A denominada "reposição de liquidez em moeda estrangeira na banca nacional" promete responder a uma das queixas recorrentes dos clientes que, nos últimos anos, apesar de terem depósitos em dólares e euros, têm sido impedidos de os movimentar, por indisponibilidade cambial.

Recorde-se que, com o agravamento da crise em Angola - acentuado pela debandada dos bancos correspondentes do país -, a maioria dos bancos impôs limites diários e semanais aos levantamentos de contas em moeda estrangeira. Alguns, aliás, só passaram a permitir levantamentos por motivo de viagem, criando sérios constrangimentos para famílias e empresas.

Num contexto de sucessivas restrições, chegou-se mesmo a falar da possibilidade de conversão dos depósitos em moeda estrangeira para kwanzas, hipótese que o BNA acabou por descartar.

A situação foi abordada, no final de 2016 pelo então governador do BNA, Valter Filipe.

"Existe um problema de incapacidade de poder autorizar o levantamento de moeda externa para os depositantes, porque efectivamente o Banco Nacional de Angola não tem condições de disponibilizar as divisas necessárias para que os bancos comerciais possam então autorizar os levantamentos aos particulares", explicou o responsável, num pronunciamento na Assembleia Nacional.

Na mesma ocasião, Valter Filipe adiantou que uma reposição cambial seria a resposta a dar para o problema da falta de liquidez em moeda externa nos bancos comerciais. Ou seja: vender dólares aos bancos para autorizarem os levantamentos aos clientes, processo agora em curso. NJ