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Terça, 19 Dezembro 2017 20:34

Sonangol paga 500 milhões de dólares para fechar diferendo com Cobalt

A petrolífera angolana Sonangol anunciou hoje um acordo amigável com a norte-americana Cobalt, à qual pagará 423 milhões de euros pelos direitos em dois blocos petrolíferos, terminando a disputa judicial que as duas empresas mantinham.

Em comunicado enviado hoje à Lusa, a petrolífera estatal angolana, liderada desde novembro por Carlos Saturnino, anuncia que as administrações das duas petrolíferas assinaram um acordo para "resolução de todas as disputas entre as duas companhias", que permitirá igualmente a transferência para a Sonangol do interesse participativo da Cobalt nos blocos 21/09 e 20/09, ao largo de Angola, pelo valor de 500 milhões de dólares (423 milhões de euros).

Esta resolução, sobre um processo relativo a alegados incumprimentos contratuais da petrolífera estatal angolana, está ainda sujeita à aprovação pelo Tribunal de Falências dos Estados Unidos, explica a Sonangol, na mesma informação.

Em causa está um diferendo que se arrastava desde a administração de Isabel dos Santos na Sonangol, prevendo este acordo que a petrolífera angolana pague, até ao dia 23 de fevereiro de 2018, um valor não reembolsável de 150 milhões de dólares (127 milhões de euros).

O último pagamento, no montante de 350 milhões de dólares (296 milhões de euros), deverá ser efetuado até ao dia 01 de julho de 2018, explica ainda a Sonangol.

A Lusa noticiou a 04 de dezembro que a petrolífera norte-americana Cobalt admitia já na altura um desfecho amigável da disputa que mantinha com a Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol), relativa a negócios de 1.350 milhões de euros.

A Cobalt referia então, numa informação oficial sobre os resultados da petrolífera, que "continua a procurar um diálogo construtivo com Angola, para tentar resolver essas disputas de forma amigável".

A Lusa noticiou em agosto último que a petrolífera estatal Sonangol confirmou, na altura, estar a ser alvo de dois processos judiciais movidos pela norte-americana Cobalt, sobre alegados incumprimentos contratuais, e que iria contestar em tribunal os pedidos daquela petrolífera.

De acordo com a informação da altura da Sonangol, a concessionária angolana recebeu, a 08 de maio, informação dando conta que a Cobalt International Energy "apresentou duas notificações formais de litígio".

A Cobalt tem 40% de participação no consórcio que explora os blocos 20 e 21 ao largo de Angola.

A Lusa noticiou em abril deste ano que a Cobalt confirmou ter recorrido ao tribunal arbitral contra a Sonangol, acusando a empresa angolana de ter adiado decisões e assim ter prejudicado os resultados financeiros e impossibilitado a venda dos ativos no país.

A Cobalt, uma das maiores petrolíferas norte-americanas, está a explorar dois blocos em Angola, mas há anos que tenta vender a sua participação, mas para isso necessita que a Sonangol prolongue as licenças de exploração, algo que a companhia petrolífera angolana ainda não fez, impossibilitando, na prática, a saída da Cobalt da exploração petrolífera em Angola.

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