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Quarta, 15 Janeiro 2020 11:51

“Detenção do administrador de Benguela é legal”, diz PGR

O procurador que, no passado sábado, ordenou a detenção do administrador municipal de Benguela, Carlos Guardado, por corrupção, estava no uso das competências legais na Comarca de Benguela, apesar de ter sido transferido em Dezembro para outra jurisdição.

Numa comunicação interna dada a conhecer segunda-feira, o Conselho Superior da Magistratura do Ministério Pública esclarece que os procuradores titulares movimentados em Dezembro de 2019 continuariam nos seus cargos até ao dia 1 de Fevereiro de 2020, “enquanto se aguarda pela criação de condições materiais para a concretização das referidas movimentações”.

O comunicado, assinado pelo presidente do Conselho Superior da Magistratura do Ministério Público, Hélder Pitta Gróz, rebate as dúvidas levantadas sobre a legalidade do mandado de detenção executado sábado pela Polícia Nacional.

A detenção do administrador municipal de Benguela está a levantar várias reações, sendo umas a favor e outras contra, da sociedade benguelense e também da classe política local, numa altura em que se alega haver irregularidades sobre a sua prisão

O Governo Provincial de Benguela diz não ter sido informado da detenção do administrador municipal de Benguela, Carlos Guardado, no Sábado, 11, pelo SIC, em obediência a um mandado de prisão da Procuradoria Geral da República. Carlos Guardado está detido por suspeita de peculato, corrupção, tráfico de influência e furto doméstico. De acordo com fontes do Governo local, o executivo esperava que a PGR comunicasse a detenção devido às responsabilidades político-administrativas que pesam sobre o arguido. A nossa fonte esclarece que, como agente público, e porque dele dependem vários cidadãos, o Governo de Benguela deveria ter sido notificado para que o governador Rui Falcão exarasse um despacho de exoneração do cargo, de modo a não comprometer o normal funcionamento da Administração.

De acordo ainda com a fonte, a detenção do administrador deveu-se a problemas de gestão do Mercado 4 de Abril, na zona B do município, na sequência de denúncias feitas por feirantes à PGR de que o dinheiro dos impostos cobrados estaria a ter destino incerto. A mesma fonte informou que aquele mercado informal, o maior do município de Benguela, tem uma facturação diária na ordem dos 170 mil kwanzas, valor que deve ser canalizado para Conta Única do Tesouro (CUT).

“Inicialmente, os feirantes sentiram-se insatisfeitos com o modo de actuação da Administração e a forma como o dinheiro estava a ser gerido e convocaram uma reunião com o vice- governador Leopoldo Muhongo, e este, por sua vez, encaminhou-lhes a vice- governadora Valiangula, por ser ela quem tutela a pasta de Economia no Governo e acho que eles não se sentiram satisfeitos e partiram para a denúncia”, recorda a fonte.

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