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Terça, 02 Julho 2019 21:10

Mas será que o João Lourenço não está a contribuir ainda mais na palavra “ingrato”?

Será que os elogios e as considerações de estimas de honra do actual Presidente da República de Angola, ao Ex-presidente José Eduardo do Santos ficou apenas no discurso de tomada de posse do dia 26 de Setembro de 2017 como Presidente da República?

.Sinceramente, Eu li e reli o discurso do Senhor Camarada João Manuel Gonçalves Lourenço, Presidente da República de Angola, na Universidade de Havana, ao 01 de Junho de 2019. E, com certeza, é inacreditável, aceitar que estamos a falar de cooperação entre Angola e Cuba, sem mencionar o Ex- Presidente da República, JES, num momento em que, muitos têm estado a acompanhar as publicações do Ex-presidente, nas redes sociais, e, é mesmo poucos meses que alguns cidadãos acompanharam a publicação do antigo PR JES que afirma: “Ilustres compatriotas, devo aqui aproveitar a oportunidade para recordar-vos da grande solidariedade que Cuba brindou à luta dos povos colonizados, em especial ao povo angolano, sublinhando a inesquecível contribuição daquele país, sob a sua liderança, na defesa e manutenção da soberania nacional, na resistência à agressão do então regime racista sul-africano.

O Ex-Presidente Fidel de Castro, é sem sombra de dúvida uma “figura histórica e lendária do movimento revolucionário”, que ajudou o povo angolano a defender a integridade territorial e todas as conquistas desde então alcançadas.

Em Fidel, não se vê apenas um antigo Presidente de Cuba e Chefe de Estado de uma nação amiga, mas uma personalidade política que pela sua visão clarividente e pela perseverança das suas ideias e actuação é considerado o concretizador de uma Cuba com avanços sociais, sem exclusão e, no plano internacional, um defensor acérrimo da libertação e desenvolvimento dos países e dos povos. Honra e glória, aos nossos heróis! - JES.”

.Sinceramente, a minha consciência falou mais alto do que as minhas preocupações e as necessidades, com o executivo angolano actual. Começo a dar conta que, o PR JLo tem muita força e não tem "vergonha". Existe muita coragem para o fazer, e, se for para combater a corrupção. É bem-vinda essa coragem. Eu, Elias Muhongo sou fraco, porque fui a busca das palavras do filósofo francês René Descartes que diz, “O bom senso (razão) é a coisa mais bem distribuída entre os seres humanos. Todos o possuímos em igual medida. É claro que as paixões muitas vezes podem cegar as razões. E as paixões estão presentes na vida política. Mas as paixões em si, mesmas não são suficientes para disseminar o fanatismo entre as pessoas. É possível defender uma concepção política com paixão, sem que isso, implique irracionalidade e fanatismo. E, Eu sei que, “As redes sociais deveriam trazer em Angola uma nova era de liberdade de expressão, democratização das informações e facilidade de acesso ao conhecimento. Em parte, é preciso admitir na verdade, que isso aconteceu. Mas a questão é que não ficou só nisso. A explosão no uso das redes também abriu espaço para o racismo, o discurso do ódio, a exaltação da violência ou a divulgação de notícias falsas, ódio, calúnia e difamação.”

Mas afinal de contas, será que o Presidente da República de Angola pretende que o seu povo fique “ingrato” com o antigo executivo e o Ex-presidente José Eduardo do Santos? Porque, não é possível e democrático, um Presidente falar do primeiro e não falar do antecessor. Será que seria uma corda no pescoço do presidente JLo? Se Ele mencionasse o nome do antigo, quando dizia que, “Penso por isso ser de todo o interesse recordar o passado e analisar o presente e o futuro das relações de cooperação entre Angola e Cuba no domínio do ensino e da formação, tanto mais que as relações políticas e diplomáticas entre os dois países, estabelecidas oficialmente em Novembro de 1975, nunca perderam a sua vitalidade.

Neste contexto, é de ressaltar que Cuba respondeu prontamente ao pedido de apoio de Angola para a formação de quadros desde os primórdios da sua Independência. É assim que logo no ano seguinte foi assinado entre os dois países um convénio relacionado com a educação, que mobilizou milhares de professores cubanos para prestarem serviço em Angola. Com a visão política do Presidente Agostinho Neto que entendeu a necessidade premente da formação de quadros para assegurar o desenvolvimento do país, Cuba acolheu em 1977 o primeiro contingente de angolanos com idades compreendidas entre os 12 e os 16 anos na Ilha da Juventude, continuando os estudos em diferentes universidades, incluindo esta de Havana, onde permaneceram até à sua formação superior em diversas especialidades. Os benefícios das nossas relações de cooperação no domínio do ensino e da formação de quadros são para nós visíveis nas dezenas de milhares de quadros angolanos formados nas várias áreas do saber como entre outras, na saúde, educação, agricultura, indústria, construção civil, transportes, pescas, geologia e minas, comunicação social, cultura e desportos”.

Será que o Ex-PR JES não entra nesta história? Eu espero só que os cidadãos não sejam ingratos entre irmãos.

Por: Elias Muhongo (Cidadão e Pesquisador)

BEM-HAJA!

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