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Terça, 25 Dezembro 2018 10:20

Existe ou não relações normais entre João Lourenço e Eduardo dos Santos?

O Excelentíssimo Senhor Presidente da República de Angola General João Lourenço realçou durante a sua entrevista última, que espaço no longo recinto da Cidade Alta, de que existem relações normais inerentes à sua pessoa à figura do ex – Presidente da República Excelentíssimo Eng. José Eduardo dos Santos. Mas tais palavras não passam de polémicas, porque o verbo não vai ao encontro da acção. Inúmeros factos mostram não existir relações normais no plano que liga ambas figuras da presidência que hoje cruzam uma linha de fogo à céu aberto.

Por João Henrique Hungulo

Ao vocábulo normal, dá – se inúmeras acepções, desde o ponto de vista psicológico, sociológico, biológico e de medicina, este último diz ser normal um organismo são (oposto de anormal, patológico ou doente). Nos termos geral normal, refere – se à um facto ou decisão que segue a norma previamente estabelecida, que não cria conturbações de natureza social, jurídica ou psicológica. Desde logo à que definir em palavras miúdas o vocábulo relações: implica iterações interpessoais no seio de grupos humanos, baseado na comunicação e tendo por meta reduzir a distância social. Quando é que essas são normais? Quando são realizadas de maneira simpática, amigável, afável, sem deturpação do enunciado, nem conturbação do emissor e do receptor.

  1. AS PROVAS MATERIAIS DIZEM QUE NÃO HÁ RELAÇÕES NORMAIS ENTRE JES E JLO

Parece que o clima vinculado à teoria das relações humanas no plano dos dois líderes da República de Angola (o ex – Presidente e o actual presidente da República), não anda em caminhos afáveis, o clima de relações humanas vinculadas neste domínio não vai de encontro ao revelado pelo actual inquilino da Cidade Alta [Excelentíssimo Senhor Presidente da República General João Lourenço], pois que, as provas materiais são avultadas, e andam todas ali expostas ao mundo vulgar, nenhuma delas caiu ainda em desuso. Zeno foi preso, como afirmou o Pai do Jornalismo angolano William Tonet “Na tradição africana, ainda que seja um monstro, nenhum pai, que já tenha exercido altas funções no Estado, como é o caso de José Eduardo dos Santos, estaria preparado ou aceitaria com a frivolidade ocidental, tal informação, no escopo da boa-fé ou do politicamente correcto, mais a mais não vinda de um ancião, mas de um menino, pese as relevantes funções que exerce. Neste diapasão, na opinião de próximos de José Eduardo dos Santos, tudo aponta, alegam, existir um projecto que vai de humilhação em humilhação, até a humilhação final, pois mal estava refeito do primeiro embalo (prisão do filho) e “recebe a notícia de violação domiciliar da FESA, por parte de agentes policiais, ao serviço da DNIAP, fortemente armados, como se o local fosse um covil de bandidos, para prender o presidente da Fundação, Ismael Diogo, sem que da diligência tivesse sido notificado, como determina a lei”, disse Manguel Jonafo, alto funcionário da instituição.”

            Como afirmou o Pai do Jornalismo angolano William Tonet “Eles entraram na FESA fortemente armados, com as armas em riste, quando chegaram no andar do dr. Ismael colocaram a secretária, determinando que ela dissesse onde estava o chefe, mandaram-lhe abrir a porta, conta, acrescentando, terem-no encontrado a despachar e foi apanhado de surpresa, pois estava a despachar e, na hora, apontaram-lhe a arma à cabeça, mandando-o assinar o mandado de captura, para depois lhe aplicarem as algemas e saírem com ele, em risos e chacota, como se ele fosse um delinquente altamente perigoso e a FESA um local de bandidos. Na sua opinião se esta prisão foi determinada pelo Procurador-Geral da República, general Pita Gróz, como forma de prender homens que consideram próximos do camarada José Eduardo dos Santos, então é porque existe aval do Presidente João Lourenço, nesta cruzada de luta contra a corrupção, que tudo vale, mesmo atentar contra direitos fundamentais da pessoa humana. Ismael Diogo, segundo a Procuradoria-Geral da República foi notificado por três vezes e não compareceu, logo, no quadro da lei deve ser levado por coacção, mas esta não significa prisão, mas condução para prestar declarações, sendo-lhe aplicada, no final, alguma medida ou não de restrição de movimentos. Uma questão, se o ex-presidente da República tem imunidades, durante cinco anos, como podem neste período invadir as suas residências e escritórios, como fez o DNIAP, na FESA, fundação do Eng.º Eduardo dos Santos, sem notificação ao patrono, sobre este trungungu policial, como se fosse num filme de terror”.

            A falta de ética em Angola, hoje, edificou na consciência política um espírito agressivo. São tratos longe do perfil ético das pessoas que destroem grandes organizações políticas, que grandes partidos perdem a credibilidade e caem no desuso. O desdém da ética em política, denota carência e fragilidade moral no poder, o poder cai com percorrer do tempo por falta da ética, a ética é o nutriente que alimenta o poder político.

            Como pode o actual Chefe do Executivo afirmar de viva voz existir relações normas com os factos persistentes que tomaram eco na atmosfera actual? Completamente contraditório, há sobras de provas de que não há relações normas. As relações encontram – se completamente congeladas, estranguladas, adulteradas, infringidas, atacadas. Se for relações normais que se começa desde logo à diante, e para – se de uma vez por todas o clima insano que entremeia o espaço vinculado às relações entre as duas figuras de proa da política nacional.

Isabel dos Santos uma figura empresarial que muito deu para a grandeza da Pátria, dando pés à vida económica do País, hoje encontra – se foragida, nem mesmo no País em que nasceu e tanto lutou para a sua grandeza mereceu glória em seu nome. Foi - lhe roubada o direito de orgulhar – se por sua própria pátria e sua própria terra mãe, retiraram – lhe todos os direitos até o direito de ser livre, colocada à deriva, sem eira, nem beira, porque os donos do poder hoje, a perseguem feita uma presa caçada por leões.

Quem aceitaria ter filhos à serem caçados feitos chacais na selva? Nem mesmo um animal, contentar – se – ia, com tal fenómeno de cunho hediondo, enquanto mais um homem de valor, quanto Eduardo dos Santos, que deu o peito às balas quando a desintegração provocada pela guerra fria era inegável, um nacionalista que se entrou à séria aos fins da nação desde ainda jovem aos 18 anos em 1961? Um homem que deu paz à nação, trouxe o programa de reconstrução nacional? Um homem que deu tudo que tinha de juventude à nação? Um homem com equilíbrio cognitivo e intelectual? A passar tamanha humilhação, ainda assim, há vozes hipócritas, que vêm à tona dizer haver relações amigáveis? Como se diz na gíria “gindungo nos olhos do outro é refresco”.

Que tipo de amiguismo se faz referir? Da perseguição? Da vingança? Da caça às bruxas? Como disse William Tonet “Ninguém pode, em sã consciência condenar a legitimidade que assiste a João Lourenço, nesta cruzada, depois de se lhe ter dado, de mão beijada, o controlo exclusivo de todos os órgãos do poder de Estado, com a agravante do poder judicial, que poderia ser a esperança, numa verdadeira transição, constituir, mais uma vez, a sola seca do seu sapato (Titular do Poder Executivo). Daí assistir-se à política a amarfanhar o real papel da justiça nos preceitos: CORRUPÇÃO, TRAIDORES DA PÁTRIA, COFRES VAZIOS, IDENTIFICADOS OS CORRUPTOS, MORRER NO FOGO, MARIMBONDOS, etc., etc., etc. e tal.”

Não pode haver relações normais expressas na turbulenta acção do actual executivo angolano que visa fazer face à Eduardo dos Santos tomado por alvos os seus filhos […]

Tchizé, no mesmo dia em que João Lourenço afirmava haver relações normais fez circular um vídeo nas redes sociais onde faz presente existir homens à mando dos homens do poder em Angola, à perseguí – la. Onde há - de parar esse País de perseguições afinal? Será que José Eduardo dos Santos é único que errou? Onde está a honra e a dignidade de um líder Senhores do poder em Angola?

  1. HÁ QUEM DIZ QUE JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS FOI PIOR QUE JONAS SAVIMBI E AGOSTINHO NETO

Até já se assistem pessoas a dizerem que o Dr Neto e Dr. Savimbi foram melhores líderes que o Eng. Eduardo dos Santos.

Que Savimbi tratam afinal? Falam de um Savimbi extra – terrestre ou humano? Ou do Dr Jonas Malheiro Savimbi que viveu nesta terra chamada Angola e construiu a sua cidade na Jamba? É mesmo do Dr Savimbi reconhecido como o rebelde mais forte que África já teve? Só se for um outro Savimbi, porque o que o ouvimos, e o conhecemos está longe de ser este tratado por muitos.

Outros dizem que o Dr Neto é um herói nacional, mas o Eng. Eduardo dos Santos é um assassino, um apátrida, um tirano, pior que esses dois líderes, e não merece nem o título de patriota nem sequer o título de herói.

  1. ONDE ANDA A VERDADE?

Se José Eduardo dos Santos é um assassino, corrupto e tirano como hoje muitos ousam dizer, e, não merece ter o simbolismo de herói ou patriota da nação pelo facto de haver corrupção no consulado que assumiu, é líquido concluirmos que as duas figuras que o antecedem, estão longe de serem patriotas ou figuras heróicas. A corrupção segundo a Carta Magna da ONU não entra nos crimes de lesa – humanidade, mas os crimes cometidos por Dr Savimbi e o Dr Neto figuram esse título de crimes.

O termo crime contra a humanidade, hoje, tomou o corpo penal do Direito Internacional, que o descreve como sendo actos que são deliberadamente praticados como parte de um ataque generalizado ou sistemático contra qualquer população civil. Ao contrário dos crimes de guerra, crimes contra a humanidade podem ser cometidos tanto em épocas de paz quanto em épocas de guerra, não sendo estes eventos realizados de forma isolada ou esporádicas, porém, são partes da política de um governo ou de uma ampla prática de atrocidades por uma determinada autoridade com factos de assassinatos massacres, extermínio e genocídio.

Em Angola os crimes contra humanidade estão ali à vista de todos, o 27 de Maio oferece razões suficientemente capazes de o transformarem num crime contra a humanidade. Os crimes praticados por Jonas Savimbi na Jamba fazem menção à crimes desta natureza, Savimbi matou um número considerável de suas esposas a partir da histórica Vinona, a Cândida, a sobrinha Navimbi Matos sobrinha da Ana Isabel (irmã da Romy esposa do Tito Chingunji) acabaria por morrer em 1983, queimada viva etc, etc e mais tarde a Ana Isabel com quem ele teve filhos.

O fumo misterioso que anda a esconder a verdade sobre a morte da primeira – dama de Jonas Savimbi, acabou destruído por um golpe da verdade, a verdade veio à tona e derrubou a confusão sobre o mistério da morte de Ana Isabel Paulino. Uma das tantas mulheres de Jonas Savimbi, da fileira indiana que compunha as vaidades palacianas do mano mais velho Jonas Savimbi. A única mulher a quem o antigo líder rebelde conferiu estatuto de Primeira-Dama acabou morta com requintes de crueldade: enterrada viva e com Savimbi a assistir tudo atrás de uns arbustos. Parece que Eduardo dos Santos nunca mandou queimar uma de suas mulheres, nem sequer concubinas, mas Savimbi fez isso e mais alguma coisa.

Enquanto Eduardo dos Santos se caracterizava por uma personalidade calma, serena, e do perdão à todos, Savimbi, de feitio mais exuberante, superou – o com os seus impulsos de megalomania. Posto que dotava de uma alta competência militar, toda a sua aventura labiríntica de guerra foi de um homem obcecado pelo poder que talvez se julgasse a encarnação de um “messias tropical”, destinado, providencialmente, a salvar Angola com o desejo ávido de ser Presidente, e, sentar – se no trono por vontade de todo povo.

Sujeito à sua vontade e capricho, o exército de devotos por ele arrastado, numa proeza inglória pouco mais se distinguiu de uma grandeza numérica. Quem se interpusesse no seu caminho ou criticasse os seus actos e decisões estava destinado ao fuzilamento não sem antes ser acusado de traidor ou um profissional do ressentimento e da inveja. A lista das suas vítimas internas foi extensa e nem as famílias dos seus apaniguados poupou.

Dizer que Eduardo dos Santos é pior que Savimbi, é uma aberração total, é um eclipse moral absoluto. Eduardo dos Santos nunca ordenou enterrar famílias completas vivas, nunca mandou queimar ao público pessoas e assistir na plateia feito um espectador dos jogos romanos. Haja verdade no olhar do mundo actual sobre as questões voltadas ao passado.

A verdade está rota e anda nua, hoje a mentira tornou – se num artigo de luxo.

  1. HÁ QUEM DIZ QUE HOUVE MAIS MORTE EM TEMPO DE GUERRA QUE EM TEMPO DE PAZ

Não é verdade também que houve mais mortes em tempos que paz que em tempos de guerra. Desde 1979 quando José Eduardo dos Santos assumiu o poder o censo angolano era de 7,4 milhões de habitantes. De 1979 à 1999 o censo passou de 7,4 milhões à 15,95 milhões de habitantes, há que realçar que de 1979 à 1999 passaram 20 anos, logo, a população acresceu na sua densidade demográfica 8 dígitos correspondentes à 8 milhões de habitantes durante 20 anos de percurso de guerra. De 1999 à 2002 a população regrediu de 15,95 milhões para 14,89 milhões, desde logo, a guerra sangrenta foi causa efectiva de tal declínio da densidade demográfica. Desde então de 1979 à 2002 o crescimento demográfico foi péssimo, marcado por um aumento de apenas 8 milhões de habitantes em 23 anos de guerra. Vejamos, em 2014 o censo demográfico foi de 26,92 milhões, de 2002 à 2014 passaram apenas 12 anos e o crescimento demográfico foi alarmante, com acréscimo de 12 milhões de habitantes. Agora vejamos, se em 23 anos de guerra a população acresceu apenas 8 milhões de habitantes, e em 12 anos de paz acrescentou 12 milhões de habitantes, onde é que houve mais mortes? Claro que foi durante a guerra onde a sociedade assistiu uma densidade demográfica estacionária.

Desde o ponto de vista de esperança de vida em Angola, em 1979 a esperança de vida era de 40 anos, e de 1979 à 2002 a esperança de vida passou de 40 anos à 46 anos, logo, durante 23 anos de guerra a esperança de vida do angolano somente sofreu alteração positiva para 6 anos, quase nada mudou, manteve – se completamente estacionária. Vejamos, com a vinda da paz de 2002 à 2017 a esperança de vida foi de 61 anos, logo em 15 anos de paz a esperança de vida aumentou 21 anos, quase a metade da esperança de vida durante os 23 anos de guerra. Logo dizer que houve mais mortes em tempo de paz do que em tempo de guerra é uma é uma redundância repugnante. Os números falam por si. Em 23 anos de guerra os angolanos não cresceram, morreram apenas, em 15 anos de paz, o crescimento demográfico tornou – se alarmante.

Quem diz que há mais mortes no tempo de paz que na época da guerra só deve ser um ignorante compulsivo.

  1. HÁ HOMENS QUERENDO MUDAR O CURSO DA HISTÓRIA, MAS CONTRA FACTOS NÃO HÁ ARGUMENTOS: JES FOI QUEM ESCOLHEU JLO PARA O SUBSTITUIR

José Eduardo dos Santos foi quem escolheu João Lourenço, e no princípio nem sequer o bureau político o queria, mas José Eduardo dos Santos impôs ao Bureau Político que aceitasse João Lourenço, e fez uma vasta propaganda no seio do MPLA para que fossem aceitar João Lourenço como o novo Presidente do Partido e respeitá – lo de forma precisa.

Os que têm ouvido ouçam a voz da razão como disse “Kant” — die Vernunft regiert die Welt [a razão governa o mundo], os que têm pele sintam a força da luz, como disse Galileu – Galilei: “Divina lux est” [a luz é divina].

We need an Angola for solutions and not for the problems!

Abbiamo bisogno di un'Angola di soluzioni e non di problemi!

Wir brauchen eine Angola von Lösungen und nicht von Problemen!

Nous avons besoin d'un Angola de solutions et non de problèmes!

Нам нужна Ангола решений, а не проблем!

Opus solutio Angola et non problems!

«PRECISAMOS DE UMA ANGOLA DE SOLUÇÕES E NÃO DE PROBLEMAS!»

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