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Sexta, 06 Setembro 2019 10:30

África do Sul encerra missões diplomáticas na Nigéria por ameaças

O Governo sul-africano decidiu "encerrar temporariamente" as suas missões diplomáticas na Nigéria na sequência de ameaças em represália pela violência xenófoba na África do Sul, anunciou hoje fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

"Depois de termos recebido informações e ameaças da parte de nigerianos, decidimos encerrar temporariamente" a embaixada sul-africana em Abuja e o consulado em Lagos, disse o porta-voz do ministério Lunga Ngqengelele, citado pela France-Presse.

A segurança em torno das marcas sul-africanas foi reforçada na Nigéria na quarta-feira, depois dos apelos no país por várias personalidades destacadas ao boicote e à violência em resposta aos ataques xenófobos na África do Sul, indicou a polícia nigeriana.

"Reforçámos a segurança em torno das lojas da MTN (o gigante das telecomunicações sul-africano), da Multichoice (fornecedor de conteúdos televisivos) e dos supermercados Shoprite em toda a Nigéria", declarou à agência France-Presse o porta-voz da polícia nacional nigeriana, Franck Mba.

Na terça-feira, um grupo de pessoas tentou vandalizar dois supermercados da marca sul-africana Shoprite, em Lagos, a capital económica nigeriana.

Na sequência dos ataques às suas lojas, a MTN anunciou o encerramento temporário das suas agências na Nigéria, o seu maior mercado.

"Para garantir a segurança dos nossos clientes, funcionários e parceiros, decidimos interromper as nossas operações e fechar as nossas agências, até novo aviso", disse o porta-voz da MTN em comunicado, após ataques a agências do grupo em Lagos, Ibadan (sudoeste) e Uyo (sudeste).

Os ataques aos interesses sul-africanos na Nigéria surgem na sequência de apelos à vingança e boicote feitos nas redes sociais e partilhados por centenas de milhares de utilizadores de Internet.

O Governo nigeriano também decidiu boicotar o Fórum Económico Mundial da África, que começou na quarta-feira na Cidade do Cabo, na África do Sul.

Até agora sete pessoas foram mortas em Joanesburgo e quase 200 foram presas na sequência de uma onda de atos violentos com motivação xenófoba que abalam a África do Sul desde domingo.

Os ataques têm visado sobretudo cidadãos estrangeiros, mas a nacionalidade das vítimas é desconhecida.

Esta onda de violência na África do Sul, principal potência industrial do continente, é alimentada pelo elevado nível de desemprego e de pobreza no país.

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