Muitos nem sabem o paradeiro dos corpos dos seus entes queridos enquanto aos familiares de (Jonas) Savimbi foi dado o privilégio de reclamar pelas ossadas, fazer funeral digno e ainda de passeá-lo pelas ruas como um mártir.
Nem mesmo o Governo foi capaz de perceber que há também nesta história os familiares das vítimas que, no mínimo, mereciam tratamento igual, ou seja, que também tivessem a oportunidade de recuperar as ossadas dos seus mortos e lhes desse um funeral digno. Pior que isso, permitiu-se que (Jonas) Savimbi fosse idolatrado, apresentado quase como um santo, num autêntico desrespeito para com as suas vítimas e familiares.
A Bela Malaquias e o seu livro vêm aquecer um pouco os corações dos familiares das vítimas de (Jonas) Savimbi. Em nome da paz e reconciliação estamos todos disponíveis para andar para frente, virar páginas, mas isso não pode ser à custa da humilhação dos mortos. É isso que acontece quando o carrasco é transformado em mártir.
E agora querem matá-la. Prova que o savimbismo (suas práticas, a sua intolerância e desrespeito pelos direitos das pessoas) vive. Querem continuar a matar quem diga não, quem denuncie as atrocidades de Jonas Savimbi.
Os familiares das vítimas dele (Jonas Savimbi) tiveram que se calar enquanto o idolatravam e idolatram nos seus discursos. Eles nem conseguem sequer tolerar um livro, uma única voz que denuncie as atrocidades de (Jonas) Savimbi.
Um simples livro e é uma chuva de ameaças de morte.
A direcção da UNITA ou se demarca desses comportamentos, fazendo apelo à calma aos seus savimbistas radicais ou ficará também ela associada a isso. Os meus respeitos à corajosa Bela Malaquias, por dar voz à mágoa de quem viu os seus familiares destruídos por (Jonas) Savimbi. E se alguma coisa lhe acontecer, podem crer…isso vai ficar feio.”
Por Ismael Mateus/FB
