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Quarta, 06 Novembro 2013 16:18

Porque que o Angolano tem medo das Manifestações!?

Cartaz da manifestação convocada para dia 16 de Novembro 2013 Cartaz da manifestação convocada para dia 16 de Novembro 2013

A corrupção em Angola continuará a ganhar batalhas e a ter êxitos,    enquanto o nosso medo de cidadão existir e estar fundamentado  no equivoco de que  protestar  contra o governo é um instrumento que atiça o conflito entre o poder governamental e a oposição, ou os partidos que tradicionalmente se opuseram ao MPLA.

A democracia em Angola  e a exigência de que os  seus  valores devem ser cumpridos têm esse problema: um partido político no poder há  quase 40 anos que fez de toda oposição seus inimigos clássicos que não deverão nunca ser levados a sérios quando se trata de fazer política em bem de toda a nação. Um partido no poder que fez da oposição o verdadeiro inimigo a ser combatido, esta é parte deste ideal  hegemônico que faz com que o MPLA e o seu líder corrupto no poder não deva ser contestado:  a mentira de que só eles representam  absolutamente os interesses de todos os angolanos.

É este agir que facilita e  ajuda  a que se cometam  injustiças  até contra menores  de  idade!  Na Europa civilizada ou na  América  Latina ou do Norte, uma atitude como esta  seria inimaginável, um escândalo que levaria milhões de pessoas às ruas. Diante de uma injustiça como essa  hoje  é o Nito Alves, amanhã seremos todos nós, acurralados  porque teremos medo de enfrentar um corrupto no poder, ou mesmo um partido de gente corrompida que já há muito deixou de representar o próprio povo.

Ninguém neste universo representa o povo abafando seu clamor,  seu desejo  e  vontade! A vontade de que os corruptos, sem se importar do poder que têm, sejam enquadrados na lei como qualquer um dos cidadãos. O desejo de que Angola seja  um espaço de nação e país para todos nós, independentemente de nossas posições políticas, religiosas ou não! O clamor é direito natural quando algo nos aflige e estamos diante de atos de injustiças considerados flagrantes.

Será que os dizeres, contra a corrupção, acusando diretamente  um corrupto,  em uma camisola de um ou mais adolescente ou vários deles, não representam um desejo de desabafo e manifestação de uma nação ou mesmo do Povo Angolano?

Onde está a maldade e o perigo de se cair numa nova guerra, quando dizemos que José Eduardo dos Santos é  verdadeiramente  um corrupto. Se não há provas que  identifiquem  ou que  ajudem a formalizar qualquer ato de corrupção contra o Presidente. Isto não da direito a ninguém, a nenhuma  autoridade Estatal ou Governamental,  a coibir o desejo de  se manifestar o contrário.

O MPLA com  mais de 4 milhões de militantes não lhe faltará a esta  instituição inteligência suficiente para chegar a esta conclusão. De que entre os quatro milhões, e com certeza Nito Alves  não é parte destes 4 milhões,  não deverá porque haver concordância  e que a dissonância  em dizer explicitamente  que José Eduardo  dos Santos é um corrupto, delinquente, cínico e mentiroso, além de ser um direito, é um ato de inteligência, incluindo  da  aqueles que mais deveriam  se  identificar em preservar a Democracia e o Estado de Direito: O Estado como cumpridor número um da ordem e da lei!

A PAZ  tão cantada, ambicionada e desejada só se mantem quando se faz valer  este critério e valor Democrático. Não é pelo medo  habitual, o terror  implantado por todas as partes e pelo próprio Estado, que ajudará a manter  a  PAZ.

É a ideia de que se contrariarmos o Governo e o Partido que hoje está no poder   podemos  ser associados  ao fósforo  ou a pólvora necessária  que se precisa para mais um conflito armado, ou algo que leva a violência, que coibi  o simples espirito de protesto e de manifestação.

A inexistência deste direito cívico dá margem a tudo que vemos aí: até o aparecimento da falta   do medo de alguns dirigentes de assumirem que a corrupção é um mal necessário em que ninguém tem culpa. E a culpa é só daqueles  que no passado promoveram às  guerras e  a  todo tipo de violência.

Assim, qualquer protesto contra a corrupção, segundo os generais  no poder,  ajuda a promover o espirito de guerra ou violência. Mas que todos em sã consciência sabemos que isso é mentira.

Até que esse espírito e medo um dia desapareçam,   menores como Nito Alves  poderão ser levados ao cárcere.  Até lá  a barbárie entre nós, num país que sonha com a democracia, reinará ainda por longos anos!

E nisso também a “culpa” é do Povo que aí está, que precisa  despertar sua inteligência!

 É triste! Saber que o nosso medo  e a  covardia diante dos corruptos nós torna um povo mais bárbaro! Ou,  ainda, o homem africano atrasado, carregado de todos os seu preconceitos, que este criou na  sua história, e  aqueles que o colonialismo ajudou, igualmente, a criar! E que este regime corrupto ajuda  a promover e a fazer valer!

Nelo de Carvalho

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