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Sábado, 27 Junho 2020 00:02

Estado angolano: Estratégias político-diplomáticas

O sucesso de uma boa governação reflecte-se não somente a nível interno mas também na forma como os representantes (diplomatas) de um País actuam no estrangeiro perante às demais culturas, analisando sua capacidade de interação e sua capacidade de convencer outros povos de que sua Nação é terra de grandes oportunidades, e que havendo investimentos e financiamentos concretos os benefícios podem ser significativos, permitindo desse jeito bons proveitos tanto pra quem investe e financia, tanto para o Estado em questão.

A diplomacia em si exige técnicas profundas sobre relações públicas, exige muita acção e dinamismo da parte de um diplomata. O representante de uma Nação quanto mais estiver presente em encontros de debates político-econômicos, político-estratégicos, encontros de negócios, em grupos de associações e organizações internacionais, melhor deve ser a sua actuação a favor do seu País.

Esses ambientes são ideais para promover com grande estilo o Estado, esses encontros são fundamentais, por dois motivos: de um lado o diplomata dá a conhecer o seu País ao mundo, do outro lado possíveis empresários e investidores podem interessar-se em fazer acordos econômico-comerciais e a financiar projectos de grandes dimensões a favor do seu Território.  

É isso que as instituições diplomáticas angolanas deviam fazer, criar contactos directos com potenciais financiadores. Os nossos diplomatas devem levantar-se das cadeiras dos escritórios das embaixadas e dos consulados, e ir atrás de pessoas influentes que podem dar uma nova e maior visibilidade ao País em diferentes áreas: educacional, direitos humanos, democracia, crescimento econômico, investigações científicas, comércio bilateral ou internacional, desporto, intercâmbio cultural, etc. 

O governo angolano precisa elaborar novas estratégias político-diplomáticas para o bem da nação, isso exigiria reformas e mudanças significativas das nossas missões diplomáticas, o Executivo precisaria fazer remodelações e exonerações de diplomatas.

Angola carece de diplomatas de alto nível, a maioria desses nossos diplomatas não conseguem actuar nem criar dinâmicas que poderiam fazer o nome do País estar nas alturas ao lado de outros países na esfera internacional, não são dotados de conhecimentos e técnicas de como se promove verdadeiramente um País.

Muitos dos nossos representantes (diplomatas) hipoteticamente falando, colocam em risco a nação angolana ao empregarem cidadãos estrangeiros nas nossas próprias embaixadas e consulados, até os seguranças são estrangeiros, mas que brincadeira é essa, dificilmente veremos isso numa Embaixada russa, chinesa, israelita, coreana, porque existem informações institucionais privilegiadas, que directamente ou indirectamente poderiam ser vazadas.

Diplomacia é sinônimo de profissionalismo, responsabilidade e competências blindadas de conhecimentos estratégicos que dão estabilidade à segurança Nacional. Os diplomatas actuais angolanos além de muitos deles não possuírem os requisitos formativos e académicos, não conseguem corresponder com as aspectivas e exigências da diplomacia moderna, preferem acomodar-se com a posição de chefias e com as regalias do Estado, não têm a mínima intenção de desenvolver o País através de acordos e projectos relevantes.

O Estado deve elaborar estratégias político-diplomáicas capazes de influenciar o crescimento do nosso PIB, até o momento acontece tudo ao contrário, as nossas embaixadas e consulados só tiram dinheiro do Estado, em vez de fazerem entrar dinheiro aos cofres do Estado. Diplomacia é uma arte “perfeita e autêntica”, se o diplomata não é um artista na arte diplomática, em vão será a sua presença numa instituição diplomática.

Necessitamos fazer reformas, reformas pontuais e reais, é necessário rotação dos recursos humanos do MIREX. Os competentes precisam guiar o barco das missões diplomáticas angolanas, esses teriam a dura missão de alavancar economicamente o País, elaborando programas e projectos racionalizados de atracção de investimentos estrangeiros.

O.B.S: Diplomacia não é para “aposentados”, essa prática constante de acomodar ex dirigentes à cima da idade como embaixadores ou cônsules é um grande erro, pior ainda quando esses desconhecem matérias político-diplomáticas, isso torna a nossa diplomacia um fracasso, um fracasso total!

Por Leonardo Quarenta

Doutorando em Direito Constitucional e Internacional

Mestrado em Relações Internacionais e Diplomacia

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