Quinta, 28 de Março de 2024
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Segunda, 14 Mai 2018 12:34

UNITA questiona presença de 5 mil militares da UGP no Kuando Kubango

A UNITA quer saber o a razão pela qual a Unidade da Guarda Presidencial (UGP) mantém cinco mil militares no Kuando Kubango se esta unidade tem como objectivo a protecção ao Presidente da República e este vive em Luanda.

Afirmando que este dispositivo alargado da UGP no Kuando Kubango, onde estão aquartelados cinco mil dos seus elementos, não devia ali estar por não existirem razões lógicas para isso, Adriano Abel Sapinãla, secretário do maior partido da oposição na província, disse ao Novo Jornal Online que se existem outros interesses que não a protecção ao PR, então que sejam anunciados.

"Se o interesse é o de assegurar o Presidente da República, João Lourenço, estes efectivos estão numa posição errada. Se há outro interesse, então deveriam estar enquadrados nas unidades das Forças Armadas Angolanas (FAA)", disse hoje ao Novo Jornal Online o secretário provincial da UNITA no Kuando Kubango.

De acordo com Adriano Abel Sapinãla, que também é deputado à Assembleia Nacional, ao nível do parlamento, a UNITA já levou esta questão ao ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente, Pedro Sebastião, sobre a presença deste efectivo na província.

Na Assembleia Nacional, aquando do debate do Orçamento Geral do Estado 2018, Pedro Sebastião esclareceu que "não são militares ao Serviço da Casa de Segurança do Presidente da República".

"Entendeu-se, naquela altura, que esses homens, no quadro do processo de paz, passassem ao controlo da Casa de Segurança do Presidente da República e era o trajecto mais curto e mais directo para controlo dos ex-militares", justificou.

Pedro Sebastião informou, na oportunidade, que esses militares não foram levados para aquela região, já lá estavam e, no quadro do processo de paz, foram enquadrados pela Casa de Segurança do Presidente da República.

Na entrevista ao Novo Jornal, o secretário provincial da UNITA, denunciou que, durante a administração do ex-presidente da República, José Eduardo dos Santos, está unidade foi a que protagonizava as acções de intolerância política na província.

"Os efectivos desta unidade intimidam e continuam a intimidar as forças políticas da oposição que fazem os seus trabalhos na província. Não podemos ter uma unidade que age desta maneira", acrescentou.

O enquadramento destes homens nas unidades regulares das FAA, segundo a UNITA, permitiria um outro controlo sobre as suas acções e uma responsabilização mais directa em caso de comportamentos desajustados daqueles que são os atribuídos pela Constituição às Forças Armadas. NJ

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Last modified on Segunda, 14 Mai 2018 13:14