A denominada "Marcha de Repúdio à Delinquência Juvenil" vai decorrer sob o lema "Delinquência Juvenil Zero", devido ao "crescente índice de violência e rixas" protagonizado sobretudo por jovens dos bairros adjacentes da Frescura e da Lixeira.
Em declarações hoje aos jornalistas, o coordenador da marcha, André Mateus, disse que a "intensa e preocupante onda de delinquência no Sambizanga", histórico distrito de Luanda, surge devido à "inimizade" entre jovens dos bairros em causa.
"Os jovens desses dois bairros [Frescura e Lixeira] estão quase que diariamente em conflito e o centro dessas lutas é sempre na rua 12 de Julho, agora transformado em palco da marginalidade", disse.
"Isso preocupa-nos, porque afeta toda a sociedade, a par dos assaltos que fazem aos transeuntes às primeiras horas do dia. À noite, as vítimas são sobretudo estudantes", lamentou.
Segundo o líder associativo, a inimizade entre jovens desses bairros afeta "até inocentes", que ficam privados dos seus bens, entre dinheiro e joias, danificando também viaturas.
"Essas brigas são intensas e originam ainda espancamentos e esfaqueamentos e, quando isso acontece, participamos à polícia e a situação é temporariamente resolvida. Mas, depois, as desavenças retomam entre indivíduos dos 13 aos 30 anos, ou seja, as rixas envolvem até crianças, chamadas os "minis", e adultos, os "kotas".
Para André Mateus, a marcha de repúdio, que tem previsto partir da zona da Panga-Panga, percorrendo toda a extensão da rua 12 de Julho, para terminar no campo Mário Santiago, surge para "sensibilizar os jovens para uma reflexão profunda sobre os maus atos que praticam".
"Também surge para ajudar os jovens que o mundo da delinquência não compensa e queremos que a sociedade do Sambizanga siga o exemplo dos seus bons munícipes", concluiu.
