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Terça, 30 Julho 2019 12:25

João Lourenço quer mais investimento para combater desemprego

O Presidente da República, João Lourenço, sugeriu, nesta terça-feira, o aumento do investimento na economia, para melhorar a oferta de emprego, sobretudo no sector privado.

Ao discursar no acto de abertura do Fórum Empresarial, o Chefe de Estado reconheceu que os níveis de desemprego subiram, como consequência da recessão registada nos últimos anos.

“Trata-se de um problema que deve preocupar a todos e que só será resolvido com o aumento do investimento na economia, sobretudo do investimento privado”, declarou.

Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), referentes a 2018, indicam que a taxa de desemprego em Angola se situa entre 28,8 por cento (cerca de três milhões de habitantes) e atinge, maioritariamente, jovens de ambos os sexos.

Para combater o desemprego, o Executivo aposta na criação de 250 mil postos de trabalho em diferentes áreas, nos próximos três anos, no âmbito do Plano de Acção para a Promoção da Empregabilidade (PAPE).

O programa, cujo valor de execução está avaliado em 21 mil milhões de Kwanzas, foi aprovado recentemente pelo Presidente da República, em Decreto 113/19, de 16 deste mês, e inclui 10 mil microcréditos e a distribuição de 42 mil kits profissionais.

Além dos beneficiários directos, pretende-se, com a distribuição dos kits profissionais, promover o associativismo e beneficiar, indirectamente, 250 mil cidadãos.

Para o estadista, só com o aumento do investimento, Angola poderá voltar a crescer do ponto de vista económico, criar mais postos de trabalho e proporcionar aos angolanos, em particular à juventude, melhores rendimentos e, por esta via, aumentar o seu bem-estar e das suas famílias.

Exortou os empresários a investirem mais na indústria pecuária, das pescas, do turismo e em outros ramos da economia nacional, usufruindo do aumento da oferta de energia e águas no país, sobretudo após a interligação do Sistema Nacional de Electricidade, através das redes de transportação de energia eléctrica no Norte ao Centro do país e com a perspectiva de se ligar para o Sul e para o Leste.

O Chefe de Estado saudou e homenageou os empresários que, mesmo passando por vários sacrifícios, conseguiram manter-se activos todos estes anos, enfrentando a difícil crise de valores e as dificuldades causadas pela profunda crise económica e financeira que o país ainda vive.

O reconhecimento, disse, tem a ver com o empenho, pelo seu profundo patriotismo e, sobretudo, pela capacidade de empreender em momentos e circunstâncias tão difíceis. “Devem manter-se firmes, porque o compromisso do Executivo para mudar a situação é igualmente firme. As reformas que estão a ser implementadas vão, efectivamente, dar os frutos desejados para alavancar a economia angolana”, afirmou João Lourenço.

Para a criação de riquezas e empregos, João Lourenço disse ser necessária a construção de uma sociedade na qual os bens, serviços e recursos gerados pelas empresas sirvam as maiorias.

O Chefe de Estado afirmou ser neste quadro que estão a ser tomadas medidas para combater a concorrência desleal e o branqueamento de capitais.

Uma destas medidas, apontou, é o repatriamento de capitais e a recuperação de activos, através da perda alargada de bens, um processo em curso, cujos resultados passarão a ser, periodicamente, dados a conhecer à sociedade pelas instâncias competentes.

Adiantou que, no âmbito da remoção dos constrangimentos que se colocam ao desenvolvimento da actividade privada, e por ser um fardo enorme imposto aos empresários, está o combate firme contra a corrupção e impunidade, por serem fenómenos que distorcem os princípios básicos da transparência e da justiça.

A seu ver, esses fenómenos desvalorizam a procura do mérito e da eficácia e colocam os menos capazes, os menos competentes a vincarem e a prosperarem na sociedade em detrimento dos que têm como principal capital a dedicação, o trabalho árduo e o respeito das regras da concorrência.

Ainda no quadro da remoção ou redução dos constrangimentos ao investimento privados, afirmou que estão a ser tomadas medidas no domínio fiscal, cambial, medidas de apoio à produção nacional, medidas de atracção e captação do investimento privado, medidas de apoio de acesso ao crédito, para tornar mais atractivas as condições para o investimento dos empresários nacionais e estrangeiros em Angola.

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