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Quinta, 24 Outubro 2019 14:59

Angola: desvalorização do kwanza "exige" competitividade dos produtos locais

O director nacional de intercâmbio do Ministério do Comércio, Rui Livramento, afirmou esta quinta-feira, em Benguela, que a desvalorização da moeda nacional vai “obrigar” a uma maior competitividade dos produtos locais, sobretudo a nível da Sadc.

O responsável, que falava à imprensa, a margem de um workshop de apresentação pública do estudo sobre a diversificação das exportações de Angola, disse que o país tem um plano de importações excessivas, pelo que a desvalorização do kwanza apresenta-se como uma oportunidade para que os produtos locais sejam mais competitivos.

Rui Livramento defendeu a necessidade de se apostar na qualidade dos produtos locais para que sejam mais consumidos e o país possa ganhar reputação no mercado e consiga exportá-los.

“Os produtos mais exportados, predominantemente, continuam a ser o petróleo e os diamantes”, disse o director, reconhecendo que Benguela tem produtos locais que podem alavancar a economia a nível da região da SADC, com realce para o sector pesqueiro que tem exportado óleo de peixe, sal, bem como café, a madeira e frutas como a banana.

Na sua óptica, não existe pouca produção, o país tem estado a manter níveis que surpreendem “e quando se fala de exportações não é necessariamente pensar em excedentes para exportar, tudo passa pela identificação dos mercados e do produto para melhor direccioná-lo”, afirmou.

Segundo Rui Livramento, apesar de haver produtos para exportação, ainda não têm peso suficiente para que sejam relevados em relação ao petróleo e os diamantes, com 98 porcento de exportações, razão pela qual é necessário traçar estratégias dessa balança comercial.

Entretanto, o Presidente da Câmara de Comércio em Benguela, Carlos Vasconcelos, adiantou que o nível de exportação em Angola ainda é irrisório, por não haver produtos suficientes para o efeito, o que leva a pensar na revolução empresarial, capitalização e financiamento das empresas, para melhorarem a sua capacidade de produção.

Um estudo sobre diversificação das exportações, orientado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) com apoio do Fundo de Cooperação Económica Coreia-África (KOAFEC), conduzido por consultores internacionais da Empresa BKT e angolanos (Universidade Católica de Angola), aponta para 21 sectores com potencial de exportação a médio prazo.

Os sectores eleitos no estudo são: bebidas, serviço de viagens e turismo, frascos de vidro e vidro, cimento, produtos hortícolas e vegetais, frutas e seus derivados, dentre outros.

Espera-se que os resultados do estudo enriqueçam a agenda do governo de Angola para a promoção da diversificação das exportações e substituição das importações (PRODESI), uma vez que articula alguns sectores e subprodutos chaves, cujas cadeias de valores, se bem aproveitadas, poderão contribuir significativamente para o aumento gradual da produção interna e das exportações, gerando empregos e moeda estrangeira para avaliar a pressão sobre as reservas.

Participaram do certame, coordenado pelo Ministério do Comércio em parceria com o Banco Africano de Desenvolvimento, membros do governo, empresários e agentes comerciais.

O Banco Africano de Desenvolvimento tem uma cooperação com Angola desde 1980.

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