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Sábado, 17 Agosto 2019 10:17

João Lourenço: o ditador - sobre as malhas de uma ideologia de vingança e caça as bruxas

Os sintomas da vingança de João Lourenço começaram a perturbar o actual contexto de coisas do País angolano, desde o distante ano de 2017, em parte esse fenómeno explica o comportamento das lideranças políticas africanas e militares, que sempre se caracterizaram por pagar pela mesma moeda aqueles que no passado tiveram uma dívida pesada ou leve no âmbito de seu curso natural.

A Guiné Bissau é um dos exemplos mais marcantes do terror que se assiste hoje em Angola, em que se faz de um Patriota uma presa à caça  pelos Donos Disto Tudo, por baixo de um manto de calor espalhado pelos políticos da nova Angola, há quem na mentira tem ainda uma palavra, ao querer contornar a verdade com palavras segundo as quais não há vingança, nem perseguição, há apenas as contas com a justiça, será pois como dizia um ideólogo:

“Os artistas usam a mentira para revelar a verdade, enquanto os políticos usam a mentira para esconde-la”, há, vingança e caça – as – bruxas em Angola, a dúvida anda nua, e já deixou de ter rumo, quem ainda acreditar na política segundo a qual existe uma justiça de facto, e não uma vigança, será pois concebido como o homem nascido da cegueira, incapaz de ser concertado por nenhuma forma de concerto natural, ou racional, os vingadores andam atados à justiça como forma de valerem as suas vontades, todavia, a vingança no meio angolano, ganha a cada dia, um novo eco que perturba os quatro cantos da nação angolana. 

A transição política, acarretou consigo uma perseguição imparável ao Patriota e os seus aliados, só agora se começa a fazer sentir verdadeiramente, o mal-estar no seio da larga maioria dos tecidos sociais angolanos de que José Eduardo dos Santos e os seus coevos, estão a ser severamente perseguidos, caçados até as profundezas oceânicas, restando – lhe unicamente as grutas e o abismo para se aposentar, pois assistem – se uma deterioração efectiva da liberdade de Eduardo dos Santos e os seus, com a privação da sua condição de vida, e começa a ganhar relevância política para os dirigentes do hoje que a vingança e a caça – as – bruxas ocupam lugares cimeiros no governo de João Lourenço.

Porém, e neste período em particular, que as mentes angolanas deveriam perceber do real sentido da política angolana, que nada anda disposta à satisfazer os interesses do povo, mas sim a cumprir as suas vontades, hoje as coisas pioraram, a renda per capta do cidadão angolano baixou ao não mais poder ser, o poder de compra do cidadão tornou – se vulnerável, a classe média angolana, está a desaparecer, os pobres estão cada vez mais pobres, o lixo, tornou – se uma nova refeição para o mendigo, a prostituição uma nova forma de trabalho para a adolescente, as crianças cujo leva é lhes servidas de serem o futuro do amanhã, perderam os sonhos, e foram – lhes ofertadas uma esperança moribunda, os angolanos, em geral, estão no topo do desespero, eis que, a missão do actual regime, não é a de evoluir a vida dos angolanos, como uma forma de canonizar a ideologia netista “O mais importante é resolver os problemas do povo”, mas de perseguir, torturar, ridicularizar e vingar – se contra Eduardo dos Santos, causando no território político do MPLA profundas rupturas, nomeadamente com os compatriotas, criando cisões e divisões grupais atinente ao quadro de perseguição implacável aos eduardistas, por meio da aplicação de um modelo de governo centrado na marginalização do papel patriótico de José Eduardo dos Santos para a nação angolana, retalhando de forma discriminatória as diversas unidades políticas autóctones originalmente existentes no seio do MPLA, preconizando assim, a destruição dos equilíbrios tradicionais e a implementação de um legado de autoridade política (um Estado que esmaga toda e qualquer resistência), que ainda hoje é possível encontrar sob a forma de regimes despóticos, no estado de governo de João Lourenço.

É de toda a importância fazer aqui uma pausa para reflectir um pouco sobre estas rupturas, pois a sua preponderância fez-se sentir ao longo de todo o período passado, quando Nito Alvez, Sita Valles e Zé Van Dúnem impunham uma forma de golpe de Estado ao 27 de Maio de 1977, porém, hoje, não é necessário ouvir o rumor de uma espingarda, nem sequer a vontade de um golpe de Estado, basta que a transição política tragam todos os efeitos colaterais de uma vingança implacável, e sem rumo, que pôs o Pais de joelhos, face a uma crise tenebrosa que a ninguém perdoa, perpetuando assim, o espírito do passado, quando Neto lançou – se contra os inimigos que o queriam matar, hoje não precisou o palpite, ou a vontade de um 27 de Maio, somente precisou o Patriota abandonar o lugar em que estava estacionado perto de 40 anos, para o seu sucessor João Lourenço derramar toda raiva que há anos vinha acumulando contra o Patriota, a ponto de fazê – lo refém de tudo, preste à engolir o Patriota na forma viva.

Neste sentido, importa sublinhar que a imposição de uma vingança resultante de um processo de acumulação primitiva de raiva contra o Patriota, implicou o esvaziamento da maioria das funções das chefias próximas à Eduardo dos Santos (e inerente quebra dos equilíbrios sociais anteriormente existentes), que vêm assim, o seu poder simbólico enfraquecido e, consequentemente, a sua credibilidade, como representantes e líderes de uma comunidade, corroída, Eduardo dos Santos, foi completamente maculado pela ira lourencista, o seu status de um Bom Patriota, menosprezado por João Lourenço, que hoje, usa todas as formas de desprezo para fazer de Dos Santos, uma simples personagem de um filme de terror que se assiste à desenvolver no palco angolano.

O desmantelamento da URSS e o fim de um sonho socialista, acompanhados pelo evento da globalização, de uma cada vez maior intervenção, tanto do FMI, como do Banco Mundial, do fim do Apartheid, e da própria falência do GATT (General Agreement on Tarifs and Trade), para uma sua substituição pela OMC (Organização Mundial de Comércio), acabaram por mudar o rumo de Eduardo dos Santos, de uma República Popular à uma República Democrática, porém, essa luta de mais de 30 anos, somente foi capaz de cruzar – se com a paz em 22 de Fevereiro de 2002, quando Jonas Savimbi morreu em combate, longe disto estava o horror das balas que caracterizavam o passado. Eduardo dos Santos, vive uma vida com a sorte entregue à um mistério, ao longo da sua estadia enquanto Presidente da nação angolana, foi submetido à inúmeras catástrofes políticas, que fizeram de Eduardo dos Santos um verdadeiro escravo dos fins angolanos, até ao alcance da paz efectiva nacional, dada sua trajectória, de 2002 à 2013 impôs um crescimento económico à uma velocidade nunca antes sentida, no plano africano, todavia, Eduardo dos Santos, terá aceite uma nova forma de fazer Angola reconciliando o País de Cabinda ao Cunene e do Mar ao Leste.

Em 2016, impôs – se contra todos dentro do MPLA, e apontou João Lourenço para o substituir, vários foram os que acudiram em silêncio, outros não hesitaram em contrariar o Chefe Daquilo Tudo, ao dizer – lhe que Lourenço não era um camarada para o substituir, porém, Eduardo dos Santos, impôs – se contra a vontade de todos, e disse: João Lourenço tinha de o substituir, todavia, não precisou muito tempo para que o substituto se transformasse num verdadeiro presente envenenado, neste âmbito, com a entrada de Lourenço no poder do País, dado de bandeja, sem esforço algum, oferecido pelo Chefe, de graça, João Lourenço, ressuscitou todos os demónios da vingança e perseguição implacável e atirou – se contra o Chefe, transformou o MPLA num partido político africano imerso numa crise de identidade, que sepulta os seus heróis e patriotas com os próprios ossos e na forma viva, para jamais os ressuscitar ao longo do trânsito presente. Todavia, é mister que João Lourenço obrigue – se a repensar as suas estratégias, de forma a assegurar sobrevivência política do MPLA, pois que, com esse tipo de estratégia de vingança e caça – as – bruxas, o MPLA estará deitado no abismo irrecuperável.

O mapa político de João Lourenço continua a demonstrar uma forte tendência para a fraca democratização política em Angola, fazendo da vingança e perseguição ao Patriota na única forma de viver a Política e pensar a política, continua -se apesar de tudo, a estar longe da desejável democratização plena das instituições estatais em Angola, tanto mais, que importa não esquecer, que esta perseguição e vingança contra José Eduardo dos Santos, trará resultados amargos para o futuro do MPLA, marcado por uma expressa deterioração da aceitação política do MPLA no seio dos angolanos, será, desde logo, o fim do MPLA, caso João Lourenço não pare de perseguir José Eduardo dos Santos, não se esquecerá que estará a enterrar o MPLA no abismo irrecuperável, um suicídio colectivo, desde então, João Lourenço irá acabar pior que José Eduardo dos Santos.

BEM – HAJA!

Por João Henrique Hungulo

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