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Quinta, 23 Agosto 2018 21:15

A FNLA no abismo político permanente

A formulação de uma avaliação consistente do actual estado da democracia no país, exige um balanço de posições sólidas à serem tomadas pelos partidos políticos, se ontem, as chaves dos partidos políticos residiam na cor de pele e na origem da pessoa (família, tribo, região, religião, etc), hoje isso acabou, os partidos políticos, têm de aceitar a realidade do País, e, parar de remar contra as correntes das águas, ao se assentarem no passado, perdem a cabeça e o apoio do povo, o que se vê da FNLA.

Por João Henrique Rodilson Hungulo

Uma das primeiras organizações à surgir, tornou – se num projecto político miserável perante a política nacional. O tribalismo e o racismo lhe tornaram possessa, colocando – a, entre a espada e a parede, frente às circunstâncias, vivendo uma dispnéia política de gravidade irrecuperável, que a colocará fim. Se ontem o ser tribalista, o ser regionalista, xenofobistas, separatista, eram entes tornados em modus operandi da FNLA, hoje, esses entes enjoam à todos, e, ninguém quer ouvir mais falar destes, se quer continuar em pé enquanto partido político, a FNLA deve deixar de ser o partido dos racistas e tribalistas, alérgicos à unidade nacional.

A FNLA existe até hoje à luz de discursos caducos, perdidos no tempo, no espaço e em pessoa, são esses discursos separatistas que circulam as artérias e veias deste período conturbado pelo qual a FNLA passa, esses discursos pró – raciais e pró – regionais, se tornaram num verdadeiro tormento que aos poucos vai matando a FNLA.

O contraste entre os diagnósticos e prognósticos do futuro da FNLA, predominantes desde o passado, faz da FNLA um partido obscuro. A sua eclosão como partido pertencente apenas ao povo bacongo, e o cenário real diante do qual se encontra, é sinal claro do fim. Fora dessa referência, corre-se o risco de simplificar o julgamento do seu fim último ou de ficar prisioneira de uma era arcaica para sempre, em virtude dos acontecimentos isoladamente considerados relevantes dentro do núcleo da FNLA, que continuam a envenenar a alma de militantes ao ponto de matarem o partido com o seu racismo, tribalismo e regionalismo desmedido. O projecto de unidade nacional dentro da FNLA, é visto como algo amargo, incapaz de ser digerido por todos, é o tribalismo e o racismo que tomaram por corpo à todas as vozes que clamam em babel.

O racismo e o tribalismo dentro da FNLA são vistos como sendo uma espécie de fidelidade aos princípios que nortearam a criação do partido, e, isso permanece na solidez fecunda da existência dos seus estatutos com intuito de recuperar o centro da grandeza tribal e da solução satisfatória de alguns dos pontos mais urgentes da agenda de um partido prostrado e à beira da dissolução total.

A FNLA está longe de um dia ser governo, ou nunca, lá há de chegar, é o fim que faz caminho dos seus pés, no entanto, é o fim que o lema da equipe da FNLA apregoa.

O melhoramento dos principais indicadores da decadência deste partido (pluralismo democrático, aceitação de todas as tribos afectas à nação angolana, a superação à alergia inerente à convivência multi – regional e multirracial) não pode ocultar as ameaças de médio prazo que constituem as insuficiências dos estatutos políticos e dos princípios conservadores deste partido.

Os perigos da extinção estão ali à vista de todos, até cegos conseguem observar, a irresolúvel questão da negociação com várias das tribos angolanas, com várias das regiões angolanas, com várias das culturas angolanas, correspondentes ao padrão humano dos angolanos, que abundam hoje a nação é inegável. A apreciável decadência da situação interna do centro do poder da FNLA, e, o aumento dos índices de divergência interna e indigência política, inscrevem-se no quadro de uma situação política de gravidade inédita dentro da FNLA.

Por outro lado, a sustentação da legitimidade do actual presidente do partido, que na sua inédita inércia, vai mantendo ao seu lado, o centro de gravidade do poder, e, a convivência política conflituosa com povos não – bacongos (chamados de povos estrangeiros ou alheios aos interesses do partido), não podem ocultar a subsistência de uma grande brecha política para o fim da FNLA.

Assim como a persistência de práticas pró – raciais, pró – regionais e pró – tribais, nascidas no calor de graves princípios da UPA, se instalaram como modos estáveis de funcionamento do poder no limite da legalidade partidária dentro da FNLA, fenómeno que o autor chama de "abismo político permanente". Em última instância, as profundezas do abismo político que correm os caminhos do partido FNLA, definem um rumo instável que o faça desacreditado perante o mundo angolano e diante de seus próprios militantes.

O múltiplo conservantismo de há muitos anos estabelecido gerou prognóstico agourento e desespero estrondoso. O curso dos acontecimentos não validou nem os cientistas da FNLA nem os augúrios de um novo começo histórico surgido das cinzas da velha política. A política da FNLA é, mais exactamente, um amálgama de continuidades e rupturas, de processos de longo prazo que se sustentam e permanecem no racismo e no tribalismo, e insinuações da consistência milenar das referências fundamentais dos estratos sócio - culturais e políticas de profundeza bacongo, o ciclo vicioso do tribalismo e regionalismo iniciado com o seu surgimento permanece aberto, embora, tenha sido superado pelas suas facetas mais explosivas e destruidoras. Porém, nunca foi superada pela incerteza sobre a subsistência da FNLA, por isso, sobrevive na incógnita do amanhã, e, na interrogação sobre o grau de renovação que tem de impor, perante a convivência multirracial e multi- regional que é a forma obrigatória da existência da geração contemporânea.

Fundada no distante ano de 1954, quando os ânimos irradiados do nacionalismo começaram à ferver sobre a panela das revoluções em Angola, veio à tona um imberbe de nome Holden Roberto, nutrido no nacionalismo de seu tio Barros Necaca, pioneiro de Bakongos, e, por uma sucessão de primeiro-ministro no Zaire de Patrice Lumumba. Holdem, estabelecera seu governo exilado no Congo Kinshasa, tendo - se tornado no primeiro presidente do GRAE, mesmo que muitos dos seus prosélitos à tentam atribuir um papel de militar, na verdade, Holden nunca manifestou audácia, nem alma de militar, Holden se parecia à um administrador de um partido no exílio, que, somente lhe restava por acção a imposição de ordens de acções clandestinas à distância, para causar desmandos nas fazendas dos colonos do Uige e do Soyo, porém, foi ele, a ferramenta fundamental para que a FNLA fosse um facto, enquanto organização anti – colonial, e, força política nos tempos dos maquizards.

Holden, o autor da Bíblia do santo racismo e do idolatrado tribalismo, que é hoje a prece maometana de seus fieis crentes, antes mesmo de prestarem o culto ao partido, é a cor de pele quem fala mais alto que a militância no partido, é a origem regional que vem primeiro antes do (ser) angolano. Este racismo e tribalismo, emboscaram o partido de Holden, o homem que achava ser militar, mas sentia medo do ruído das armas e do cheiro da pólvora. O racismo e o tribalismo colocaram a FNLA sobre espinhas, e, cada dia que passa vai afundando aos poucos. Holden já deixou há muito a terra dos vivos, mas seu fantasma infectou a FNLA fazendo ressuscitar o vulto do racismo, do regionalismo, do tribalismo abjecto e débil.

Este tocante tribalismo, não perdoou nem sequer ninguém, mas quem busca no angolano a cor da pele ou a sua tribo, é o troco do desespero que fará o seu consolo, o diabo o tomará por caminho, e, o fim lhe será imediato, a final de contas, Angola é multi – regional e multi – racial, não se justificando trazer a batota das raças ou a batotas das tribos, para medir o peso de cada um no seio dos partidos, os que quiserem hoje ser melhor partido em Angola, não devem optar mais por ressuscitar o fantasma do passado, porque quando os tempos mudam, as vontades também mudam. Se ontem ser tribalista era normal, hoje o tribalismo é um presente envenenado, capaz de matar por completo os partidos, e, os deixar desamparados como uma criança órfão de pai e de mãe, não fica de fora o racismo, quem olha na cor da pele para qualificar o homem, hoje tem o preço do desprezo de todos, o que lhe restará de subterfúgio será o fim último da sua existência.

Holdem conheceu o seu quadro natalício ao 12 de Janeiro de 1923, em São Salvador, no norte de Angola, filho de um trabalhador da Missão Baptista. Tomado por sua tia em 1925 para Kinshasa. Tendo deixado Angola aos 2 anos de idade, não conseguiu passar muito tempo no país desde então, eis porque, seu partido nasceu no berço de radicais racistas e tribalistas congoleses.

A FNLA veio à génese com o nome de União das Populações do Norte de Angola (UPNA), assumindo em 1958 o nome de União das Populações de Angola (UPA). Em 1961, a UPA e um outro grupo anti-colonias, o Partido Democrático de Angola (PDA), constituíram conjuntamente a FNLA. Depois da independência de Angola, a FNLA lutou contra o Governo Angolano para tomar o poder pela força e impor o seu racismo e tribalismo, porém, o tiro lhe saio na culatra, o movimento liderado por Holden, perdeu importância face à UNITA que também lutava nas mesmas circunstâncias para tomar o poder pela música do gatilho. Hoje a FNLA, se tornou num mendigo em busca de salvação, porque anda adoentada à procura de arrependimentos confesso diante de padres e pastores, para que a sorte à tenha de dar um lugar celeste nos céus, porque a terra se tornou madrasta, já não lhe pertence mais, o racismo e tribalismo aos excessos, tomaram de assalto a FNLA e a deixaram completamente infectada pelo seu vírus, estando hoje num estado de coma profundo, não fala, nem ouve, não come, nem anda, somente lhe restou de sobra os dias do fim, lhe colocaram na garganta um tubo - endotraqueal feito num hospital de um ermo insólito na companhia do cantar de bandos de pássaros assanhados.

O coma colocou – a, no princípio do fim, os efeitos nefastos deste vírus do tribalismo e do racismo, colocaram os familiares do doente – FNLA a pernoitarem na região geográfica adjacente ao Hospital, porém, de ânimos agitados não conseguem buscar remédio algum, para salvar o doente – FNLA que, há anos, foi atacado por um vírus de pesada fisiopatologia, cuja espécie microbiana somente o médico dos médicos, aquele cuja residência é nos céus conhece a sua estrutura molecular para o salvar. A FNLA está em coma.

O partido racista e severamente tribal de Holden anda jogado aos lençóis do Hospital há muitos anos, retido num mundo mórbido, não se restam dúvidas de estar à passar por uma crise política que a tenha de levar ao coma profundo; fruto de suas políticas separatistas e tribais, que chamam para si o racismo e segregação regional, que nem há metro, nem à balança se podem medir, a FNLA, está doente e respira por um ventilador mecânico, anda completamente acamada, em estado de coma, chamando ao socorro os ossos de Holden para dos túmulos o fazer ressuscitar.

A FNLA está completamente entregue às mãos da perdição, nada mais à resta de sobra, nem mesmo a invulgar popularidade à deixou cair para longe, em cada segundo, em cada minuto, em cada hora do dia, em etapa da sua doença, a FNLA vai emagrecendo como um doente vítimas de SIDA atacado por um quadro diarreico crónico, secundário à gastroenterite infecciosa de natureza viral. Sem remédio político nenhum para a salvar, não se sabe, quantos anos lhe resta de sobra, para a falência múltipla de órgãos tomar conta do fim. Porém, sabe – se, que a sepultura está ali à espera de mãos abertas.

Aos poucos, vai perdendo corpo da sua existência, é a hecticidade popular que definha cada dia os seus seguidores. Hoje os angolanos fogem da FNLA como os búfalos afugentam – se do rugir de um leão, o racismo e o tribalismo não param de deitar o seu cheiro podre que enjoa à todos, afugentando seguidores, como se fosse uma fossa completamente distratada que do subsolo vai lançando o seu cheiro nauseante.

Em 2017 se conseguiu num milagroso acto eleitoral um deputado, vale realçar que estavam no fim do fim, foi a sorte milagrosa de Deus, que as permitiu em permanência. Porque a FNLA, não tinha condições nenhuma para ter um deputado se quer. Anda falida até as últimas reservas de militantes já se esgotaram, os maquizards há muito que partiram para os seus destinos, nem desta querem mais saber, é a desordem quem à tomou de assalto. O clube de racistas e tribalistas atrozes comanda esta desgraça há muito, com regionalismo conservador, não faz parte do clube quem não tiver o ADN ou o ARN do racismo.

A FNLA está doente, em estado de coma profundo, e não sabemos quantos dias poderá aguentar acamada, sem anti – retrovirais políticos, é o espaço da enfermidade que a resta de solução para o fim, lá no seu corpo, são as confusões e rivalidades que se manifestam no magote de colegas de armas, uns exaltados rogam a saída do chefe, outros têm outras visões, mas a preocupação da FNLA não passa por isso. A FNLA há muito que foi sequestrada pela perdição, está entregue à sepultura, ninguém sabe quem o há - de salvar, se alguém duvida do que escrevo aqui, convém esperar em 2022, quando Angola tomará por rosto as novas eleições, será a vergonhosa derrota quem deixará em pauta o fim do partido dos pioneiros nacionalistas, a ser verdade, num processo eleitoral sério, nenhum deputado há - de conseguir, essa FNLA está doente e vendida à morte imediata, precisa de médicos capacitados para à salvarem desta morte e a retirarem da sombra fantasma de Holden, que se solta dos túmulos para a amaldiçoar, com a raiva que levou quando os seus descendentes decidiram coloca – lo no beiral político. Holden foi forçado à abandonar a casa (FNLA), que construiu sozinho, sem esforço de nenhum dos filhos, a casa (FNLA) que equipou sozinho, colocou os alicerces, ele mesmo transportava os blocos sozinho, fez o cimento sozinho, até levantou as paredes do partido sozinho. Holden acabou por morrer arrependido de ter criado a FNLA, que no fim, a abandonou e o expulsou, o seu fantasma, deixou o saldo do desespero no seio do partido, todos hoje ouvem os vultos de Holden, tentando arremessar a casa de racistas e tribalistas que menosprezaram o fundador quando voltava da Diáspora.

HAJA – LUZES SOBRE TREVAS E DEUS SEJA LOUVADO!

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