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Quinta, 10 Outubro 2019 11:00

João Lourenço alerta para preparação de acções de desestabilização do país com dinheiro "desviado do Estado"

O Presidente da República e do MPLA, João Lourenço, disse hoje que aqueles que andaram a desviar dinheiro do Estado, ligados "aparentemente" ao MPLA, estão a utilizar esse dinheiro para "desestabilizar o país".

No arranque do congresso da JMPLA, João Lourenço disse que o combate à corrupção foi uma das suas prioridades e garantiu que assim continua.

Numa clara alusão a alegados financiadores de uma manifestação/protesto - com a falta ao trabalho - que tem sido anunciada para sexta-feira, 11, profusamente promovida nas redes sociais, o Presidente João Lourenço advertiu que estão a utilizar o dinheiro desviado do Estado para "desestabilizar Angola".

"Não são estrangeiros que querem desestabilizar o nosso país, são angolanos, aparentemente do MPLA - e digo aparentemente porque não se comportam como tal - com o descaramento de falarem em nome do povo angolano", disse.

João Lourenço deixou ainda algumas perguntas no ar: "Quando eles desviaram o dinheiro do nosso País, repartiram com o povo? Repartiram com os jovens? E então como é que agora estão a falar em defesa do povo e dos jovens?"

E, dirigindo-se, ainda aos jovens da JMPLA, pediu-lhes apoio para continuar o seu combate à corrupção.

A "tolerância zero" não foi esquecida

Na sua intervenção, após ter declarado aberto o Congresso, João Lourenço lembrou que "o partido chegou à conclusão que o nosso País estava empestado por uma grande doença que era necessário curar", referindo-se à corrupção.

"Houve a promessa e oportunidades destintas, de se iniciar com essa cruzada", disse, admitindo que faltou o passo decisivo no combate à corrupção.

Lembrou que foi declarada "tolerância zero à corrupção" mas, continuou, o que se verificou "foi que essa tolerância zero não surgiu".

"Deram-nos esse incumbência e nós, como não gostamos de fingir que fizemos as coisas, não gostamos de enganar o eleitorado, não gostamos porque consideramos errado, injusto utilizar os eleitores só para votarem em nós, vamos cumprir essa incumbência", sublinhou.

"Nós estamos procurar cumprir com essa incumbência", reafirmou, dizendo de seguida que "a luta está aí, para quem quer ver, como é evidente, a natureza é assim, onde há acção há reacção", apontando para aquilo que chama o financiamento de protestos com "dinheiro desviado do Estado".

Deixando claro que não foi apanhado de surpresa: "Nós esperávamos essa reacção, naturalmente, e a reacção está aí".

"Os mesmos que estavam embrulhados na corrupção, os mesmos que desviaram os recursos do País, para fora do País, apenas para eles, são os que estão a utilizar esses mesmos recursos para financiarem a companha de desestabilização".

"Corruptos" e "avarentos"

"Eu levanto essa questão aqui porque são os jovens que estão a ser pagos para fazer esta campanha. Esses jovens são exemplares? Nós pensamos que não. E penso que estão a fazer esta campanha por 100 euros, nem isso, porque aqueles avarentos não lhe vão pagar muito mais", afirmou.

"Eu queria sair desta sala com uma posição muito clara dos jovens. Vamos continuar com esta luta? Vamos continuar com firmeza, sem hesitação?", perguntou.

A resposta chegou em coro, efusiva.

"Então parece que saio daqui com o mandato da juventude para continuar a luta contra a corrupção. Vamos cumprir a vossa ordem", afirmou, já ao som de "Lourenço, amigo, os jovens estão contigo".

"Nós vamos continuar porque reconhecemos que os índices de desemprego são altos e precisamos de trabalhar para dar emprego a todos os angolanos, e à juventude em particular. Mas só há emprego se houver investimento e para isso é preciso combater a corrupção, pois os investidores já não aceitam investir se por detrás do pano tiverem de dar 20 ou 30 mil ao funcionário do balcão", reforçou o Chefe de Estado.

E, mesmo antes de deixar o palco do VIII congresso ordinário em que a JMPLA vai debater o futuro da organização, nomeadamente os candidatos ao cargo de primeiro secretário nacional do organismo juvenil do partido no poder, João Lourenço rematou o discurso:"Saímos daqui mais reconfortados, mais convencidos de que a vitória é certa. Também a vitória contra a corrupção é certa". NJ

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