Todos faziam parte da mesma ala do MPLA e agora parecem lutar pelo controlo da empresa privada de telecomunicações UNITEL, a maior e mais lucrativa empresa de Angola, criada a partir de uma licença que era apenas um pedaço de papel em 1997, pela Eng. Isabel dos Santos com a participação direta do Eng. Manuel Vicente.
Os acontecimentos dos últimos três anos l, levam os mais atentos a ter a impressão que o Presidente da República, Dr. João Lourenço se uniu ao lado do Eng. Manuel Vicente nessa luta de interesses económicos e financeiros entre o Eng. Manuel Vicente e a Eng. Isabel dos Santos e ficamos com a impressão de que instituições do estado de direito, poderiam estar a ser usadas como instrumentos para favorecer um grupo de pessoas o que viola os princípios básicos do estado de direito, o mesmo tipo de práticas inaceitáveis e negativas que o próprio Presidente João Lourenço criticou nos seus discursos de campanha eleitoral em 2017 e no discurso inaugural, discurso de tomada de posse, como presidente do partido que governa Angola (MPLA) em 2018, entre outros.
Não faço parte de nenhum grande grupo econômico e prefiro ficar do lado de Angola.
Quero o melhor para o meu país e espero que o Estado Democrático de Direito e as instituições sejam respeitados e que o governo possa priorizar o que é realmente importante: garantir que os três poderes sejam verdadeiramente independentes, permitindo que uma justiça totalmente independente lide com crimes, incluindo julgar quem é ou não corrupto, garantindo segurança jurídica aos investidores e à propriedade e património dos cidadãos e pessoas colectivas privadas, fomentando a criação de novos negócios através da capitalização dos bancos privados para que eles possam efectivamente fornecer crédito com melhores taxas de juros para micro e pequenas empresas e para que mais empregos possam ser gerados, já que o Presidente Lourenço prometeu criar 500 mil empregos, mas o que vemos são empregos perdidos todos os dias e um aumento sem precedentes doa preços e da taxa de desemprego em Angola.
Desde 2002, quando a guerra terminou, nunca se viu os níveis de fome e miséria que se vê agora, já em tempo de paz, numa Angola sob a estratégia econômica do Executivo/governo do Presidente João Lourenço.
Mesmo quando petróleo angolano estava a ser comercializado no mercado internacional a apenas 38 dólares por barril, nunca vimos fome como a maioria das famílias angolanas está a viver hoje.
É hora do Chefe de Estado e do Executivo, Presidente João Lourenço, concentrar-se no trabalho para o qual foi eleito, que é administrar o Estado, criar ou fomentar a construção de infra-estruturas, fazer chegar a prometida e tão escassa água canalizada às famílias angolanas, garantir o fornecimento de luz eléctrica às residências e negócios para que possam operar, organizar as províncias, os municípios e as aldeias do país, construir escolas, hospitais, estradas, prevenir o crime violento, incluindo a violência doméstica e os números alarmantes de estupros nas ruas e nos bairros onde moram as famílias angolanas, lutar para diminuir a inflação aumentando a produção interna e, permitir que Juízes e Deputados façam seu trabalho legislando e decidindo respectivamente e com independência quem é criminoso e quem não é.
Nós, os angolanos, estamos todos cansados de ser reféns dessa guerra entre gigantes.
Os jovens e as mulheres angolanos (mais de 70% da população) querem um país com instituições fortes. Não queremos continuar a lamentar denúncias públicas a um homem ou partido político forte que toma um refém do Estado de Direito e impõe sua vontade ou interesses à Justiça, ao Parlamento e o dia a dia das famílias, negando-lhes o direito ao livre exercício da cidadania.
Está na hora de fazer Angola evoluir, pois os angolanos já esperam desde o século XV pela liberdade efectiva como povo soberano e com liberdade para exercer a cidadania na sua plenitude.
Welwitschea dos Santos “Tchizé”