Grande parte das matérias primas exploradas eram exportadas e serviam somente para o benefício da metrópole (Portugal), até a altura da independência a economia era praticamente assente em produtos e matérias primas do interesse da potência colonizadora, que acabaram por se alargar até o comércio humano (escravos), que ficaram registados nos anais da história angolana como uma das colonizações mais terríveis da humanidade.
O alcance da independência permitiu o país redefinir as suas políticas macroeconómicas; Angola passa de uma economia autoritária sobre domínio do Estado português e de Salazar para uma economia centralizada e planificada e posteriormente para uma economia de mercado.
Embora a economia angola conheceu alguma retração fruto do conflito armado vivido, importa realçar que a independência do país trouxe significativas vantagens, tais como
1. Garantir o reinvestimento no País dos principais recursos naturais explorados, que se encontravam a mercê da metrópole;
2. Alcance de taxas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nunca antes alcançados, fazendo parte das 5 economias que mais cresceram no ano de 2005 a uma taxa de 14,5%.
3. Redução da taxa de inflação a níveis históricos, angola abandona assim uma inflação de dois dígitos (inflação galopante) para uma inflação moderada ou tratante com apenas um dígito 7,19%.
4. Estabilidade monetária e cambial, o kwanza passou a moeda de reserva e eleição nas principais transações comerciais realizadas;
5. Redução das taxas de juros para níveis mais baixos de 80% para 10-20%, podendo os valores alcançar até aos 35% dependendo da natureza do crédito;
6. Redução das taxas de desemprego dos 68% até os níveis de 40%.
7. Reconstrução das principais infraestruturas de suporte e apoio a economia;
8. Solidificação do sector Bancário Angolano e elevação das taxas de bancarização da economia;
9. Nacionalização de grande empresas de destaque e relevância na economia angolana.
Desafios
Os desafios do País são enormes sendo os de maior relevo os que se relacionam com o sector social, de entre os quais os seguintes:
· Redução da taxa de pobreza (45-50%)
· Redução das assimetrias e as desigualdade na distribuição da riqueza que apresenta um coeficiente de gini de aproximadamente 0,8;
· Redução da taxa de analfabetismo e mortalidade infantil;
· Melhorar o abastecimento de energia e água;
As questões relacionadas com a economia real, são também aspectos relevantes que necessitam de serem ultrapassados tais como:
· Diversificar o tecido produtivo no pais e reduzir a extrema dependência assente no sector petrolífero, devido a sua volatilidade nos preços;
· Revitalizar o sector agropecuário com forte recurso a tecnologia;
· Recuperar o tecido empresarial e industrial;
Importa salientar que a independência devolveu identidade aos angolanos, liberdade e igualdade entre raças, tribos e nações.
Naturalmente, os desafios com os quais o país ainda se prende são enormes e prementes, auguramos que o crescimento registado nos últimos tempos sirvam para melhorar as condições de vida da população, e concomitantemente melhorar os indicadores de desenvolvimento, e que Angola independente seja um país que sirva de orgulho para todos os angolanos.
Jonísio C. Salomão[1]
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