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Domingo, 20 Março 2022 20:11

Graça Campos diz que se depender de Vera Daves o caminho do 1° de Agosto não terá volta

Graça Campos, jornalista angolano, disse que Vera Daves, "a nossa dama de ferro", não havendo correspondente feminino para o masculino "tê-los no lugar", o mais próximo e elegante que se pode dizer da ministra Vera Daves de Sousa é que se trata de uma mulher de fibra, corajosa.

Segundo o analista, depois de, em Dezembro passado, Vera Daves haver imputado ao seu superior hierárquico, o Titular do Poder Executivo, a agressões sistémicas à Lei da Contratação Pública, o que resultava em benefício para um pequeno número de entidades privadas, a jovem ministra acaba de secar a teta que, durante anos a fio, encheu as panças e engordou contas bancárias, em Angola e no exterior, às costas do 1° de Agosto, o clube central das Forças Armadas Angolanas.

Sem qualquer colete à prova de bala, disse, a destemida ministra enfrentou as mais altas “bissapas” das FAA e do próprio Ministério da Defesa, para quem o 1° de Agosto deveria continuar a ser o imenso sorvedouro de dinheiro buraco que é desde a sua fundação, há 45 anos.

Refere Graças Campos que, apesar do ranger de dentes de generais, "muito mal habituados" aos milhões que o Estado despejava no clube, a ministra bateu o pé e o orçamento mensal de 800 milhões de kwanzas com que generais sustentavam a farra foi drasticamente reduzido para 200 milhões.

Decidida a gerir o erário com bastante parcimónia, observa, além de reduzir a "cinzas" o orçamento a que os generais estavam habituados, a ministra já advertiu a quem de direito que mesmo os "míseros" 200 milhões/mês não serão doados indefinidamente. Por outras palavras, Vera Daves disse aos generais para começarem a bater latas em outras freguesias.

"Quando Vera Daves nasceu, no dia 18 de Maio de 1983, o 1° de Agosto já existia há 6 anos. Mas apesar da diferença de idade, é pelas mãos da "imberbe" Vera Daves que o glorioso clube das Forças Armadas começa a ensaiar os seus primeiros estertores", disse, acrescentando que, se depender exclusivamente da ministra, o caminho do 1° de Agosto não terá volta.

Nomeada ministra das Finanças em Outubro de 2019, por sugestão do seu antecessor Archer Mangueira, de quem foi secretária de Estado para as Finanças e Tesouro, realça, Vera Daves tem-se multiplicado em esforços para a utilização racional do dinheiro público.

Disse ainda Graça Campos que, ao tempo em que ainda era secretária de Estado, Vera Daves criou arrepios ao país quando revelou que 25% da dívida pública era resultante de serviços não prestados ao Estado.
"Pode ser prematura a comparação, mas o Executivo de João Lourenço tem na jovem Vera Daves a sua (dama de ferro)".

Afirmou por outra que antes dos generais do 1° de Agosto, diversas outras entidades, colectivas e individuais, já saíram do edifício do Ministério das Finanças a "espumar" e a praguejar contra a ministra. "Ora porque ela não lhes reconheceu a dívida que muitos foram cobrar, ora porque viram recusados os pedidos de reforço de verbas".

A título de exemplo, o jornalista aponta para o Provedor de Justiça, falecido Carlos Alberto Ferreira como uma das individualidades que saiu do Ministério das Finanças a vociferar após a ministra lhe haver recusado recursos extraordinários que teriam sido autorizados pelo Presidente da República.

Afirma também que depois de mal sucedidas nas tentativas de ressarcimento por serviços que o Estado não reconhece, algumas empresas recorrem, agora, a jornalistas para pressionar o Ministério das Finanças e e outras entidades empresariais públicas.

"A falecida primeira-ministra britânica, Margareth Thatcher deve o apelido de "dama de ferro" por causa das profundas transformações económicas e o seu forte estilo de liderança", conta.

Para Campos, se sobreviver às pragas e invejas e, sobretudo, se o Presidente João Lourenço relevar o desconforto que ela lhe causou em Dezembro, Vera Daves pode ser uma verdadeira dama de ferro das finanças angolanas que carecem, há muito, de um pulso que resista às pressões da Presidência da República e aos bilhetinhos do "Kremlin".

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