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Quarta, 20 Fevereiro 2019 20:14

Governo sombra da Unita pede esclarecimentos sobre falta de água

O "governo sombra" da Unita exigiu, nesta quarta-feira, ao Executivo esclarecimentos sobre a escassez no abastecimento de água à província de Luanda e a construção de sistemas de captação e distribuição do líquido em localidades como as do Dondo, na província do Cuanza Norte.

Numa conferência de imprensa para falar sobre a situação social no país, o “primeiro-ministro do governo sombra”, Raúl Danda, disse que a gritante escassez de água promove a comercialização de água imprópria para consumo, com consequências gravíssimas à saúde pública.

Sublinha o facto de, no perímetro entre os distritos do Ramiros e de Kilamba, no município de Belas, funcionarem apenas cinco, dos 27 fontenários.

Considerou paradoxal o facto de o Executivo ter investido, nos últimos cinco anos, cerca nove mil e 735 milhões 382 mil kwanzas no fornecimento de água no país, quando continuam a morte pessoas de diarreia devido a péssima qualidade de água.

Por outro lado, pediu a tomada de medidas para que os cidadãos beneficiem das residências construídas há mais de cinco anos nas várias províncias do país, no quadro do programa habitacional, e que se concluam as obras em cursos, bem como sejam apuradas as razões de abandono das casas adquiridas.

Considera urgente responsabilizar os gestores e responsáveis pela distribuição das casas e tornar os critérios de selecção mediáticos, objectivos e transparentes para evitar aproveitamentos oportunistas.

O primeiro-ministro do governo sombra da UNITA defendeu uma política creditícia no sistema bancário, alinhada com os objectivos de promoção do empresariado nacional, incentivo à produção interna em sectores vitais, com metas predeterminadas.

De igual modo, considera importante retirar a banca comercial da sua excessiva dependência de lucros na base empréstimos ao Estado e na venda especulativa de moeda estrangeira, bem como massificar o crédito à produção interna de bens e serviços de primeira necessidade como factores de estabilização económica.

Sublinhou que o mau funcionamento da banca tem provocado a falência de empresas, milhares de desempregos e prejuízos de mais de dez mil milhões de dólares em créditos mal-parados, enriquecimento ilícito, o encerramento de bancos, entre outros.

Ainda neste domínio, considera inconcebível que se considera 80 % do crédito BPC irrecuperável, quando os maiores devedores são figuras políticas e públicas conhecidas, a semelhança do que aconteceu aos antigos bancos CAP e BESA, e que pode acontecer ao BCI.

Raúl Danda contestou a anunciada privatização da empresa de produção de medicamentos Angomédica, que tem vindo a custar aos cofres do Estado uma renda de três milhões 500 mil kwanzas/mês.

Quanto ao que considera situação de constante tensão em Cabinda, propõe ao Executivo que desenvolva capacidade de diálogo com as diversas forças vivas, ao invés de negociar com grupos restritos e pouco representativos.

Acusa o governo angolano de ter, para o caso de Cabinda, negociado com Fórum Cabindês para o Diálogo, de Bento Bembe, que na altura se encontrava detido na Holanda, pondo de parte outras forças como a FLEC.

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