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Sexta, 22 Fevereiro 2019 16:17

Nova Cimangola desmente confisco pelo estado angolano

O grupo de Isabel dos Santos comprou ações da portuguesa CIMPOR na Nova Cimangola por 74 milhões de dólares, adquirindo 49% do capital da cimenteira.

A Nova Cimangola vem desmentir a notícia veiculada na comunicação social – Governo confisca Nova Cimangola -, afirmando que não existe qualquer processo de confisco a acontecer.

Através de um comunicado, a empresa cimenteira estatal esclarece que a CIMINVEST comprou as ações da portuguesa CIMPOR na Nova Cimangola, em 2006, tendo-se financiado através de fundos próprios e com recurso a um financiamento bancário celebrado com o Millennium BCP.

“Assim, o valor do investimento realizado pela CIMINVEST foi de 74 Milhões de dólares, adquirindo desta forma os 49% do capital da Nova Cimangola”, pode ler-se na nota.

As notícias em causa decorrem de um despacho assinado pelo presidente angolano João Lourenço que implica o confisco pelo Estado de empresas privadas criadas com dinheiros públicos.

Na nota de esclarecimento, a Nova Cimangola enumera o processo de privatização parcial da cimenteira, revelando que na década de 90, o Estado angolano vendeu 49% das ações que tinha na empresa a acionistas estrangeiros privados, do grupo norueguês HOLCIM. A Cimangola U. E. E. – Empresa pública angolana, em representação do Estado, passou a deter apenas 51% das ações da Nova Cimangola.

“Em 2002, foi realizado um aumento de capital da Nova Cimangola, tendo o Grupo HOLCIM acompanhado este aumento, e a Cimangola U.E.E. optado por não o subscrever”, conta. A Cimangola U.E.E. cedeu o capital a favor do banco BAI, que passou a deter 9,52% e de seis acionistas particulares minoritários, que passaram a deter cada um menos de 1%.

Em 2004, o grupo holandês realizou um acordo com a portuguesa CIMPOR para vender a participação que possuía na Nova Cimangola. O processo despoletou um litígio juntos dos restantes acionistas, uma vez que estes não foram consultados previamente. O período de lítigio entre a CIMPOR e o Estado angolano durou cerca de dois anos e terminou com um acordo. A CIMPOR disponibilizou-se a sair da Nova Cimangola, vendendo as suas ações por 74 milhões de dólares.

Com as suas participações à venda no mercado internacional, “houve um contacto pessoal do Dr. Pedro Teixeira Duarte acionista principal da CIMPOR, com a Eng.ª Isabel dos Santos, informando a sua pretensão de querer vender as ações na Nova Cimangola”. A CIMINVEST, empresa resultante da parceria entre o Grupo de Isabel dos Santos e o Grupo Amorim, manifestou o seu interesse na compra desta participação.

A CIMINVEST comprou assim as ações da CIMPOR na Nova Cimangola, tendo-se financiado através de fundos próprios e com recurso a um financiamento bancário celebrado com o Millennium BCP. Assim, o valor do investimento realizado pela CIMINVEST foi de 74 Milhões de dólares, adquirindo desta forma os 49% do capital da Nova Cimangola, em dezembro de 2006.

Os novos investimentos traduziram-se na criação de 220 postos de trabalho diretos e na eliminação das importações de clínquer em cerca de 50 milhões de dólares, “reduzindo significativamente o uso de divisas e contribuindo para o crescimento da indústria nacional”.

“A Nova Cimangola é uma empresa cumpridora das leis em vigor em Angola, não tendo quaisquer situações de litígio ou incumprimento perante o Estado angolano”, finaliza a cimenteira.

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