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Sexta, 05 Junho 2020 14:36

Cerca de 60 internados do Calumbo prometem protesto durante visita de João Lourenço

O Presidente da República corre o risco ser confrontado, este sábado, durante a sua visita ao Centro de Quarentena do Calumbo, com a revolta de cerca de 60 pessoas, entre as quais 13 moradores do Bairro do Futungo e nove enfermeiros, internados há vários dias sem que lhes seja dado conhecimento do resultado dos vários testes de despiste da Covid-19.

A promessa é de vários jovens que não têm saído de perto do portão de entrada e saída do centro, exigindo que lhes seja dada alta ou que lhes seja revelado o resultado dos testes. Queixam-se de falta de condições de higiene e exigem sair.

Um jovem morador do Futungo, bairro que esteve sob cerca sanitária e onde foram registados vários casos de Covid-19, acusa as autoridades de saúde de lhe esconderem os resultados dos testes e garante que, neste momento, os internados correm "mais riscos dentro do centro do que fora dele por não haver condições para manter os pacientes".

"Não temos tido tratamento, partilhamos tudo, ficámos 48 horas sem máscaras, não há higiene, não há segurança, estamos sempre atrás dos médicos para nos darem alta. Neste momento sentimo-nos revoltados e queremos ir embora porque este lugar não nos oferece qualquer segurança", afirma o jovem que não quis ser identificado.

"Não nos dão resposta, a directora, doutora Engrácia, fugiu, não diz nada, e o psicólogo, doutor Ladislau, e a Dra. Micaela, também nada dizem", acusa uma jovem, dizendo que o Governo quer tê-los internados "só para fazer número e justificar os valores gastos".

O Centro de Quarentena do Calumbo é um dos locais que recebe pessoas que tenham de ficar em isolamento durante 14 dias, para evitar a propagação da pandemia de Covid-19 provocada pelo novo coronavírus, e já não é a primeira vez que cidadãos ali internados se queixam da falta de condições.

Em Março, um grupo de passageiros regressados de Portugal fez chegar ao Novo Jornal áudios e vídeos onde registou os protestos.

No final do dia em que o Novo Jornal deu conta da indignação dos passageiros que diziam estar a viver "um dos piores dias" das suas vidas, o Presidente da República indicou o ministro de Estado, Pedro Sebastião, para coordenar a Comissão Intersectorial de Gestão das Medidas Contra a Expansão do COVID-19, e um comunicado de imprensa da Casa Civil do Chefe de Estado informava que a nomeação do general surgia no seguimento dos "constrangimentos verificados no acolhimento dos cidadãos no Centro de Quarentena de Calumbo" e considerando a necessidade de se "garantir que as pessoas tenham o acolhimento e acomodação adequados perante as circunstâncias excepcionais actuais". NJ

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Last modified on Sexta, 05 Junho 2020 19:42

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