"Depois de termos recebido informações e ameaças da parte de nigerianos, decidimos encerrar temporariamente" a embaixada sul-africana em Abuja e o consulado em Lagos, disse o porta-voz do ministério Lunga Ngqengelele, citado pela France-Presse.
A segurança em torno das marcas sul-africanas foi reforçada na Nigéria na quarta-feira, depois dos apelos no país por várias personalidades destacadas ao boicote e à violência em resposta aos ataques xenófobos na África do Sul, indicou a polícia nigeriana.
"Reforçámos a segurança em torno das lojas da MTN (o gigante das telecomunicações sul-africano), da Multichoice (fornecedor de conteúdos televisivos) e dos supermercados Shoprite em toda a Nigéria", declarou à agência France-Presse o porta-voz da polícia nacional nigeriana, Franck Mba.
Na terça-feira, um grupo de pessoas tentou vandalizar dois supermercados da marca sul-africana Shoprite, em Lagos, a capital económica nigeriana.
Na sequência dos ataques às suas lojas, a MTN anunciou o encerramento temporário das suas agências na Nigéria, o seu maior mercado.
"Para garantir a segurança dos nossos clientes, funcionários e parceiros, decidimos interromper as nossas operações e fechar as nossas agências, até novo aviso", disse o porta-voz da MTN em comunicado, após ataques a agências do grupo em Lagos, Ibadan (sudoeste) e Uyo (sudeste).
Os ataques aos interesses sul-africanos na Nigéria surgem na sequência de apelos à vingança e boicote feitos nas redes sociais e partilhados por centenas de milhares de utilizadores de Internet.
O Governo nigeriano também decidiu boicotar o Fórum Económico Mundial da África, que começou na quarta-feira na Cidade do Cabo, na África do Sul.
Até agora sete pessoas foram mortas em Joanesburgo e quase 200 foram presas na sequência de uma onda de atos violentos com motivação xenófoba que abalam a África do Sul desde domingo.
Os ataques têm visado sobretudo cidadãos estrangeiros, mas a nacionalidade das vítimas é desconhecida.
Esta onda de violência na África do Sul, principal potência industrial do continente, é alimentada pelo elevado nível de desemprego e de pobreza no país.