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Sábado, 24 Agosto 2019 15:36

Incêndios em Angola e no Congo superam os da Amazônia - Ministro Brasileiro

O ministro do Meio Ambiente do Brasil, Ricardo Salles, usou sua conta no Twitter para cobrar do presidente da França, Emmanuel Macron, uma atitude em relação aos incêndios que afetam

Angola e Congo, que ocorrem com maior intensidade do que na Amazônia. Na postagem, o ministro ironiza o nome do presidente francês, a que mais chama de “Micron” e levanta a dúvida se o interesse da França na proteção da Amazônia não seria causado apenas para tentar enfraquecer o agronegócio brasileiro.

“Mais fogo em Angola e Congo do que na Amazônia…. e o Mícron não fala nada …. pq será ? será que é pq eles não concorrem com os ineficientes agricultores franceses ?”, escreveu Salles.

A publicação de Salles foi acompanhada do compartilhamento de uma reportagem da agência de notícias Bloomberg, que diz que o Brasil está em terceiro lugar no mundo em relação às queimadas de florestas, atrás de Angola e Congo.

Apesar de toda histeria ambiental, atualmente, o Brasil é o terceiro país no ranking de incêndios nas últimas 48 horas, de acordo com dados de satélite do MODIS, reportados pelo site Bloomberg.

Angola registrou 6.902 incêndios nas últimas 48 horas, em comparação com 3,3 mil na República Democrática do Congo 2.127 queimadas no Brasil.

Assim como no Brasil, as queimadas nesta época do ano também não são fenômenos incomuns para países localizados na África Central.

Ainda de acordo com o site Bloomberg, nas últimas 48 horas, a Zâmbia ficou em quarto lugar na lista, enquanto a vizinha do Brasil na Amazônia, a Bolívia, ficou em sexto.

Em Angola não há desde 2018 registo de incêndios florestais

O director nacional das Florestas, Nazaré Veloso, disse ontem, em Luanda, que o que está a acontecer em Angola não são incêndios florestais, mas sim queimadas, contrariamente ao fenómeno que se regista actualmente na Floresta do Amazónia, no Brasil.

Em declarações ao Jornal de Angola, Nazaré Veloso reagia à declarações do ministro do Meio Ambiente do Brasil, Ricardo Salles, que na sua conta no Twitter refere que os incêndios em Angola e Congo ocorrem com maior intensidade do que na Amazónia.

“É preciso não confundir queimadas com incêndios florestais”, disse o director Nacional das Florestas do Ministério da Agricultura, sublinhando que o que está a ocorrer no Brasil são incêndios florestais e em Angola são queimadas, que são localizáveis, enquanto os incêndios normalmente saem do controlo das autoridades.

Instado a justificar, o responsável disse que em África as queimadas são fenómenos que acontecem no período de cacimbo. Nessa época, em toda a África subsaariana, esta situação acontece, cujas causas têm a ver, na maioria dos casos, com a prática da caça no tempo seco, bem como da agricultura, já que nesta altura as populações preparam áreas para o cultivo.

“Nas áreas onde estão a ocorrer estas queimadas, não são propriamente florestas, são savanas onde só há maior parte capim. É preciso não confundirmos isso, embora não significa que, do ponto de vista ambiental, não seja danoso”.

Como consequência das queimadas, disse a fonte do Jornal de Angola, podem ocorrer a redução e ou desaparecimento das espécies animais.

Além dessas causas, “a pobreza também é um dos motivos que levam com que as populações realizem as queimadas para a produção do carvão”.

Como soluções de combate às queimadas no nosso país, apontou o especialista, o Executivo tem dado apoio alternativo à essas populações carentes, para a execução de uma agricultura mais sustentável, bem como a educação, sensibilização e uma maior aposta na legislação que regula este tipo de crimes.

“É preciso que se cumpra a legislação para que estes fenómenos sejam controlados e devidamente regulados”, disse o responsável sustentando que existe no ordenamento jurídico angolano, a Lei de Bases das Florestas e Fauna Selvagem, que tipifica esse fenómeno como um crime administrativo, enquadrado também nos crimes ambientais e branqueamento.

De acordo com o responsável, a Lei das Florestas e Fauna Selvagem diz que quem comete esse tipo de crime de queimadas, é obrigado a pagar uma multa.

No que toca a incêndios florestais, disse que em Angola, além do sinistro ocorrido no Parque Nacional da Quiçama, em 2018, não há outros registos de incêndios florestais.

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