maiores órgãos de comunicação social de todo o mundo começaram a ser divulgados.

O Expresso e a SIC associaram-se a este consórcio internacional e revelam como a filha do antigo Presidente de Angola fez chegar pelo menos 115 milhões de dólares dos cofres da Sonangol a uma sociedade do Dubai, controlada por pessoas próximas. Todas elas portuguesas.

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