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Quinta, 26 Dezembro 2019 15:17

FMI elogia mudança de paradigma nos câmbios a preços de mercado em Angola

O Fundo Monetário Internacional (FMI) elogiou os "passos decididos" do Banco Nacional de Angola para melhorar a flexibilidade da taxa de câmbio e alinhá-la com o mercado, considerando que esta é uma "mudança de paradigma".

"O BNA [Banco Nacional de Angola] deu passos decididos para melhorar a flexibilidade da taxa de câmbio", elogia o FMI na análise detalhada à segunda avaliação do Programa de Financiamento Ampliado, que permitirá a Angola receber 3,7 mil milhões de dólares, cerca de 3 mil milhões de euros, até 2024.

Os técnicos do FMI consideram que esta "mudança para uma taxa de câmbio de mercado é uma mudança de paradigma, com profundas implicações estruturais".

“A liberalização da taxa de câmbio vai reduzir substancialmente o risco de sobrevalorização do kwanza e ajudar a alocar as limitadas reservas de moeda estrangeira de forma mais eficiente", escreveram os analistas.

Na parte da análise referente à política monetária dos últimos meses, o FMI salienta os benefícios desta medida, que tem sido bastante contestada em Angola devido ao seu impacto na inflação, que aliás deverá atingir o pico em 2020, subindo de 16% em média, este ano, para um valor na ordem dos 24%, e que levou a uma depreciação do kwanza em cerca de 30% desde o início do ano.

"Isto deverá ter efeitos benéficos na eficácia dos instrumentos de política monetária, como por exemplo as operações em mercado aberto, necessários para reforçar a âncora nominal, reduzir o risco de distorção da intermediação financeira, facilitar a acumulação de reservas, apoiar a competitividade externa e a diversificação económica e encurtar a diferença entre a taxa oficial e a paralela", apontam.

A depreciação do kwanza, acrescentam, deve resultar num impacto menor na inflação, desde que as políticas monetária e orçamental continuem restritivas.

O BNA, lê-se no documento, "está a trabalhar para eliminar as restrições informais aos levantamentos de moeda estrangeira e até final deste mês deverá emitir instruções legais que obrigam os bancos a dar uma explicação, por escrito, aos clientes a quem for negado o acesso a depósitos em moeda estrangeira", havendo penas para os bancos incumpridores.

Por outro lado, acrescenta-se na análise detalhada à segunda revisão do Programa de Financiamento Ampliado, "as autoridades estão a considerar uma remoção gradual das restrições às contas de capital".

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