Em entrevista ao jornal “Expansão”, publicada a 15 de Maio de 2020, o gestor, que está ao serviço da aviação desde 1987, com passagem por várias áreas e funções, adianta que esse cenário assenta na paralisação de operações durante três meses, por força da pandemia Covid-19.
Ao longo desse período, Rui Carreira espera uma “recuperação gradual”, com a redução de 65 por cento da programação da companhia no momento da retoma, bem como uma baixa da procura, na ordem de 55 por cento.
O gestor da TAAG destaca que, após o surgimento da covid-19, em Angola apenas são autorizados voos de carga, nacionais e internacionais, de passageiros de carácter humanitário, e de carácter emergencial.
A esses acrescentou os de transporte de passageiros e carga de apoio às actividades petrolíferas e mineiras. “É claro que, com estas restrições, há uma receita que deixa de ser realizada”, lamenta o gestor, que ilustra a negra situação com o cancelamento médio diário de 35 voos, ou seja, uma média de quatro mil passageiros.
Em consequência disso, Rui Carreira anuncia que foi revisto todo o orçamento previsto para 2020, facto que, na sua opinião, representa grande desafio para uma empresa que vem de um passado de resultados financeiros “reiteradamente negativos”.
Quanto ao futuro, a companhia, Rui Carreira afirma estar em curso um “interessante e ambicioso” plano de reestruturação, que prevê, entre outros, a terciarização de alguns serviços, um processo em “validação” pelos diferentes níveis de decisão da empresa.
Em relação à prevista privatização da companhia, Rui Carreira disse que a mesma continua agendada para 2022.
Caso não sofra alterações, a proposta de privatização reserva na sociedade 51 por cento ao Estado e 10 por cento para um fundo reservado aos trabalhadores.
Os restantes 39 por cento das acções serão vendidas a interessados, nacionais ou estrangeiros, numa proporção nunca superior a 10 por cento.
Fundada em 1938 e com início de operações dois anos depois, a Divisão dos Transportes Aéreos (DTA) evoluiu para Transportes Aéreos de Angola, actual TAAG, a partir de 1973.