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Terça, 21 Agosto 2018 19:07

Milhares de ex-militares da FNLA continuam sem pensões e pedem intervenção do PR

A Associação dos Antigos Combatentes da Frente Nacional de Libertação de Angola (AAC/FNLA), que congrega 27.180 membros, solicitou hoje a intervenção do Presidente angolano sobre o processo de reforma dos ex-militares do ELNA, antigo braço armado da FNLA.

O pedido consta do comunicado final da 3.ª Assembleia-Geral da AAC/FNLA, durante a qual Lino Massaqui Ucaca foi reeleito presidente de uma associação que representa os antigos combatentes do Exército Nacional de Libertação de Angola (ELNA).

A agência Lusa tem tentado contactar há vários dias o presidente da FNLA, Lucas Ngonda, para se pronunciar sobre a contestação interna no partido e também sobre a situação dos ex-combatentes, mas até agora não tem sido possível.

Em março último, após um encontro com o chefe de Estado angolano, João Lourenço, o presidente da FNLA revelou que 27.180 ex-militares do antigo ELNA querem ver regularizada a sua situação de pensão e outros benefícios, tal como aconteceu recentemente com os elementos das extintas FAPLA, exército angolano, e FALA, da UNITA.

Na ocasião, Lucas Ngonda afirmou que todos aqueles que participaram na luta de libertação nas FAPLA e nas FALA estão graduados como generais, à exceção dos antigos militares do extinto braço armado da FNLA, que nunca chegaram a ser contemplados.

"Eles não têm culpa que a direção política do partido a que sempre pertenceram não tenha tido tempo para abordar estas questões de forma incisiva", considerou Lucas Ngonda, aludindo às anteriores lideranças do partido fundado e presidido pelo "histórico" Holden Roberto, que morreu em 2007, e de Ngola Kabangu, que liderou a FNLA entre 2007 e 2017.

Sobre o atual nível médio de pensões dos antigos combatentes da ELNA, 23 mil kwanzas (cerca de 75 euros), o presidente da FNLA disse, ainda na altura, ser pouco, defendendo uma atualização salarial.

Na semana passada, a AAC/FNLA pediu a João Lourenço para elevar Álvaro Holden Roberto, a título póstumo, ao posto de General de Exército, por ter formado e comandado o primeiro exército angolano à frente do ELNA, em 1962.

O pedido foi feito por Lino Ucaca quando apresentava em Mbanza Kongo, Zaire, uma mensagem no túmulo onde repousam os restos mortais de Holden Roberto, a propósito das celebrações do 56.º aniversário da fundação do ELNA.

No comunicado final da 3.ª Assembleia-Geral da AAC/FNLA, o presidente reeleito para um novo mandato de cinco anos garantiu que vai trabalhar com o Governo para reduzir as principais dificuldades dos membros da organização e adotar medidas que possam beneficiar os associados e "corrigir os erros do passado".

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