"Nunca forçamos ninguém, muito menos crianças, a trabalhar nas minas de diamantes de Marange", disse à agência France-Presse (AFP) o ministro da Justiça do Zimbabué, Ziyambi Ziyambi.
"O Zimbabué tem uma das melhores leis laborais, que não permite o trabalho forçado, e há algum objetivo político por trás da proibição dos EUA", acrescentou.
O ministro considerou que esta proibição "é um novo argumento para manter as sanções" ao Zimbabué, referindo-se às sanções dos EUA contra cem empresas estatais e personalidades daquele país, impostas desde 2003, e que abrangem o atual Presidente, Emmerson Mnangagwa.
Os Estados Unidos da América anunciaram, esta semana, a proibição à importação de diamantes de Marange, por causa do uso de trabalho forçado nas minas daquela região.
"Quando houver informações suficientes disponíveis, a alfândega poderá confiscar propriedades que se acredita terem sido compradas com o resultado do trabalho forçado", afirmou o Departamento de Segurança Interna norte-americano em comunicado.
Vários produtos são abrangidos por essa decisão, incluindo diamantes em bruto das minas de Marange, ouro de "pequenas minas artesanais" no leste da República Democrática do Congo e roupas produzidas por uma empresa na China, bem como luvas descartáveis, fabricadas na Malásia.
O porta-voz do Governo do Zimbabué, Nick Mangwana, disse que "o Governo está profundamente isento de qualquer forma de escravidão e servidão".
"Sugerir que o Zimbabué pratica trabalho forçado nas empresas é malicioso ou totalmente ignorante", sublinhou.
O Zimbabué descobriu diamantes há cerca de dez anos, na região de Chiadzwa (leste), onde estão localizadas as minas de Marange.
O país, que há duas décadas está submerso numa grave crise económica, nunca publicou estatísticas consideradas credíveis sobre as suas atividades com diamantes, que começaram em 2006.