A posição do líder da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE) foi assumida em conferência de imprensa realizada hoje, em Luanda, na sequência daquilo que o próprio Abel Chivukuvuku classificou como "notícias atentatórias" ao seu "bom nome".
"Venho declarar perentoriamente que são simplesmente calúnias de colegas que visam o lugar de presidente da CASA-CE, sem respeito as normas estatutárias, que determinam a eleição do Presidente em Congresso", afirmou o líder da coligação.
Em causa estão notícias de uma queixa apresentada pelos líderes de cinco dos seis países que constituem a CASA-CE, acusando Abel Chivukuvuku do desvio de 15 milhões de kwanzas (55.000 euros) de verbas da coligação.
A agência Lusa contactou o advogado David Mendes, que conduziu esta queixa e que confirmou a sua existência, embora escusando-se a dar mais pormenores sobre o seu teor.
"Os que estão comprovadamente envolvidos nessa trama serão responsabilizados", acusou ainda Abel Chivukuvuku, na posição assumida hoje, que antecede a reunião do Conselho Presidencial da CASA-CE, agendada para quarta-feira, em Luanda.
A coligação CASA-CE foi formada antes das eleições gerais de 2012, pelos partidos PADDA-AP, PPA, PALMA e PNSA.
Entretanto, em maio de 2017, aderiram o Bloco Democrático e o Partido Democrático para o Progresso e Aliança Nacional de Angola (PDP-ANA), tendo a coligação duplicado, para 16, o número de deputados eleitos à Assembleia Nacional.
Na declaração de hoje, Chivukuvuku recordou que é "do conhecimento público", que em 2012, por sua "livre vontade" disponibilizou "todos os recursos que permitiram o surgimento e a afirmação da CASA-CE em quatro meses".
"A CASA-CE foi criada durante um mês, em minhas instalações em Luanda a custo zero. Seis anos volvidos desde então, a CASA-CE ainda não concluiu a devolução do empréstimo. Quem tem dívida é a CASA-CE, e não é pequena coisa. Neste momento todos os materiais de propaganda e publicidade da CASA-CE, estão armazenadas em minhas instalações e os meios rolantes estacionados nas mesmas. Tudo grátis", apontou o líder da coligação.
Acrescentou que "ao longo dos anos, sempre que a CASA-CE ficou sem recursos", foi ele próprio a avançar com "empréstimos pontuais", mas garante que nunca foi gestor da coligação
"O meu nome não consta de nenhuma conta bancária da CASA-CE. Nunca movimentei dinheiros da CASA-CE. Nunca recebi salário ou subsídio da CASA-CE", disse ainda.
"É lamentável, que numa organização que representa a esperança de milhares de angolanos, haja colegas ingratos e cuja postura é caracterizada pela mentira a calúnia e a maldade", criticou ainda.