"O gás natural tem o potencial de garantir a transição de Angola para lá da sua dependência do crude, rumo ao estabelecimento de indústrias diversificadas e não baseadas em matérias primas", escreveu a analista da consultora Energy Capital & Power num artigo sobre Angola.
Na análise ao potencial do gás natural em Angola, Grace Goodrich escreve que o país lusófono africano tem reservas de cerca de 27 biliões de pés cúbicos, mas aponta que tem sido "lento" a transformar as reservas em receitas, focando-se quase exclusivamente na produção de petróleo, a maior parte da qual para exportação.
"Apesar de o país exportar atualmente 95% da sua produção de gás natural em forma de Gás Natural Liquefeito, pretende que o país fique com 25% da produção, através da associação a indústrias de valor acrescentado, até 2030", acrescenta a analista, defendendo a aposta na agricultura como a mais vantajosa para Angola.
"Em termos de agricultura, o gás natural garante a capacidade para reduzir custos na produção e importação alimentar, para além de estabelecer a agricultura industrial em grande escala através do desenvolvimento de fertilizantes químicos produzidos localmente", argumenta, acrescentando que "a industrialização através de iniciativas de monetização do gás (refinar gás em combustível líquido, fertilizantes e outros derivados) também fomenta a capacidade de aumentar as receitas internas, produzir mais exportações e em maiores quantidades, para além de reduzir a exposição à volatilidade dos mercado global".
Segundo Grace Goodrich, o Governo angolano já percebeu o potencial do gás e está a apostar num conjunto de iniciativas que podem melhorar a economia do país: "Este país da África Austral está a dar prioridade do desenvolvimento de projetos de gás natural, iniciando o lançamento de investimentos em infraestruturas com o objetivo de utilizar este recurso como uma solução para a geração de energia", concluiu.
