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Terça, 21 Janeiro 2020 02:08

No MPLA não há inocentes

Os apaniguados de JLO nas suas alegações apontam Eduardo dos Santos de ser santomense e apátrida (coisa que não corresponde a verdade para muitos). Porém, a verdade pesou com efeito dominó sobre Lourenço.

Para muitos pesquisadores, as alegações dos apaniguados de Lourenço de que Dos Santos não seja angolano não são verdadeiras. Desde logo, caso fossem verídicas, dir – se – ia que, Angola foi um País vítima de governantes não – angolanos, contando desde o primeiro dia que surgiu enquanto nação. Outrossim, se para os apaniguados de João Lourenço, Eduardo dos Santos é santomense, a verdade é clara em apontar João Lourenço como um indivíduo nascido na RDC ou Congo Kinshasa, tendo emigrado para Angola com os Pais quando ainda era miúdo, com menos de 7 anos de idade. Lourenço viu os seus pais removidos do Congo à Bié com vista à busca de melhores condições de vida.

Desde logo, o seu pai no Bié, dedicava – se aos trabalhos nos caminhos de ferro de Benguela, com o qual supria as necessidades familiares. Foi ali que Lourenço terá trocado interacções afectivas com parentes de Jonas Savimbi como Ben – Ben e Salupeto Pena. Daqui, vieram à Ombaca (Benguela), tendo dado por continuado o seu processo vital. Para outros tantos, Neto nasceu em Cabo-verde, em Tarrafal, e, foi em Luanda onde o casal de Pastores metodista, na pessoa de seus Pais encontrou o lugar perfeito para habitar e fazer a sua jornada sacerdotal de peregrinos em busca de almas à salvar em nome de Cristo Jesus nosso Senhor. Desde logo, se Dos Santos é santomense, Neto é caboverdiano e Lourenço é congolense. Pode – se afirmar que, Angola nunca foi governada por nenhum angolano genuíno.

Fruto disto, está a vingança e caça – as – bruxas implacável, realizada por irmãos de armas e de trincheiras, camaradas de vanguarda e de Partido. Um sacrifica a família do outro para salvar o seu partido, Uma luta entre elefantes. O povo (capim) é quem sofre os efeitos nefastos. Uma luta entre filhos da mesma organização, porém, o destino é tão irónico ao ponto de ninguém conhecer alguma forma de perdão que os capacite à unidade, sobretudo do lado de Lourenço. Eduardo dos Santos vítima de um processo de perseguição, foi – lhe roubado todas as formas de defesa até o direito à liberdade e a felicidade de sua família. João Lourenço cursou todas as formas que o ofereçam capacidades para um assassinato de carácter de Eduardo dos Santos e seu clã, sem reservas. Eduardo dos Santos rendeu – se à Lourenço, porém este, afirma não haver forma alguma de perdoá – lo. Estamos entregues à perdição.

Neto perseguiu quem os colocou como presidente do MPLA (Viriato e Pinto de Andrade), dos Santos foi o único a salvaguardar a figura de Neto, porém, Lourenço segue Neto e persegue quem o apontou como substituto (JES). No MPLA é assim, o antecessor persegue o sucessor. Todavia, Lourenço deve esperar de consciência aberta receber com a mesma mão o distratar que paga à pessoa de Dos Santos, quando abandonar o poder, no seu futuro, amanhã. A tradição do MPLA não expressa perdão aos erros. Erros são pagos com erros. É o olho, por olhos, e, dentes por dentes.

Neto perseguiu Viriato e Pinto de Andrade (mesmo sendo eles os responsáveis do poder de Neto, ou seja, Pinto de Andrade deu de bandeja o poder presidencial à Neto, e negou dá – lo ao primeiro secretário geral do MPLA), JLo perseguiu JES e sua família (mesmo tendo JES entregue o poder total do MPLA de bandeja à JLO, e contra a vontade dos anciãos do regime), e, sem sombras de dúvidas, o substituto de JLO irá seguir o exemplo de seus antecessores. A perseguição é uma cultura infalível no MPLA.

O efeito dominó do desprezo de um patriota colocado em acção 

Sua Excelência Senhor Presidente da República General João Lourenço quer fazer de Dr. António Agostinho Neto num verdadeiro “Patriota”, “Grande herói,” e homem exemplar, isento de falhas, um anjo caído dos céus para habitar a terra. Porém, faz de José Eduardo dos Santos num apátrida e possuidor de crimes de natureza fiscal e não só. Nas suas alegações, Lourenço parece tornar os crimes cometidos por dos Santos de imperdoáveis.

Assim, Lourenço, não atende ao chamado de Jesus Cristo que disse, perdoai – vos uns aos outros, façais o bem, em suma, perdoai, 70 vezes 7. Depois de dizer que devemos perdoar 70 vezes 7, Jesus contou uma parábola sobre um servo que devia muito dinheiro ao seu senhor. A dívida era impossível de pagar mas o servo implorou e o senhor perdoou sua dívida. Depois esse servo encontrou outro servo que lhe devia menos dinheiro e exigiu pagamento.

O outro servo implorou mas o primeiro servo não perdoou. Quando o senhor ouviu disso, ficou muito zangado porque o servo recebeu perdão mas não quis dar perdão (Mateus 18:23 – 35). Lourenço não quer dar perdão à Eduardo dos Santos achando ser ele um não – humano, um semi – deus em Angola. Mas Deus paga à todos com o mesmo preço. Cá na terra pagamos aquilo que fizermos. Os nossos actos têm uma devida recompensa.

João Lourenço peca, ao pensar que Agostinho Neto esteja no ápice do heroísmo e Eduardo dos Santos no abismo. Agostinho Neto, não revelou nenhum acto heróico enquanto Presidente do MPLA. Foi - lhe depositado o Poder do MPLA em Marrocos em Ribat (por Mário Pinto de Andrade), quando Neto à custa de efectivos do PCP soube fugir da masmorra da PIDE em Lisboa. Tal quanto o poder foi depositado de bandeja por Mário Pinto de Andrade em Ribat (Marrocos). Eduardo dos Santos ressuscitou os fantasmas do passado, e, passou o poder à João Lourenço, sem eleições internas no Partido, à gangosa, à sua sorte, sem nenhum sacrifício sequer, de bandeja. Tal quanto Neto Perseguiu os seus apaniguados, e os que lhe depositaram o poder absoluto no MPLA em 1963.

João Lourenço segue o mesmo exemplo do mestre Neto, à quem absorveu de maneira escrupulosa toda ideologia política. Persegue, humilha, viola, vexa, abandona, segrega, pisa e desadora a imagem de Eduardo dos Santos, e toda uma figura em seu nome. O Patriota, fez – se numa figura desdenhada por muitos, graças ao trabalho acérrimo de João Lourenço visado na caça – as – bruxas. Mas não nos esqueçamos, JLO não é nenhum inocente.

Apontar Neto como um humanista e dos Santos como um desumano, é uma redundância. Uma obscenidade descomunal. Um humanista não fomenta tensões, não persegue os seus inimigos, não humilha, não assassina, um humanista não institui o terror como Neto o fez em 1977. Um humanista não cria um Tribunal Militar Especial que funcionou de forma absolutamente ilegal, e encenou julgamentos em segredo que resultou no assassinato em massa de variadas famílias angolanas, entre 1977 e 1979.

Um humanista não institui um sistema criminal de justiça absolutamente arbitrária; um humanista não dá livre curso à mão de verdugo e não assina listas de pessoas à abater, não permite torturas e execuções sumárias como Neto o fez em 1977, não provoca assassinatos jurídicos, não tolera práticas abusivas de investigação criminal e nem sequer mantém em cárcere uma multidão de pessoas durante vários anos.

A mentira sempre serviu de túmulo para sepultura de verdades misteriosas 

Tal quanto negam hoje os actores do regime não existir caça – as – bruxas ao clã dos Santos. Negam aos nossos dias, ter sido Neto a figura central do 27 de Maio. Negam ter sido Viriato da Cruz o “Arquitecto” e a “Alma” do MPLA. Negam ter – sido Mário Pinto de Andrade o Primeiro Presidente do MPLA. Acham que Ilídio Machado terá exercido papel de Presidente de facto do MPLA. Porém, a verdade, tem cor e nome, Ilído Machado nunca foi Presidente do MPLA.

Quando o MPLA se formou, de facto, o Primeiro Presidente foi Mário Pinto de Andrade, e Ilído Machado era eleito concomitantemente como Presidente honorário, nunca foi presidente, de facto. Tal quanto é hoje, JLO é presidente de jure e de facto do MPLA, enquanto JES é Presidente honorário. O regime sempre negou verdades referentes às suas memórias.

Assim, as verdades sobre a história de caça – as – bruxas, transformaram – se em mentiras para os actores da história actual. Para os quais, não há vingança, não há perseguição política contra os dos Santos. Há uma justiça global. Na pessoa se sequazes do regime de JLO pagos para o servir (como é o caso de Rafael Marques de Morais), o Governo angolano está a realizar justiça total em Angola contra os dos Santos.

Mas, justiça pressupõe um estado ideal de interacção social em que há um equilíbrio, que por si só, deve ser razoável e imparcial entre os interesses, a justiça não visa perseguir alguns e poupar outros. Para sequazes do regime (como Rafael Marques de Morais), embora, Manuel Vicente o “Pai da corrupção” em Angola ter – lhe sido dado o enterro absoluto ao seu processo “Fizz”, iniciado em Portugal. E, Álvaro Sobrinho à quem lhe pesou uma transferência de mais de 500 milhões de euros em seu nome a partir do BESA, aos Bancos suíços, hoje, ambos, completamente sob alcance de uma inteira protecção do Presidente João Lourenço. Embora tenham processos criminais que sejam ablidos em Portugal e na Europa pelo Governo de João Lourenço.

Transformados em verdadeiros heróis da corrupção e totalmente protegidos. Para sequazes do regime, não cometeram crime algum, capaz de serem sujeitos à interpretação à luz do ordenamento penal vigente em Angola. Para estes, a justiça teve os seus efeitos lógicos sobre os quais, permitindo um enterro absoluto dos seus processos em armários dos tribunais. Ambos são grandes empreendedores vítimas de perseguição políticas pelos governos europeus.

Para Manuel Vicente pesou – lhe a pasta de conselheiro para a área económica e de petróleo do Presidente da República, caso este que, o facilita à visitas palacianos a seu belo – prazer. Enquanto isso, Álvaro Sobrinho ficou alcunhado de “Vítima de perseguição política” na Europa (Portugal e Suíça). Álvaro Sobrinho desviou alegadamente mais de 500 milhões de dólares do BESA, simulando empréstimos avultados e sem garantias bancárias a empresas desconhecidas, que ele próprio aprovou e cujo dinheiro acabou por ir parar a contas suas ou de parentes (família Madaleno).

Em causa estão crimes de branqueamento de capitais, abuso de confiança qualificado e burla qualificada. Para justificar o chumbo ao pedido de recurso de Sobrinho, o Tribunal Penal Federal helvético diz que, embora o tribunal em Lisboa tenha anulado os arrestos em Portugal decretados pelo Ministério Público isso não afeta o entendimento do caso em apreço por parte dos juízes suíços. “Os arrestos em Portugal foram emitidos num quadro complexo de factos diferente daquele que foi investigado pelas autoridades suíças e respondem às exigências de um sistema jurídico diferente”.

Em Portugal, o inquérito-crime que começou em 2011 com as suspeitas sobre os apartamentos do Estoril-Sol evoluiu em 2014 para os indícios sobre o desvio de dinheiro do BESA. “Por três vezes, foi ordenada neste processo a apreensão dos bens dos requerentes; por três vezes, o Tribunal da Relação revogou essas apreensões; pela quarta vez, o Ministério Público volta à carga e repete a medida”. Se, Álvaro Sobrinho, terá transferido perto de 500 milhões de euros do BESA para suas contas na Suiça. Porém, apesar de tão elevado acto trapaceiro de carácter criminal, Sobrinho foi tomado como uma “Vítima de perseguição política”, por ser constituído arguido, e, lhe serem arrestados os bens que possuía em Portugal. O Governo Suíço não o poupou, congelou todas as contas de Álvaro Sobrinho. O Governo de Luanda, inverteu o sentido da justiça internacional. Transformou um criminoso em verdadeiro herói nacional.

No dia 24 de Agosto, o executivo de Lourenço, através de um despacho do ministério das finanças aprovou a transferência da Unidade de Produção Kunene (UPK), a favor da empresa “Transdis, Limitada” ligada aos interesses empresariais de Álvaro Sobrinho. Colocou um corrupto numa posição de Patriota e bom servidor da nação. Já Isabel dos Santos, que sofre a verdadeira “Perseguição política”, para os analistas do regime angolano, como analistas da TPA e o bajulador capital de JLO “Rafael Marques” (a quem o regime deu mãos de luva) não passa de uma táctica de defesa. De facto, Rafael Marques, o jornalista pago pelo regime para se tornar no defensor de João Lourenço, não percebe o que implica dizer caça – as – bruxas, por isso, confunde gato com lebre, ao achar que o perdão dado à Vicente e Sobrinho é acto de justiça plena.

E o julgamento à peixinhos do regime, como administradores, similar a prisão dada pela SIC a ladrões de botija e de quilos de arroz, já dá prova de estanque da existência de uma verdadeira justiça no panorama angolano. É coisa para o boi ir dormir, como a gíria, fez – se sábia nos seus aforismos populares. Enquanto isso, a justiça aplicada de forma desleal à Isabel, com relação os arrestos aos seus bens, embora os arrestos dos activos da UNITEL fossem suficientes para cobrir a dívida ao Estado, este último, não a poupou propagou o seu efeito à nove empresas, e teve como efeito acrescido uma queda incalculável na orla internacional. Par Rafael Marques e tantos outros analistas da TPA, pagos pelo regime para concordarem com o menos óbvio, os arrestos aos bens de Isabel dos Santos é um efeito de uma justiça transparente e sem motivações políticas.

Clã dos Santos tomado por sacrifício vivo para salvar a vida do Mpla

Na verdade, não há justiça em Angola. Há vingança e caça – as – bruxas. Os dos Santos estão a ser sacrificados para reaver a credibilidade endógena e exógena do regime que dirige a nação há mais de 40 anos. Outrossim, tal política visa elevar a credibilidade social do MPLA no meio angolano, simular uma luta contra a corrupção, e, manter o MPLA no comando do País sobre sucessões de gerações. É uma guerra estratégica maquiavélica. Sacrificar uns, para salvar a organização, como dizia Maquiavel. Porém, Rafael Marques e os seus confrades, não percebem isso, as astúcias da política, não encontram espaço em suas faculdades mentais. Eles não percebem de política, percebam apenas de jornalismo e de bajulação. A guerra psicológica efectuada contra o clã dos Santos foi pensada para salvar o MPLA, e, mantê – lo em frente dos destinos do País.

Assim como foi sacrificado Viriato da Cruz em 1964, o ideólogo do MPLA, foi sacrificado Mário Pinto de Andrade o “Maior intelectual que o MPLA já teve”, “Pai do nacionalismo luso – africano,” “Pai da Sociologia negro - lusitana.” Matias Migueis foi assado como se fosse um boi no espeto posto à torrar no fogo aceso, à pedido de Neto, tendo Iko Carreira como comandante. Simplesmente, por resistir à ousadia de Neto numa altura em que Viriato já se tinha apartado de Leopoldiville rumo à China. O regime sacrificou variadas figuras para se manter vivo, são exemplos Chipenda, o “Pai da JMPLA”, etc, etc… Desde logo, o sacrifício a família dos Santos é um exemplos de tantos já realizados para salvar a alma do MPLA.

A verdade permanece enferma por enredos e mentiras barulhentas

A verdade permanece enfermada por intrigas e mentiras, ao não facultar – se de forma pública para o mundo. Hoje, sabe – se que, o verdadeiro “Pai” do Partido dos Camaradas (MPLA), foi Viriato da Cruz., foi ele o “Arquitecto do MPLA”. Para além, deste, nem Mário Pinto de Andrade, nem António Agostinho Neto, nem Ilídio Machado, pesaram sobre os quais quão nobre contributo. O MPLA nasceu da aspiração genial de Viriato Clemente da Cruz, “O actor fundamental” do processo “Vamos descobrir Angola”, “O Pai do PCA”. Viriato através dos Estatutos do PLUA proclamou a necessidade de se montar um “Amplo Movimento de Libertação Popular”, que não viesse discriminar raças, tribos e etnias de natureza angolana. “Viriato” é a alma viva do regime do MPLA.

O projecto MPLA foi ressuscitado por Viriato da Cruz em 1958 à 1960, quando viveu exilado na Alemanha por ter sido perseguido pela PIDE. Em Tunes após o conclave de Chefes de Estado africanos que terá tomado lugar em Janeiro de 1960, Viriato criou a sigla MPLA, criou o nome Movimento Popular de Libertação de Angola, foi o primeiro homem a dar o primeiro sopro de vida ao MPLA. Em Conacry, a actual bandeira do MPLA foi pensada e arquitectada por Viriato da Cruz, as cores vermelha, e preta, que dividem a bandeira, bem como a presença de uma estrela amarela no centro da mesma, correram das faculdades intelectuais de Viriato para o papel, lembrando a bandeira do Partido Comunista de Vietnam. Toda a estrutura da bandeira do MPLA foi projectada por Viriato da Cruz com base na estrutura da bandeira de Vietinam. A bandeira Nacional cursa com o projecto de Viriato da Cruz, tendo como base a bandeira Nacional do Vietnam.

Viriato da Cruz foi a alma viva para que o MPLA aparecesse como Partido no meio angolano. Foi Viriato quem projectou o MPLA para o mundo inteiro, ao discursar na Câmara dos Comuns na Inglaterra. Mas a história passou um apagador por cima de Viriato da Cruz, e, foi transformado em vã figura do MPLA. Os nomes “Pai do MPLA” e “Arquitecto do MPLA” não se vestiram da pele de Viriato da Cruz. Viriato ficou lembrado como uma figura polémica, que deu mais prejuízos que sucessos ao MPLA. Uma figura perdida na história, e, a sua grande missão de nacionalista e patriota angolano, não ficou reconhecida pelo MPLA, por se ter entregue ao GRAE de Holden Roberto em 1964 quando Neto ordenou uma tortura avassaladora ao líder criador do Partido dos Camaradas. Desde ali, Viriato da Cruz é tratado de anti - herói e traidor por homens que abateram – lhe de ciúmes pela sua efusiva inteligência e criatividade de curso incomparável.

Neto não perdoou à Viriato e o terá perseguido até à China, onde acabara morto por sacrifício extremo do Governo Chinês. Perseguido por Neto, foi na China onde Viriato da Cruz se aposentou, mas o Governo Chinês em representação de Neto não lhe terá poupado a vida. Os últimos anos de vida de Viriato foram marcados por falta de alimentos, colidindo na fome que acabou por fragilizá-lo. Veio a falecer no Hospital Anti-Imperialista, antigamente o Hospital Universitário de Pequim, no dia 13 de junho de 1973.

No entanto, a derradeira humilhação foi a maneira abjecta como foi levado para o cemitério dos estrangeiros: entaipado entre quatro tábuas, transportado num camião militar. Segundo António Caeiro, um jornalista português que passou vários anos na capital chinesa como correspondente da agência de notícias Lusa, só estava presente um casal colombiano para assistir ao enterro do “Pai do MPLA”.

Entretanto, faz-se útil recordar, dada a sua indiscutível relevância histórica, o último registo de Viriato no seu diário, fixado com o seu punho e letra (a lápis e em caracteres miudinhos). Nele o arquitecto do MPLA não só questiona a doença que rapidamente o empurrou para a morte (pois pressentia que estavam a assassiná-lo), mas sobretudo lança estas palavras de advertência para a posteridade:

“Declaro, sem apelo, que os meus parentes deverão recusar, privada e publicamente, as condolências que, porventura, o MPLA ou alguns dos seus membros, tais como Agostinho Neto, Lúcio Barreto de Lara, Eduardo [Macedo] dos Santos, Mário Pinto de Andrade, Manuel Videira e Gentil Viana, venham a enviar aos ditos parentes meus ou venham a publicar. Não está no meu poder perdoar os actos de felonia, de perseguição e de falta de camaradagem que aqueles senhores e alguns dos seus sequazes praticaram, não só contra mim, mas também contra um certo número de angolanos. Parece-me ser altamente importante que tais actos sejam, em todos os tempos, condenados em Angola como criminosos e desonrosos.”

Porém, JLO não aprendeu com os erros cometidos pelo seu próprio partido, os chineses no seu adágio popular dizem que “Os inteligentes aprendem com os seus erros, os sábios aprendem com os erros dos outros”. O MPLA, é mestre em caça – as – bruxas, tal quanto Viriato da Cruz terá passado um verdadeiro processo de “Vingança e caça – as – bruxas”, e o MPLA, nunca se terá recolhido na humilde recordação de tal verdade, hoje, o mesmo exemplo persegue a sombra de JES e seu clã. Passam os mesmos dias de perseguição política vivida por Viriato Clemente da Cruz e sua família. Basta olhar para a forma como Isabel dos Santos, na pessoa da empresária mais estratega do Continente Berço tem merecido distrato e assassinato de carácter de cunho internacional à luz de um investimento milionário por parte do regime de João Lourenço.

João Lourenço contratou galerias e galerias de jornalistas, investiu milhões e milhões de USD, corrompeu lobis, jornalistas de investigação, jornalistas de cadeias televisivas, jornais internacionais, etc, etc, etc, tudo tendo como missão o assassinato de carácter de Isabel dos Santos, e, da figura do seu progenitor Eduardo dos Santos. O congelamento das contas bancárias de Eduardo dos Santos na suíça, teve motivações do governo angolano. A investigação feita pela interpol em Mónaco, as sanções previstas à figura de JES por parte do Governo americano, são todas acções exercitadas pelo Governo do seu sucessor João Lourenço. O MPLA hoje repete a história de Viriato da Cruz com a pessoa de JES. O assassinato de carácter de Isabel dos Santos é exemplo vivo dos últimos dias vividos em Pequim pelo “Pai do MPLA.”

Todos falharam

Todas as altas figuras do MPLA beneficiaram do BESA. Ninguém é inocente no MPLA. Manuel Vicente, general Manuel Hélder Vieira Dias Júnior “Kopelipa” e general Leopoldino Fragoso do Nascimento “Dino”, não foram os únicos que terão tomado de assalto o BESA para desfrutar da massa, e, mamar toda ela. O regime todo fez do BESA uma verdadeira coutada privada, deliciaram-se no BESA todas as altas figuras do regime angolano até fartarem as suas contas bancárias de Portugal e da Europa fora.

Álvaro Sobrinho ficou famoso, porque ter até nas Ilhas Maurícias pousado milhões e milhões de dólares em seu nome. Era este, que possuía as pinças para manejar toda a operação cirúrgica do assalto ao BESA em Angola e Portugal. Comeram e beberam, porém hoje, somente JES e seu clã, bem como alguns eduardistas escassos, tidos como conservadores, pesam neles, a justiça e seus efeitos secundários. Desde, os dias 28 de Outubro de 2014, o BESA, viu a sua massa muscular reduzida à ossos.

Foi – lhe engolido toda carne, por abutres do MPLA que ali pousaram, nem rastos sequer deixaram. A Geni - SA, a Lektron Capital SA e a Sonangol fizeram do BESA propriedade de suas vontades, os dirigentes angolanos assolaram de forma inevitável o BESA até deixá – lo às moscas, e hoje, graças a falência, transformou – se em Banco Falido Angolano. João Lourenço e Ana Dias Lourenço, fizeram parte do assalto ao BESA, através do dinheiro deste Banquete pagaram as suas dívidas de mais de 30 milhões de dólares. O actual casal presidencial utilizou o BAI como forma de ter acesso da massa transferido do banquete ocorrido no BESA.

António Paulo Kassoma, Fernando da Piedade dias dos Santos (Nando), Roberto de Almeida, etc, etc, são das figuras do regime que apoderaram – se do que era de todos angolanos. Era o início de uma futura crise económica inevitável. João Lourenço, com as dívidas a pesarem sobre os seus ombros, foi no BESA onde acorreu, até então, os números e os rastos foram sepultados na terra do exílio e do esquecimento. Isabel, a azarada, paga as favas, de toda derrapina que ocorreu em Angola.

Regime de João Lourenço dedicado num assassinato de carácter de Isabel Dos Santos

Um assassinato de carácter que visa matar sua imagem já está em curso, de recordar que o Governo angolano investiu mais de 4 milhões de euros para a caça – as – bruxas e destruição implacável à imagem de Isabel e seu pai. O Luanda Leaks realizado por um Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ), com variadas raízes internacionais, é exemplo vivo de um teatro milenar que visa matar a imagem de Isabel dos Santos e de seu progenitor e salvar a vida do regime angolano. Jornalistas e lobis de variada estirpe e origem internacional, foram pagos milhões de dólares para realizar um assassinato de carácter de Isabel dos Santos e seu pai. Aos bajuladores angolanos somente Rafael Marques sentiu o sabor peado do dinheiros, aos demais baju do regime, nem vento sofreu em seu paladar. É como se diz nos grandes conflitos armados, “a Guerra já começou, faz tempo, mas muitos não despertaram.”

Quando afirmei, num e noutros artigos de que havia vingança e caça – as – bruxas, pesaram na minha índole nomes feios, de homem despido de verdades, mas hoje a verdade está ali, a vista de todos, anda de tanga, e não merece castigo de ninguém, ela mesma entrou na porta de todos os angolanos. Assim, a “Caça – as – bruxas”, não é mais novidades para ninguém, embora o regime de João Lourenço tenta fazer da mentira uma arma para desviar – se desta mentira, já sabemos, neste regime, falar verdade é um milagre, porque até o discurso de “Estado da Nação” revelou – se ébrio de mentiras, mesmo o titular do poder executivo ter sido tomado pela consciência deste facto.

À perseguição implacável à Isabel dos Santos colocou – a num verdadeiro exílio, hoje, os bancos internacionais apresentam – se às costas sem vontade de darem por continuado uma relação comercial com tal figura. A sujeira inalada pelo Governo de João Lourenço contra Isabel dos Santos, colocou Isabel dos Santo entre a espada e a parede. Porém, a caça – as – bruxas, abre de forma inevitável um véu entre o renascimento e o fim do regime do MPLA. É a lei do tudo, ou nada. Uma verdadeira acção de auto – golo.

BEM – HAJA!

João Hungulo: “Pesquisador E Mestre Em Filosofia Política.”

“Que os nossos sacrifícios desafiem as impossibilidades, lembrai – vos de que, as grandes proezas da histórias, foram conseguidas naquilo que parecia impossível” - Charles Chaplin.
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