Deste valor, correspondente a USD 240 mil ano, não se incluem impostos, tratando-se, por isso, de receita líquida, de acordo com o Jornal de Angola na sua edição desta quinta-feira.
Os encargos com os impostos, refere o contrato assinado pelo presidente demissionário, Hélder Martins da Cruz “Maneda”, são da responsabilidade da Federação.
No documento lê-se que os valores descritos devem ser líquidos, livres de todos os impostos angolanos e pagos em dólares americanos, numa conta domiciliada nos Estados Unidos, indicada pelo treinador.
O vínculo de três anos, em vigor desde 1 de Outubro de 2017 com término a 1 de Agosto de 2020, após os Jogos Olímpicos de Tóquio (Japão), adiados para 2021 devido à propagação da covid-19, obriga a entidade empregadora a pagar o salário no primeiro dia de cada mês.
Lavrados documentalmente estão também os prémios. Em caso de conquista do Campeonato Africano das Nações “Afrobasket'2021”, seriam pagos cinquenta mil dólares.Após a primeira fase, o valor é de dois mil e quinhentos dólares por vitória.
No Campeonato do Mundo, terminar em oitavo lugar valeria para o norte-americano a soma de dez mil dólares.
Se terminasse nas três primeiras posições no Mundial e entre as quatro nas Olimpíadas de Tóquio, o total seria de cinquenta mil dólares.
Por cada vitória no Mundial e Jogos Olímpicos, o prémio é de cinco mil dólares. Neste caso, a Federação reserva-se ao direito de atribuir outro bónus especial.
Entre as obrigações da Federação, ficou acordado entre as partes que esta deve fornecer ao treinador e família seguro médico, odontológico (não de natureza estética), morte e invalidez, de acordo com o contrato que o Jornal de Angola teve acesso.
Tinha de ser atribuído ao treinador um carro de marca Toyota, modelo Lexus SVU, para transporte pessoal, uma vivenda ou apartamento adequado e bem localizado com conexão Wifi (Internet), TV, incluindo um pacote de televisão a cabo.
Todas as despesas referentes ao consumo de água, energia eléctrica, internet e similares deviam ser pagas pela Federação, exceptuando as contas telefónicas, cuja responsabilidade recaia para o seleccionador.
Recorda-se que o treinador dos EUA intentou uma acção judicial contra a FAB, junto do Tribunal Arbitral do Desporto, por incumprimento do contrato.
Actualmente, estima-se em cerca de USD 500 mil o valor da dívida com o técnico que se fazia presente no país apenas em véspera de cada jogo da selecção nacional.
A FAB está a ser gerida por uma comissão de gestão, coordenada pelo presidente do Comité Olímpico Angolano, Gustavo da Conceição, após Hélder Martins da Cruz “Maneda” ter-se demitido, alegando falta de apoio institucional e por parte do empresariado nacional.