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Sábado, 18 Janeiro 2020 09:41

Existe uma crise de legitimidade no partido no poder em Angola - Investigador

O investigador norte-americano Austin Doctor considera que existe uma crise de legitimidade no Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e que são precisos esforços mais abrangentes e definitivos para erradicar a corrupção no país.

"As perspetivas de sucesso de João Lourenço e do MPLA nas próximas eleições dependem da capacidade do Presidente para aumentar a legitimidade do seu partido e para fortalecer a economia angolana através do investimento estrangeiro", escreveu o académico num artigo publicado na edição online do Washington Post.

No texto, com o título 'É a campanha anticorrupção em Angola um esforço real, ou é só a fingir?', o professor de Políticas Públicas da Universidade de East Kentucky escreve que "a campanha anticorrupção do Presidente está pensada para resolver estas duas questões, mas sem esforços mais definitivos e abrangentes para erradicar a corrupção, as ações judiciais contra a família de dos Santos podem aparentar ser mais a fingir do que sinais de mudanças estruturais na política de Angola".

No texto, que não dá uma resposta definitiva à questão, Austin Doctor argumenta que, depois de ter descido na votação eleitoral, de 72% e 81% em 2012 e 2008, respetivamente, para 61% em 2017, "o MPLA está a enfrentar uma crise de legitimidade porque é visto como perpetuando a desenfreada corrupção do país".

Para resolver esse problema, continua o autor, "logo depois de ser eleito, Lourenço lançou uma mediática campanha anticorrupção, despedindo vários membros da velha guarda e lançando investigações sobre membros da família dos Santos por apropriação de fundos públicos".

Austin Doctor afirma que "alguns aceitaram esses esforços como sinais de uma mudança significativa, mas outros são mais céticos, salientando que os esforços do Presidente dão-lhe uma maneira de eliminar a concorrência dentro do seu próprio partido".

No texto, em que admite a "lentidão nas mudanças estruturais" e a "hesitação das empresas estrangeiras em investir na economia angolana", o autor conclui que "ao perseguir membros importantes da elite política, como José Filomeno e Isabel dos Santos, João Lourenço espera convencer potenciais investidores do seu empenho em livrar Angola da corrupção".

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