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Sexta, 28 Junho 2019 23:42

"Tendência de diminuição do endividamento público" anima Governo - ministro de Estado

O Governo angolano considerou hoje que os efeitos da "tendência de diminuição do endividamento público já são visíveis", apontando o percurso "decrescente" das taxas de juro dos Bilhetes de Tesouro com maturidade de um ano como "um dos ganhos".

"As taxas de juro dos Bilhetes de Tesouro com maturidade de 364 dias passaram de 19,05% em dezembro de 2018 para 15,89% em finais de maio de 2019. É uma tendência que, certamente, suscitará a revisão da estratégia de gestão de ativos e passivos pelos órgãos de gestão dos bancos", afirmou, em Luanda, Manuel Nunes Júnior, ministro de Estado para o Desenvolvimento Económico angolano.

Segundo o governante, a taxas de inflação do país tem conhecido "uma trajetória decrescente", referindo que em 2018 situou-se em 18,6% quando a previsão inicial constante no Orçamento Geral do Estado (OGE) era de 28%.

Para este ano, que o OGE revisto em baixa estima um saldo nulo, "prevê-se uma taxa de inflação ainda mais baixa de 15%", observou.

Falando na abertura da nona edição do Fórum Banca, realizado pelo semanário económico Expansão, o ministro de Estado referiu que o mercado cambial "continua a seguir um movimento no sentido da sua normalização".

Manuel Nunes Júnior indicou, ainda, o diferencial da taxa de câmbio no mercado oficial e a prevalecente no mercado paralelo, que atualmente se situa entre os 20% e os 30% em comparação com 2018 em que a diferença era de 150%, para sustentar a "normalização do setor".

Na intervenção, o ministro assumiu que nos últimos três anos Angola "tem evidenciado taxas de crescimento negativas", originadas, sobretudo, pela crise económica, financeira e cambial que o país vive desde finais de 2014, devido à queda do preço do petróleo no mercado internacional.

Apresentando os "esforços" do Governo angolano para "assegurar a estabilidade macroeconómica do país", Manuel Nunes Júnior frisou que a base de qualquer economia "é a produção de bens e serviços e que os fluxos monetários existem para facilitar o processo produtivo".

"Estando a confiança dos agentes económicos no mercado a ser restaurada, este é o momento adequado para que nos concentremos na criação de condições para a promoção da competitividade das nossas empresas", realçou.

"As Reformas e Desafios da Banca Angolana no âmbito do Programa Económico do Fundo Monetário Internacional (FMI)" foi o lema deste fórum que juntou, na capital angolana, vários operadores do sistema financeiro do país.

Segundo Manuel Nunes Júnior, Angola "cumpriu" com um dos indicadores que afere o grau de implementação do programa do FMI que, em dezembro de 2018, desembolsou a primeira tranche de 1.000 milhões de dólares e este mês desembolsou mais 248 milhões de dólares, que são as Reservas Internacionais Líquidas (RIL).

O ministro acrescentou que o limite mínimo das RIL que a autoridade monetária deveria manter em 31 de dezembro de 2018 era de 10.000 milhões de dólares (8,8 mil milhões de euros), tendo este indicador se situado em 10,6 mil milhões de dólares.

"O aumento da produção nacional constitui o fator crucial para garantir a sustentabilidade das RIL do país. Não é sustentável continuarmos a importar bens alimentares na ordem dos 3.000 milhões de dólares/ano", considerou.

"Como temos dito em diversas ocasiões, aumentar a produção nacional constitui um imperativo nacional", salientou.

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