O ministro das Obras Públicas, Infraestruturas, Recursos Naturais e Ambiente de São Tomé e Príncipe, Osvaldo Abreu, avançou, na terça-feira, a possibilidade de, com a ajuda de Angola, ser feita a recuperação dos geradores atualmente danificados e a chegada ao país novos para suprir as necessidades.
"O primeiro cenário, com a equipa dos nosso amigos angolanos, passa por identificação dos principais problemas dos grupos [de geradores] existentes e há a possibilidade de recuperar o máximo número possível. Complementarmente tentar trazer grupos [geradores] para suprir a diferença de produção que temos hoje. Vamos colocar todos os nossos esforços com os nosso parceiros angolanos, com as infraestruturas que temos, como a possibilidade de transportes e daquilo que eles têm disponível para que a quadra festiva seja passada com menos pena em termos de falhas de energia", disse Osvaldo Abreu, ministro das Obras Públicas, Infraestruturas, Recursos Naturais e Ambiente.
As declarações de Osvaldo Abreu aos jornalistas foram feitas no contexto da chegada à capital são-tomense de uma equipa de quatro especialistas angolanos para fazer um ponto de situação sobre o fornecimento de energia.
Hoje, em comunicado, o Ministério da Energia e Águas angolano assegurou o apoio técnico nesta área a São Tomé e Príncipe, mas rejeitou a existência de qualquer compromisso para o fornecimentos de geradores.
"Não é verdade que o Governo de Angola tenha assumido qualquer compromisso dessa natureza, ou seja, nem a assunção de aquisição de novos grupos geradores, nem o envio de equipamentos de Angola para aquele país", adiantou o executivo angolano.
O Ministério da Energia e Águas esclareceu que "no quadro do excelente relacionamento entre os dois países irmãos", o novo Governo de São Tomé solicitou ao Governo angolano "o apoio técnico de urgência no sentido de se proceder à recuperação das unidades geradoras avariadas e reposição da capacidade de produção".
No mesmo comunicado, o Governo angolano adianta ter respondido "favoravelmente ao pedido" de apoio técnico, adiantando que técnicos angolanos "estiveram recentemente em São Tomé e Príncipe", tendo efetuado o diagnóstico da situação.
"Como resultado do diagnóstico efetuado, elaboraram um relatório que foi submetido às autoridades daquele país, apontando a adoção de medidas e soluções para o caso, sendo certo de que qualquer decisão que venha a ser tomada, será sempre no quadro do estrito respeito das relações e laços de amizade, de cooperação interesse e da vontade soberana de ambos os países", acrescenta.
O Governo angolano assegurou ainda Angola continuará a cooperar com São Tomé e Príncipe, quer em matéria de manutenção e operação de infraestruturas de eletricidade, quer noutros domínios "que as duas partes entenderem enquadrar-se nas suas disponibilidades".
São Tomé e Príncipe atravessa, há vários meses, uma crise de energia, que se agravou desde novembro, e que chegou a deixar várias povoações sem luz durante dias consecutivos.