O Banco Nacional de Angola liberalizou a taxa de câmbio, para que as transacções da moeda no mercado possam ser feitas livremente, com base no mecanismo da procura e oferta.
Deste modo, o Banco Central angolano removeu no dia 23 deste mês a margem de 2% que era imposta, desde Janeiro de 2018, à venda de divisas nos bancos comerciais a clientes, medida que teve efeitos imediatos na desvalorização do Kwanza de 53% quando comparado ao período homólogo do ano transacto.
A propósito dessa liberalização, Carlos Costa, que falava durante uma palestra denominada” o Banco Central Europeu e a Zona Euro”, dirigida a discentes e docentes das Faculdades de Economia e de Direito da Universidade Agostinho Neto, frisou que a medida vem dar resposta aos desafios que a Angola enfrenta.
Referiu que a liberalização da taxa de câmbio poderá estimular o crescimento económico, mediante o estímulo concedido aos investimentos.
Dadas as características específicas dos bens comercializáveis com o exterior, uma taxa de câmbio depreciada aumenta os investimentos e, em consequência, o crescimento económico nas economias que utilizam tal instrumento.
Dessa forma, disse, uma depreciação pode contribuir para gerar mais empregos e investimentos, devido ao aumento da capacidade instalada, resultante de maiores exportações.
Se isso ocorrer, a economia pode ingressar num padrão de crescimento liderado pelos investimentos.
Assim sendo, disse ser preponderante que as autoridades angolanas continuem a criar canais de investimento, de exportação dos bens não tradicionais, para estabilizar a economia angolana.
Segundo Carlos Costa, as políticas cambiais podem ser um instrumento impulsionador do crescimento económico, tendo em conta que vai determinar o investimento é o desejo de investir.