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Segunda, 10 Novembro 2014 21:33

A Independência económica de Angola: vantagens e desafios

Até o ano de 1975 antes da independência, Angola era uma província do Estado Português que era considerado a metrópole na altura, possuía o controle político, económico e muitas das vezes cultural da sua colónia.

Grande parte das matérias primas exploradas eram exportadas e serviam somente para o benefício da metrópole (Portugal), até a altura da independência a economia era praticamente assente em produtos e matérias primas do interesse da potência colonizadora, que acabaram por se alargar até o comércio humano (escravos), que ficaram registados nos anais da história angolana como uma das colonizações mais terríveis da humanidade.

O alcance da independência permitiu o país redefinir as suas políticas macroeconómicas; Angola passa de uma economia autoritária  sobre domínio do Estado português e de Salazar para uma economia centralizada e planificada e posteriormente para uma economia de mercado.

Embora a economia angola conheceu alguma retração fruto do conflito armado vivido, importa realçar que a independência do país trouxe significativas vantagens, tais como

1. Garantir o reinvestimento no País dos principais recursos naturais explorados, que se encontravam a mercê da metrópole;

2. Alcance de taxas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nunca antes alcançados, fazendo parte das 5 economias que mais cresceram no ano de 2005 a uma taxa de 14,5%.

3. Redução da taxa de inflação a níveis históricos, angola abandona assim uma inflação de dois dígitos (inflação galopante) para uma inflação moderada ou tratante com apenas um dígito 7,19%.

4. Estabilidade monetária e cambial, o kwanza passou a moeda de reserva e eleição nas principais transações comerciais realizadas;

5. Redução das taxas de juros para níveis mais baixos de 80% para 10-20%, podendo os valores alcançar até aos 35% dependendo da natureza do crédito;

6. Redução das taxas de desemprego dos 68% até os níveis de 40%.

7. Reconstrução das principais infraestruturas de suporte e apoio a economia;

8. Solidificação do sector Bancário Angolano e elevação das taxas de bancarização da economia;

9. Nacionalização de grande empresas de destaque e relevância na economia angolana.

Desafios

Os desafios do País são enormes sendo os de maior relevo os que se relacionam com o sector social, de entre os quais os seguintes:

·         Redução da taxa de pobreza (45-50%)

·         Redução das assimetrias e as desigualdade na distribuição da riqueza que apresenta um coeficiente de gini de aproximadamente 0,8;

·         Redução da taxa de analfabetismo e mortalidade infantil;

·         Melhorar o abastecimento de energia e água;

 

As questões relacionadas com a economia real, são também aspectos relevantes que necessitam de serem ultrapassados tais como:

·         Diversificar o tecido produtivo no pais e reduzir a extrema dependência assente no sector petrolífero, devido a sua volatilidade nos preços;

·         Revitalizar o sector agropecuário com forte recurso a tecnologia;

·         Recuperar o tecido empresarial e industrial;

 

Importa salientar que a independência devolveu identidade aos angolanos, liberdade e  igualdade entre raças, tribos e nações.

Naturalmente, os desafios com os quais o país ainda se prende são enormes e prementes, auguramos que o crescimento registado nos últimos tempos sirvam para melhorar as condições de vida da população, e concomitantemente melhorar os indicadores de desenvolvimento, e que Angola independente seja um país que sirva de orgulho para todos os angolanos.

Jonísio C. Salomão[1]

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[1] Mestre em Administração de Empresas; Consultor Empresarial e Técnico Oficial de Contas.

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