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Quinta, 14 Novembro 2019 22:49

Políticas para fim de alocação de divisas contribui para reduzir importações - Governo

O secretário de Estado para a Economia angolano disse hoje que o fim da alocação de divisas para importar produtos a preços subsidiados está a contribuir para reduzir as importações, que baixaram no terceiro trimestre para 18%.

Sérgio Santos falava à imprensa, em Luanda, à margem da cerimónia de lançamento do Guia do Investimento em Angola, compilado pela AmCham Angola em parceria com a Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX).

"Eu penso que tínhamos uma economia que fazia uma alocação dos recursos cambiais de forma distorcida, porque não é possível um país que pode produzir frangos importar frangos na quantidade que nós importamos, não é possível", referiu o governante angolano.

Segundo o secretário de Estado para a Economia, Angola importava por ano 400 milhões de dólares (364 milhões de euros) em média de frangos ou carne.

"Eu não sei os angolanos consumiam esses 400 milhões de dólares", disse o governante, considerando inaceitável que o país tenha divisas para importar frangos e não tenha para a importação de sementes ou peças e sobressalentes.

Para o secretário de Estado este fenómeno traduz "uma economia que tem uma distorção muito grande na alocação de divisas".

"Muitos consumos que temos de bens importados, se calhar, não eram só nossos e agora, corrigidas as distorções, se calhar não estão a acontecer", disse.

"Parece-me que muitos que podiam importar a preços subsidiados já não estão a importar. Se calhar isso é que está a acontecer. E ao mesmo tempo assistimos aqui a um espaço para a produção nacional crescer e ocupar alguns espaços de algum consumo", realçou.

Sérgio Santos afirmou que os dados do terceiro trimestre, que ainda precisam de ser apurados e publicados pelo Instituto Nacional de Estatística, indicam que houve uma redução nas importações na ordem dos 18%.

"Mas estamos a ter realmente uma redução significativa nas importações. Ainda não é aquela que é esperada, temos de reduzir mais as importações e, mais do que isso, temos de aumentar a produção nacional", defendeu.

A alteração do quadro deve-se à "política ajustada do executivo, mais concretamente do banco central", segundo Sérgio Santos.

"Estava na hora de acabar com o subsídio e deixar o mercado (funcionar), e os ajustamentos vão continuar a ser feitos. São ajustamentos que estão pensados, não é nada esporádico. (…) Há muitas medidas ainda para serem implementadas, medidas muito difíceis, [que] têm de ser esclarecidas à sociedade. São essas as medidas que vão corrigir as distorções da nossa economia” e torná-la “numa economia normal”, sublinhou.

Sérgio Santos frisou que o momento ainda é de dificuldades, "mas não é a catástrofe que se estava a falar em termos de preços".

"O Governo vai continuar com as políticas, não estamos a dizer que o momento é diferente, ainda é um momento de dificuldades. O mercado vai estabilizar e temos a certeza de que com o investimento privado a aumentar, nós, em 2020 ou 2021, vamos passar para contas positivas", acrescentou.

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