Por João Hungulo
A falta de humanismo, é tanta em Angola, com um pendor lastimável, cujo cúmulo, é tão elevado que atinge a preferência do convite à um actor de novela com vista a alimentar o olhar da multidão, ao passo que o Centro Nacional de Cirurgia Cardíaca, teve de encerrar por falta de verbas, o Centro Nacional de Hidrocefalia esteve às portas do fim, e dava o seu grito de socorro.
Os angolanos detentores de bens de diversa esfera, apresentam – se sempre surdos e mudos, completamente insensíveis, no que tange a ajuda ao próximo, porque quem prefere alimentar os seus desejos visuais com o desfile de um actor de novela de índole internacional, enquanto, centenas de doentes estão à beira da morte por lhes faltar medicamentos para satisfazer o reparo de suas saúdes, está a provar diante do mundo que é avesso ao humanismo e a solidariedade com o sofrimento alheio: Se estão a sofrer que sofram lá, a vida é deles. Triste Angola, completamente desumana! De então, este gesto dos angolanos, prova o quanto são cruéis, insensíveis e desumanos, que preferem sacrificar a vida do povo nos Hospitais, e guardar milhões de dólares nos contentores das fazendas, preferem observar um actor de novela, e deixar milhares de indivíduos a morrerem sem assistência médica nos Hospitais.
O pior de tudo, é que inúmeras angolanas provindas de várias paradas do País albergaram – se no EPIC SANA, em Luanda, noite antes do acto de desfile do dito actor Korzan. Este Hotel, ficou marcado por um magote de mulheres e alguns homens com a razão fora do lugar, vindos de vários pólos do País, sem roupa de cama, deitados ao chão, que de então, estavam sujeitos à assaltantes, e a doença não lhes teria poupado a saúde, porém, sacrificaram – se em gesto de espera, pernoitando na rua, sem alimentar – se de facto, somente com o fim de observar um actor de novela, de então, prontas para pagarem 10 mil kzs para o ingresso de uma gala que visava somente observar o actor em desfile, sem direito a nada mais para além da satisfação dos desejos visuais e profanos. Se cumpria o sonho de muitas angolanas e angolanos: o de ver o homem mais querido por elas e eles, o homem das novelas. Isso somente cumpre as ideias de Trump segundo a qual: “o Africano não pensa, o africano faz as coisas sem pensar as consequências, o africano não usa a cabeça antes de fazer as coisas, o africano faz as coisas por emoção, o africano só faz o que bem desejar fazer, mesmo que o que fizer não tem nenhum ganho, desde que é para emoção ele faz. Agora tenho a humildade de reconhecer que Donald Trump, teve sempre a sua verdadeira razão em dizer o que sempre disse sobre os povos africanos.“
O PRÓPRIO Yigit Kozan, RECONHECEU QUE OS ANGOLANOS TÊM DEMASIADOS PROBLEMAS POR RESOLVER E NÃO SE JUSTIFICAVA A SUA VINDA PARA ANGOLA, UM PAÍS ONDE A SAÚDE ANDA DE RASTOS, UM PAÍS QUE TEM MAIS PROBLEMAS QUE O RESTO. UM PAÍS ONDE OS MÉDICOS SÃO MENOSPREZADOS E GANHAM MISÉRIA.
Pelo facto de ter estado em Angola, Yigit Kozan, foi – lhe pago, um valor correspondente à 45 mil $, ao olhar o grito de socorro do Hospital de Hidrocefalia, que até bem pouco tempo, gritava alto, chamando ao socorro, evitando que fosse encerrado por inexistência de materiais gastáveis e não gastáveis. Yigit Kozan, teve em consciências os problemas porque passam os angolanos, e não vacilou em ajudar, Yigit Kozan, doou esse dinheiro ao Centro de Hidrocefalia, salvando assim centenas de crianças que estavam prestes dirigirem – se na terra do exílio e do silêncio (morgue).
Yigit Kozan, mostrou o quanto os outros povos não - africanos, são diferentes e se compadecem com o sofrimento alheio.
Mas também, através do seu gesto de solidariedade deu uma chapada sem mão à Angola e os angolanos, aos milionários angolanos e o país em si, mostrando através desse gesto que ele não precisa do nosso dinheiro, que o nosso País vive na carência alarmante, porque um País onde a saúde é uma miséria e a educação é uma lástima, não se pode dar o luxo de dizer que está bom.
Por isso, esse dinheiro que lhe foi dado ele sabia que serviria para salvar centenas de vidas que estavam prestes a morrer no Centro Nacional de Hidrocefalia. Ele sabia que não lhe valeria nada levar 45 mil dólares enquanto angolanos morrem sem serviços de saúde por escassez de dinheiro.
Com o seu acto de solidariedade, mostrou que os angolanos fazem das emoções e da aparência o seu modo vivendis e operandis, despindo suas faculdades mentais de razão para agir e reflectir antes da acção. Mostrou que os organizadores de eventos supérfuos como este, deveriam investir na saúde angolana que é um pesadelo, na educação que é uma lástima, ao invéz de gastar milhões só para agradar as vistas enquanto milhares de crianças e adultos morrem nos hospitais, e o ensino anda aos rastos.
O yigit comoveu-se com aquelas pessoas morrendo aos poucos no Centro de Hidrocefalia, e isso, fez dele vítima de amor ao próximo, oferecendo tudo quanto lhe foi entregue para a satisfação do bem-estar dos doentes que a cada dia morrem por péssimas condições de serviços médicos.
Kozam, expressou o seu gesto de amor ao angolano, algo que o próprio angolano desdenha, preferem dar festas de muito luxo em Portugal (Lisboa) gastando milhões de dólares com os Tugas, enquanto angola não tem saúde, não tem educação, e a qualidade de vida é uma miséria, Kozam, deu uma verdadeira chapada sem mão aos angolanos, que preferem investir em Portugal, gastar dinheiro comprando carros de luxo, e deixarem a saúde em rastos, a educação na pior miséria de sempre, ao passo que levam milhares de dólares na Europa para serem gastos.
HAJA LUZ SOBRE AS TREVAS.
João Hungulo: Médico, Escritor e pesquisador.