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Quinta, 21 Fevereiro 2019 10:54

“Combate à corrupção circunscrito apenas a inimigos de João Lourenço”, diz a UNITA

Afirmação é do primeiro-ministro do Governo Sombra da UNI TA, Raul Danda, durante a conferência de imprensa ontem concedida a jornalista nacionais e estrangeiros, sobre a visão do seu partido em relação aos acontecimentos políticos e sociais com impacto negativo na vida dos cidadãos angolanos

O primeiro-ministro do Governo sombra da UNITA, Raul Danda, teceu duras críticas à forma como está a ser levado a cabo o processo de combate à corrupção no país, tendo insistido na alegada selectividade de determinadas figuras. O dirigente fez saber em conferência de imprensa, no quadro dos acontecimentos que atingem a vida dos cidadãos, que o referido processo está eivado de desigualdades de tratamento, direccionado apenas para alguns ‘inimigos políticos e pessoais’ do Presidente da Republica, João Lourenço. Entretanto, Danda considera preocupantes os níveis de corrupção prevalecentes no país, embora admita ter-se sofisticado, como resultado da ampla campanha que tem sido divulgada, neste novo paradigma de governação, sobre o combate ao fenómeno.

O homem mais importante do Governo Sombra aponta alguns exemplos de corrupção nas instituições públicas, marcados com cobranças de valores ilícitos, tendo recorrido à mais recente polémica gerada à volta de alegada privatização da Angomédica. “A privatização da Angomédica, ligada à FESA, é um claro exemplo da corrupção que devasta o país”, referiu Raul Danda, e acrescentou que estas ‘negociatas’, acabam por descredibilizar as instituições e o próprio Estado. “A lei das privatizações que vai a debate amanhã (hoje), na Assembleia Nacional (AN), como querem nos convencer que ela não vai beneficiar os mesmos”? referiu.

Situação da água

Na visão do Governo Sombra do “Galo Negro”, é inaceitável a situação do débil abastecimento de água às populações, quer no meio urbano, como no rural, dados os recursos hídricos de que o país dispõe. Segundo Raul Danda, o maior ‘handicap’ reside no facto de faltar vontade política, tornando esta tarefa impossível. Em relação às zonas com particularidades específicas, com destaque para os municípios do Dondo, no Cuanza-Norte, e Porto Amboim, dentre outros, o maior partido da Oposição defende o desenvolvimento de sistemas de abastecimento, evitando a exposição dos cidadãos ao leme da fome e dapobreza. “O actual quadro é um atentado à saúde pública e à dignidade humana”, afirmou aquele dirigente, para quem a realidade desta problemática contrasta com os números avançados pelo Governo, contidos no Orçamento Geral do Estado (OGE) dos últimos cinco anos, acima dos nove mil milhões de dólares americanos.

Acesso ao crédito bancário

Defendem, os ‘maninhos’, uma política creditícia do sistema bancário mais alinhada com os objectivos da promoção empresarial nacional, incentivando a produção interna sem sectores vitais e com metas bem definidas. Para eles, é urgente que se retire da banca comercial a excessiva dependência da sua lucratividade baseada em empréstimos ao Estado e na venda especulada de moeda estrangeira. O maior partido na Oposição, a UNITA, diz que todas estas reformas no sistema financeiro e em particular na banca, só podem ser concretizadas se puderem contar com uma administração pública eficaz, eficiente e autónoma. OPAIS

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