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Quinta, 05 Julho 2018 11:02

Configuração da escola como centro da materialização de valores que transcenderam – se à independência de angola

Antes de abrir a presente excursão intelectual, vale realçar que os nossos heróis, fizeram dos valores aprendidos na escola seu epicentro para impor a liberdade como uma figura pela qual viriam lutar e morrer.

Por João Henrique Hungulo

A escola os permitiu ganhar consciência sobre os caminhos à trilhar para fazer da liberdade um valor realizado, a escola determinou a realização de heróicos patriotas no domínio da liberdade das províncias do ultra – mar, foi mediante homens de coragem que o impossível ganhou rosto de modo à imperar pelo lado do possível, homens que desafiaram o impossível face aos obstáculos que lhes era imposto. Foram até ao limite do sacrifício, entregam – se, de corpo e alma, para a realização do País no domínio da liberdade e da independência. A escola nesta sorte, mereceu um papel crucial na formação de um homem que viria à se tornar num verdadeiro obstáculo àquilo que parecia impossível, homens esses, que para os quais, o impossível não tem precisão existencial, nem no tempo, nem no espaço, aliás, impossível, é o subterfúgio dos fracos, os forte fazem face às agruras dos tempos e permeiam os catálogos da história.

A escola mereceu um papel capital para a materialização de uma nova consciência de valores que transcenderam à independência de Angola, pondo longe o País, das grilhetas do passado imposto pelo colonialismo português.

Pela ironia do destino, aos nossos dias a vida é feita no seio de uma sociedade anti – solidária, que prioriza o periférico e o superficial, que esqueceu – se da história para pôr na fronte de tudo a matéria, que negligencia os grandes patriotas que fizeram da sua terra mover – se para Nação. O individualismo e o anonimato, se fizeram num ácido funesto que de maneira progressiva destroem o património da humanidade contemporânea, que é a sua própria história, de heróis vivos ou mortos, isso resulta na marginalização dos valores mais nobres da consciência humana e da própria sociedade em si. A cultura em voga leva os indivíduos a uma atitude de indiferença em relação aos princípios cívicos, patrióticos, morais, as normas e regras de garantia do convívio social ou de indecisão quanto às que devem seguir. Já não se aplaudem heróis, mas se enaltecem as riquezas, esquece – se o passado do País, fazem – se realçar o material, estamos na verdadeira época em que os interesses materiais privaram o homem numa cadeia de desumanização importante, porque, quem não faz do passado um legado de exigência sobre as sociedades, menospreza a própria humanidade, porque é do seu passado a sua própria existência enquanto processo continuado de inúmeras épocas que marcaram a sua existência.

O sobrevir da idade moderna ficou marcada por uma nova era para os países no seu todo, ditada por um novo curso do estudo das questões gerais e fundamentais relacionadas com a natureza da existência do homem; do conhecimento; da verdade; dos valores morais e estéticos; da mente; da linguagem, bem como do universo em sua totalidade. Nesta época a filosofia mudou – se para um rumo contrário ao seu passado, passando à incidir – se para a supremacia da razão, para o laicismo, em detrimento dos fenómenos de natureza metafísica, Deus saiu do centro das suas questões e o homem volta o seu olhar para si mesmo.

A questão central para a humanidade, ficou marcada como valor de preocupação obrigatória para grandes estudiosos, filósofos, sociólogos, psicólogos, etc. A preocupação com os valores de natureza ética, cívica e moral, vieram à pauta, como valores de preocupação universal para à humanidade toda, fazendo – se em valores de discussão global em espaços de convivência social, não estando a escola de parte. Estão entre tais valores a liberdade dos povos, onde a escola, mereceu um valor de destaque para a independência do homem das azedias colonialistas. É neste espaço chamado escola, onde foi construído homens com carácter nacionalista e patriota, que viria a pôr fim ao regime colonialista em Angola.

Foi na escola, onde homens privados de valores no domínio do saber, ganharam consciência da necessidade de se tornarem homens livres e independentes, ganham novas luzes no que concerne à independência de suas Nações, é na escola onde grandes patriotas, forjaram uma nova personalidade de lutar e defender os valores da Pátria e da Nação. A escola, ficou marcada como o epicentro da revolução das províncias do ultramar, porque foi dessa que a coragem e a firmeza encontraram nos estudantes das colónias o seu ressalto predilecto. 

Os espaços sociais de cada sociedade, são definidos, com base em valores que lhe são intrínseca, não obstante, é a classe de elite de cada sociedade, a detentora do poder no que diz respeito a concepção de espaços sociais. É da classe superior da sociedade, que sobrevém a emissão de símbolos, de códigos, que fazem o sistema simbólico que dão a definição dos espaços sociais. Assim a escola apresenta-se, como um dos meios reprodutores do espaço social que é criado, formado e constituído quotidianamente em conformidade com as necessidades dominadoras da classe que está no poder. A escola, nessa perspectiva, apresenta-se como uma reprodutora de um arbitrário cultural do qual ela não é produtora, apenas um instrumento a mais de reprodução cultural, a qual contribui à reprodução das relações entre os grupos ou as classes, constituindo a reprodução social dos valores estabelecidos nesta ordem.

A escola exerceu uma força sede para a invenção de oportunidades que viabilizaram o louvor patriótico dos estudantes, a escola pude reforçar as comunidades estudantis à liberdade da sua geografia tomada por metediços colonialistas. A escola elevou o juízo de nacionalistas como Dr. António Agostinho Neto, Viriato da Cruz e Mário Pinto de Andrade, estudantes acérrimos da Casa dos Estudantes do Império, no Clube Marítimo e no Centro de Estudos Africanos, foram elevados à reflexões de valor superior sobre a Pátria e Nação Angolana, tendo como legado a defesa primeira dos interesses do povo angolano. A escola libertou os nossos nacionalistas à maiores realizações do País, foi neste domínio que a escola fez dos estudantes em heróis imortais, patriotas de proa, lutadores de justa causa, que escaparam – se do conformismo deformante de índole colonial e do castigo hediondo do chão que nasceram, assumiram desafios territoriais de integração e independência de Angola. Foi através do processo de estudar que a Pátria ergueu – se à liberdade através dos seus filhos que se colocaram à dispor das circunstâncias, de forma inevitável e implacável, face a qualquer tirania colonial com eles imposta. Na escola foram construídas novas fontes de influência para o processo de descolonização de Angola.

Não se fez de parte Eduardo dos Santos e Lúcio Lara, guerrilheiros implacáveis, estudantes disciplinados e muito destacados, Eduardo dos Santos em Bakú, no curso de Petroquímica, não deixava de parte a exaltação patriótica como maior legado da sua existência e como modelo capital na forma de fazer realizar Angola. Tchiweka, não deixou a razão na penumbra da acomodação, moveu - se para mais longe, colocando em causa a sua própria vida, que Angola encontrasse com a liberdade plenamente adiantada, mesmo que a sua vida fosse à sobre do preço pago para tal facto. Estes heróis, vivos ou mortos, ergueram – se às alturas majestosas para salvar Angola do imperialismo imposto pelo Estado Novo de Salazar. Angola não lhes pode ser madrasta à par de uma era do menosprezo do preço por que pagaram para à liberdade de todos angolanos e da Nação. Nunca podem ser colocados na terra do esquecimento, no ermo e no silêncio, porque seus factos são imortais na memória de Angola enquanto Pátria de heróis. Estes nacionalistas sacrificaram as suas vidas para a obra chamada Angola. Foi através destes estudantes da antiga – província do Ultramar – Angola, que o País moveu – se para à Pátria, que a liberdade fecunda, pariu no chão angolano novo modo de fazer o País volver - se. 

BEM - HAJA AOS NOSSOS HERÓIS! 

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