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Terça, 14 Abril 2015 13:47

Número recorde de angolanos a estudar nos Estados Unidos

O número de estudantes angolanos inscritos nas universidades americanas cresceu 21% no último ano letivo, atingindo o valor mais alto de sempre e ultrapassando o número de portugueses pela primeira vez.

Nos últimos 13 anos, o número destes estudantes quase triplicou.

Segundo o Institute of International Education, no ano letivo de 2000-2001 apenas 348 angolanos estudavam no país. No ano passado, esse número aumentou para 985.

Por comparação, Portugal tinha no mesmo ano letivo 877 alunos. Desde o ano letivo 2009-2010, quando existiam 1.015 portugueses, que o número tem sempre descido, uma quebra de 14%.

Além do crescimento económico do país africano, há outros fatores que explicam este aumento, como a atribuição de bolsas pelo Estado angolano e outras empresas.

Além de bolsas atribuídas por instituições norte-americanas, como a Fullbright e a Humphrey, que ainda em 2012 beneficiaram 15 angolanos, há ainda o programa da Esso Angola e o da Sonangol, que no ano passado atribuíram 600 bolsas para estudar no estrangeiro.

A empresa diz que a iniciativa está "alinhada com a política de angolanização do sector petrolífero" e, por isso, as bolsas são atribuídas em três áreas: 300 vagas para a área de geociências, 200 para engenharias e 100 para ciências económicas.

O programa está aberto a todos os jovens com até 19 anos completados no ano da candidatura, mas cabe à Sonangol enquadrar os candidatos selecionados, por curso e país de destino, em função das suas necessidades.

A maioria destes alunos acaba colocada em cidades ligadas à indústria do petróleo, como Houston, no Texas, e Tulsa, no Oklahoma.

Na Universidade de Tulsa existe mesmo uma associação de estudantes angolanos, chamada Angola-Tua, que foi fundada em 1998 com o propósito de "estimular o alto desempenho académico entre os seus membros e promover conhecimento sobre Angola e os angolanos."

Um artigo publicado na "Revista Angolana de Sociologia", em 2012, explica porque muitos angolanos continuam a optar por sair do país para frequentar a universidade.

Segundo o estudo "Evolução e crescimento do ensino superior em Angola", o ensino superior teve um crescimento impressionante desde o seu início em 1962: em 2012, tinha 140 mil alunos, distribuídos por 17 universidades (sete estatais e 10 privadas), 19 institutos superiores (sete estatais e 12 privados) e duas escolas superiores autónomas (ambas estatais).

O autor defende, no entanto, que este crescimento e expansão não se têm feito acompanhar da preocupação com a qualidade de ensino.

Existem vários indicadores que apontam para a promoção da facilidade e uma falta de atenção para com a investigação científica, além de que existe a possibilidade de obter um diploma sem a necessária competência profissional e académica", escreve o investigador.

LUSA

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