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Sexta, 29 Novembro 2019 16:18

Reformas em Angola advêm da "apreciação enganadora" de que o país tinha economia robusta - João Lourenço

O Presidente angolano, João Lourenço, considerou hoje que as reformas em curso no país "não foram impostas" pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), mas sim consequência da "apreciação enganadora" de que Angola gozava de uma saúde económica robusta.

"As reformas em curso pecam por estarem acontecer apenas agora, pelo que se aplicadas antes, estaríamos hoje a beneficiar de uma economia mais sólida e sustentada. Estas não são reformas impostas pelo FMI, são uma consequência da apreciação errada, falsa, ilusória e enganadora de que o país gozava de uma saúde económica robusta", afirmou hoje na abertura da segunda reunião ordinária do comité central do MPLA.

Segundo o também presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder desde 1975), caso se protelassem por mais tempo as reformas em curso no país, este caminharia "inevitavelmente para o precipício".

A reforma da estrutura da economia angolana, adiantou, é um processo "moroso que exige rigor e perseverança", mas, salientou, é um caminho "certo e incontornável a seguir em expressão do melhor o que está bem e corrigir o que está mal, no que a economia diz respeito".

"Não podíamos continuar a manter os paradigmas anteriores, cruzando os braços e deixar que as coisas continuassem na mesma", apontou, afirmando igualmente que o foco hoje é o de procurar tirar o país da situação de endividamento.

Para João Lourenço, a diversificação da economia, através do fomento do investimento privado e o desenvolvimento dos diferentes setores da economia angolana como na agropecuária, das pescas, da indústria, do turismo, entre outros, podem representar "uma fatia cada mais significativa do PIB (Produto Interno Bruto) e das receitas das exportações".

A necessidade da criação de uma "verdadeira economia de mercado", onde o Estado deve "cumprir o papel que lhe está reservado" e o setor privado seja um ator "dinâmico, destacado e determinante na economia", foi também apontada pelo Presidente do MPLA.

"O Estado promove o setor privado, incentiva o desenvolvimento de fomento à iniciativa privada e contribui para o aumento da produção interna de bens e de serviços, o aumento das exportações da oferta do emprego", adiantou.

A materialização dessas pretensões exige mudanças, alertou João Lourenço, desde logo das "mentalidades, as atitudes e comportamentos", a começar pelos "militantes e dirigentes" do MPLA, que, acrescentou, "devem ser os primeiros a cultivar a crença e otimismo nas reformas em curso em Angola".

João Lourenço reiterou a "firmeza e determinação" do seu executivo em prosseguir com as medidas em curso, assegurando que continuará aberto às contribuições, conselhos e alertas de todos os setores da sociedade, "não para recuar, mas para ajustar a rota sempre que se mostrar aconselhável para se alcançar os resultados pretendidos".

Resultados esses "já definidos", como "o aumento diversificado da produção interna, dos postos de trabalho, a melhoria das condições sociais das populações em termos de acesso à água potável, a energia elétrica, a assistência médica, a educação e habitação", garantiu.

Maior proximidade do executivo ao setor privado foi ainda assegurando pelo Presidente angolano, referindo que será o primeiro a dar o exemplo para um maior diálogo com os empresários e visitas aos respetivos empreendimentos.

O Projeto do Plano Anual de Atividades e de Plano de Eventos do Partido e o Projeto de Orçamento Anual do MPLA para o ano de 2020, o Projeto de Relatório de Balanço da Comissão Nacional Preparatória do 8.º Congresso Extraordinário do partido e matérias relacionados à Comissão de Disciplina e Auditoria do Comité Central são alguns dos pontos em análise nessa reunião que decorre, no Centro de Conferências de Belas, em Luanda.

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