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Sexta, 16 Novembro 2018 13:21

Dois estudantes universitários morreram após serem baleados pela polícia na RDCongo

Dois estudantes congoleses morreram esta semana, após serem baleados pela polícia durante manifestações no campus da Universidade de Kinshasa, na República Democrática do Congo (RDCongo), anunciou hoje a polícia.

"Dois estudantes perderam a vida como resultado dos ferimentos causados por bala", durante as manifestações contra a greve dos professores, referiu o general Sylvano Kasongo, chefe da polícia de Kinshasa, capital da RDCongo, em comunicado.

Desde segunda-feira, que os estudantes da Universidade de Kinshasa (Unikin) se manifestaram no campus universitário para pedir o levantamento da greve dos seus professores, que começou há dois meses.

Segundo os depoimentos de estudantes à agência noticiosa France-Presse (AFP), a polícia reprimiu novamente um protesto hoje de manhã.

"Os polícias apelaram aos alunos para se acalmarem e reafirmarem a opinião de que todas as medidas são tomadas para estabelecer as responsabilidades desses atos para que os culpados respondam pelos seus atos, de acordo com a lei", indicou o general Kasongo.

Segundo a mesma fonte, "o polícia que disparou na segunda-feira contra um dos dois estudantes foi preso e será encaminhado a audiência militar".

Uma organização de defesa dos direitos humanos, a Associação Congolesa para o Acesso à Justiça (ACAJ), expressou a sua "profunda preocupação" com a "brutal repressão da manifestação dos estudantes pela polícia" e "condena a morte dos dois estudantes".

A ACAJ pede ao Governo para "retirar todos os polícias" que estão nas instalações da universidade e "que tenha uma investigação judicial confiável para identificar os autores" dos factos.

"As balas reais são proibidas nas instalações da universidade. Exijo uma punição exemplar contra os polícias responsáveis pelo tiroteio que causou a morte" dos estudantes, escreveu Steve Mbikayi, ministro do Ensino Superior e Universitário, na sua conta do Twitter.

Mbikayi referiu ainda que as negociações entre o Governo e a Associação de Professores de Unikin "resultaram desde ontem [quinta-feira] num memorando de entendimento satisfatório".

Questionado pela AFP, o professor Antoine Kitombole explicou que "os professores entraram em greve para exigir boa governação, isto é, a aplicação da lei que prevê que o diretor da escola é eleito pelos seus pares, uma medida que o ministro Mbikayi bloqueia".

"Uma Assembleia geral dos professores da Unikin está agendada para terça-feira", para determinar o seguimento do movimento, afirmou o antigo presidente do sindicato dos professores da Universidade de Kinshasa.

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