Falando sobre a mudança para Lisboa, o artista disse que sentiu de “forma severa” o preconceito em Portugal.
“Era um momento particularmente xenófobo da história de Portugal, com uma certa resistência a tudo o que era estrangeiro e, sobretudo, das antigas colónias”, lembrou. “Senti isso na pele, de forma severa, por parte de pessoas de todas as idades, desde os meus colegas da escola a pessoas na rua”, continuou.
Nos Estados Unidos os problemas continuaram com as brincadeiras dos amigos que gozavam do seu sotaque britânico, nome português e hábitos diferentes. Mas não só, uma professora castigou-o porque ele esqueceu de empurrar a cadeira. “Tenho a certeza de que estás habituado a ter empregadas em casa, mas aqui não sou a tua empregada”, justificou a professora.
Sobre a carreira, Coréon declarou que a vontade de tornar-se designer de moda começou por influência da novela brasileira “Ti Ti Ti”. José Paulino dos Santos revelou que destruiu os lençóis e cortinados da casa para criar roupas para os brinquedos.
“Lembro-me da minha avó e da minha mãe terem ficado chateadíssimas. Mas eu só queria fazer roupa para os meus brinquedos, ser como aqueles dois designers”, afirmou o criador da marca de roupas WeDú.
Além de uma linha de roupas, Coréon Dú é cantor e detém a produtora Semba Comunicação, que produziu o documentário I Love Kuduro, o filme Njinga, Rainha de Angola e a telenovela “Windeck”.
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