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Segunda, 06 Abril 2020 14:41

Covid -19: Fique em casa - antes, morrer a fome que morrer toda sua família pelo coronavírus

Fique em casa. Ficar em casa, não é nenhum negócio da moda, não é nenhuma artimanha do Estado. Ficar em casa, é o bem mais precioso para salvaguardar a vida que é o bem maior, entre todos os bens que tenhas possuído desde que nasceste.

Ficar em casa é a única forma de fazer face à todo mal que percorre a humanidade, resultante da pandemia COVID – 19. Por isso: “fique em casa”. Fique em casa e salve a sua família desse inimigo invisível que não perdoa cor, raça, idade, estrato social, pessoa.

Não poupa a ninguém, a todos está a bater, e, levá – los à terra do exílio e do silêncio. Não seja teimoso. Fique em casa. Fique em casa e salve o seu pai, a sua mãe, os seus irmãos, os seus filhos, a sua mulher, o seu marido, os seus tios, os seus sobrinhos, a sua família toda.

Sabemos nós que, por natureza temos um estatus imunológico abatidos pela deficiência face à desnutrição, face ao alcoolismo, face à péssima alimentação, face as circunstâncias da vida que acarretam uma gama de distúrbios mórbidos sobre o nosso estado imunológico, e, a COVID – 19, encontrará um terreno fértil se teimarmos em não ficarmos em casa, face ao género de ambiente físico completamente debilitado, desde o ponto de vista imunológico. Sustentado por diversas adversidades imunológicas. Se, ela se instalar, encontrará meios bastantes bons para o fazer propagar pela natureza, fora, por isso: “fique em casa.”

Para nós africanos, cujas condições que, nos abarcam, são incapazes de inviabilizar a propagação de males menos letais como a malária, a cólera, a febre – amarela, a hepatite, o HIV, a tuberculose, a salmonelose, as DDA, etc, etc, face as condições ambientais insalubres, e, cheias de adversidades mortíferas. Não vemos nenhum outro remédio capaz de silenciar o grito da COVID – 19.

Não existe para o mundo contemporâneo, um remédio, mais eficaz que ficar em casa. Temos um sistema de saúde excessivamente precário. Vivemos quase em bosques, em favelas, em sanzalas, etc, inundados por valas de lixo, onde as águas sujas correm até as portas de casa. As vezes de tanta chuva, passamos a noite por cima das águas. As águas que bebemos são infectadas por variadas bactérias. É em cima do lixo, onde vendemos e compramos comida para manter viva a nossa magra carne. As moscas que inundam o ambiente africano completamente insalubre face a péssima higiene ambiental são a prova de como a COVID – 19 não poupará a nenhum Estado caso teimarmos em ficar em casa.

Se, perseverarmos em sair às ruas, a COVID – 19, poderá dizimar a humanidade. Fiquemos em ficar em casa. Ficar em casa salva mais vidas que qualquer outra coisa, por isso, fiquem em casa.

Se, nos Estados africanos não acham – se meios óbvios de luta contra pequenas endemias e epidemias, como será possível fazer face à COVID – 19? Ficar em casa é a única solução. Com a saúde ambiental completamente deteriorada pelos resíduos sólidos e líquidos, tão longe seremos capazes de esmagar a COVID – 19, aliás, a nossa teimosia em não acatar os conselhos impostos pelo Estado poderá valer vidas: “fique em casa”. Para países africanos como Angola, não há outro remédio que saiba substituir “ o fico em casa”.

Vejamos, se, ao longo da história, os dramas de saúde produziram tanta morte para os africanos, cujos Governos não tiveram mãos para segurar. Seria pior esse drama onde Estados mais avançados, e, mais desenvolvidos do mundo, sentem – se cada dia que se passa mais inábeis para aguentar. Ficar em casa, é assim um remédio para enfrentarmos esse mal. Um veneno para ceifarmos a amargura e a dor da morte, e, adiarmos o choro pelos nossos entes queridos que cairão torto e direito, sem nenhuma forma de proteger os seus. Fiquem em casa.

Adiam o sofrimento e a dor pela morte. Fiquem em casa. Tende piedade da vida dos vossos parentes, fiquem em casa. Nada além dista, é capaz de salvar Angola. Ficar em casa é superior a tudo neste momento. Não há maior abrigo para a vida, senão ficar em casa, as ruas são um meio de propagação eficaz de um inimigo invisível. Fiquem em casa.

Não desafiemos as ordens do Estado impostas pela Polícia Nacional. Eles estão a fazer o tudo, para salvar a pátria e os seus. O Estado está a desenvolver esforço titânico para salvaguardar a vida do povo angolano dessa tragédia tenebrosa que inunda a humanidade de tanto assombro. Por isso, não seja teimoso: “fique em casa”.

Cumpramos todas as ordens impostas pelo Governo para que salvaguardemos a saúde da nação angolana. Os Estados de África não têm capacidade alguma para fazer face à tragédias de teor simples, não terão para tragédias de teores grotescos onde as maiores potências do planeta faliram e renderam – se ao mal invisível. A título de exemplo, estão as mortes causadas pela malária em África, terão realizado fileiras de caixões às portas dos cemitérios em variados países africanos, com os Governos com as mãos colocadas sobre a boca sem capacidade de dar uma ordem oral para que a morte pára.

Seria ainda pior se enfrentássemos esse inimigo letal que pôs de joelho a Itália (uma das mais ricas nações do mundo), a Espanha (uma das nações mais avançadas do planeta terra) e agora os EUA (a primeira nação mais desenvolvida e mais rica do mundo). Quem é Angola à par de Alemanha, China, Itália, EUA, etc, etc? Quase nada, senão mesmo, um zero à esquerda. Lembrai - vos do surto de malária em 2014, onde variadas crianças caíram às portas da pediatria, com os hospitais sem capacidade de assistência. Lembrai – vos do surto de febre – amarela, do surto de cólera.

Em nenhuma instância conseguimos advertir aos senhores microorganismos para que parassem com a anarquia e com o aniquilamento de vidas inocentes impostos pela desordem colossal do plasmódio e do vírus da febre – amarela. Assistimos em pé, as mortes, a torto e à direito. Não nos esqueçamos que para além de termos um sistema sanitário ineficaz, incapaz e inapto. Temos péssimos hábitos de higiene ambiental em Angola. A acumulação primitiva do lixo nas ruas de Luanda e as fortes chuvas habituais, poderão ser um meio óbvio para proporcionar a disseminação da COVID – 19. Para sanar esse mal, ficar em casa, torna – se num imperativo inegável. Se brincarmos com o coronavírus, ninguém sobrará entre nós, para contar história as gerações vindouras.

A agudização da propagação da malária em Angola é um dos exemplos de como os Estados africanos não têm capacidade alguma para segurar a COVID – 19. E, se, hesitarmos em ficar em casa, seremos vítimas de ignorância.

Antes de mais, temos a exaltar o esforço do Estado vincado no combate ávido à essa grande pandemia. Todavia, solicitemos ao Executivo que não cruze os braços, entre com as duas mãos e o corpo todo na luta contra esse mal invisível. Pedimos também, que, se intensifiquem as buscas de meios que visam ajudar a Família angolana face a falência económica imposta pela COVID - 19. A teoria de que deve ser o povo a ajudar deve ser esquecida, deve ser o Estado a ajudar o povo. O povo angolano é pobre, se o Estado não ajudá – lo, ninguém o fará. Sobretudo as famílias mais carenciadas. Ficando em casa, nada terão para se alimentar.

Porém, se, a par de Caboverne souber dar um exemplo de caridade ao povo que sofre da amargura económica, imposta por esse mal tenebroso, salvar – se – á a nação. É necessário que o Governo angolano impunha uma sexta básica para os sem empregos, as zungueiras, os sem teto, os meninos de rua, os errantes, os paupérrimo, os que trabalham por conta própria. Exemplo esse deram os governos de Caboverde, São Tomé e Príncipe, Brasil, Ruanda, Uganda, etc, que embora (com excepção do Brasil) tenham menos recursos económicos e financeiros que Angola, montaram um amplo programa de assistência humanitária às famílias desses países, que visou até fazer salário aos trabalhadores de empresas privadas.

Um plano de assistência que deu luz à salvaguarda dos mais necessitados. Entre os quais figuravam os que estavam sem emprego, e, os que trabalham por conta própria. Esse não é o momento do Governo poupar esforços em ajudar o povo angolano, como dizia Bill Gates “Teremos dias difíceis desde o ponto de vista económico, mas é melhor perder a economia e salvar o povo, que deixar as pessoas morrerem da doença e de fome” O Governo deve ajudar o povo à fazer face a carência económica, porque senão, não será apenas a COVID – 19 a matar, mas também a mal – nutrição calórico proteica, aliás, a deficiência nutricional imputará um péssimo estado imunológico o que propicia um ambiente fértil à propagação dessa enfermidade mortífera.

Deve ser o Estado, a criar condições para acudir essa tragédia sócio-económica que assola o mundo actualmente.

Desde o início do século, o combate à malária — que continua a ser uma das doenças mais mortíferas no continente africano — conseguiu reduzir em 42% o número de casos de contracção do parasita e cerca de 66% a taxa de mortalidade, de acordo com a OMS. Mas não nos esqueçamos que os países europeus erradicaram a malária há muitos anos atrás. E, o mosquito foi exterminado de forma inevitável. Se, nós, lutamos no lenga – lenga com a nossa malária das pimpas, e nem sequer conseguimos impo – la uma paragem obrigatória, que dizer da COVID – 19? Seria um Deus nos acuda! Com a nossa febre – amarela vimos fumo, comemos do pão que o diabo amassou. Passamos mal, vimo – nos no pior. Onde fugiremos se a COVID – 19 se alastrar e chegar até ao tempo do cacimbo, onde o clima favorece a sua propagação?

Caro cidadão, faça o que a nação espera, fique em casa. Ninguém atrapalhe a ordem imposta pelo Estado. Caso contrário deve ser o Estado a disciplinar a sociedade com o uso da força. Não é pelos poucos teimosos que veremos a nação perdida na desgraça: “fique em casa.” Antes castigar alguns e salvar o povo, que deixá – los livres nas ruas, e arriscar a saúde pública.

Não coloque a vida de milhares de angolanos em risco. Fique em casa. Não queremos que milhares de pessoas morram a custa de uma pandemia que poderia ser evitada, por todos nós. Essa não é uma causa do Estado, é uma causa de todos nós. Aceitam, por favor os conselhos impostos pelo Estado angolano, fiquem em casa. Antes morrer de fome, que morrer toda sua família por uma única ruína denominada COVID - 19. Esfomeado, poderás viver, mas com doença, não terás nenhuma oportunidade de vida: “a morte será o seu único destino, por isso, fique em casa”

Caros cidadãos angolanos, estamos pois, em tempos de crise económica, devemos todos em uníssono ajudar o Estado angolano a fazer face a esse grande mal que assola a humanidade contemporânea. Estamos pois, em tempos de espera, em que se têm de aplanar veredas e preparar condições sanitárias para impedir a propagação da COVID – 19. Caros cidadãos, até então, ficar em casa, mostrou – se ser a arma mais eficaz, e a única mais segura, capaz de calar para sempre a vontade da COVID – 19.

Uma das mais nocivas tendências dos cidadãos angolanos contemporâneos, é a tentação de avançar com teorias, slogans ou motes pretensamente inovadoras, (e atribuir a COVID – 19 como sendo uma invenção do Estado) descobertas da pólvora, afinal. Para os quais, tudo é questão de invenção, e, nada existe no meio angolano, senão um engenho imposto pelo Governo para aterrorizar a sociedade, e, dela retirar algum proveito. A vontade de ficar em casa para muitos, está longe de ser possível. Porém, quando o mal chegar, arrepender – se – ão, como fizeram os italianos no início da tragédia que vergou os do mundo.

E contudo, sem vontade de inovar, desde logo, porque não são conceitos que tenhamos inventado, ficar em casa é o maior remédio para fazer face à COVID – 19. Estamos em crer que, uma das vias possíveis para afastar esse mal que assola a humanidade da natureza angolana, antes da sua implantação, e apenas uma coisa: “ficar em casa.” Ficar em casa salvará mais vidas que os hospitais, salvará mais vidas que qualquer outro remédio que tenha sido descoberto, até então, talvez, apenas uma vacina é capaz de superar o “fico em casa”. Portanto, ficar em casa é mais eficaz que qualquer forma de tratamento miraculoso que tenha sido conduzida ao combate desse mal tenebroso que dilacera a humanidade. Portanto, caro cidadão, faça o que a nação espera: “fique em casa, e salve vidas.”

BEM – HAJA!

João Hungulo: Mestre em Filosofia & Pesquisador.  

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