Sexta, 29 de Março de 2024
Follow Us

Terça, 12 Julho 2016 20:24

Até ao final do ano cada cidadão terá direito a 70 ovos por dia - Afonso Pedro Canga

Até final de 2016 a produção de ovos será de 850 milhões, que permitirá um consumo per capita de 70 ovos, afirma o ministro Afonso Pedro Canga. Nesse momento, o país está a produzir 450 milhões de ovos por dia.

"Ninguém vai comprar só por ser produto de Angola" Ministro Afonso Pedro Canga

12 de Julho de 2016 - 0 visualizações

Angola deverá atingir a autossuficiência de ovos em 2017, ultrapassando a meta de 1.000 milhões de unidades por ano, disse hoje o ministro da Agricultura angolano, Afonso Pedro Canga.

Afonso Pedro Canga falava em Luanda, durante uma conferência de imprensa no âmbito da estratégia do Executivo de encontros de membro do Governo com os jornalistas, tendo assumido que as metas traçadas para a produção de ovos estão a ser cumpridas, com 450 milhões de ovos em 2015 e cerca de 850 milhões estimados para este ano.

Nesta altura, a produção nacional garante apenas 41% das necessidades de ovos em Angola, recorrendo o país à importação. A autossuficiência, garantiu o governante, deverá ser atingida em 2017, com uma expectativa de produção de 1.050 milhões de ovos.

O ministro admitiu que noutros sectores os resultados ainda não são satisfatórios, mas apresentam indicadores "satisfatórios", tendo em conta o objectivo governamental de travar as importações de alimentos e aumentar a produção nacional e exportações, também devido à crise provocada pela quebra nas receitas do petróleo.

O país apresenta um forte défice na produção de milho, em resultado também do aumento das necessidades, pelo consumo directo e também "por conta do crescimento da indústria avícola" angolana.

De acordo com o governante, Angola tem um potencial de sete milhões de hectares para perímetros irrigados, para a produção agrícola, mas apenas 45.000 hectares de terrenos estão em utilização, envolvendo nomeadamente investidores privados.

"O que é manifestante pouco para o nosso potencial de terras irrigáveis", reconheceu Afonso Pedro Canga.

Mais de dois milhões de famílias angolanas vivem da agricultura, sector que emprega no país 2,4 milhões de pessoas e que conta com 13.000 explorações empresariais.

O país produziu em 2015 mais de 1,8 milhões de toneladas de cereais e 10 milhões de toneladas de raízes e tubérculos, como mandioca, batata-doce ou batata rena, aquém das metas estabelecidas.

O adubo que falta

O ministro da Agricultura anunciou, ainda na mesma conferência de imprensa, a chegada ao país, até ao final de Julho, de uma encomenda de 15.000 toneladas de adubo para garantir as necessidades do país, que enfrenta graves dificuldades na sua importação.

Afonso Pedro Canga foi questionado sobre as dificuldades dos agricultores nacionais na acesso a adubo, exclusivamente de importação, devido à crise económica, financeira e cambial que afecta Angola.

"Nós importamos os adubos que consumimos, para a produção. Neste momento, esse problema está a ser resolvido, foram vendidas divisas aos importadores. Devo dizer que até fim do mês podemos assistir no país à chegada de aproximadamente 15.000 toneladas. Já foram encomendadas mais 25.000 toneladas", explicou o ministro.

Afonso Pedro Canga explicou que o Governo prevê a necessidade de importação de 70.000 toneladas de adubos entre 2016 e 2017, mas sublinhou que os importadores "têm beneficiado de divisas para fazer as importações faseadas".

Ainda assim, advogou a necessidade de instalação no país de uma indústria nacional de adubos e fertilizantes, tendo em conta o aumento da produção agrícola em perspectiva, já com projectos previstos para as províncias do Zaire e de Cabinda.

Angola vive desde 2015 uma profunda crise económica e financeira decorrente da quebra para metade nas receitas com a exportação de petróleo e já este ano o Governo lançou um programa que visa diversificar a economia, reduzindo as importações e aumentando as exportações, tendo a agricultura como um dos pilares.

© Lusa

 

Rate this item
(0 votes)