Falando à RNA, a governante disse desconhecer até o momento os motivos de o atleta não ter embarcado, uma vez ter-se reunido na quarta-feira com os presidentes da Federação Angolana de Futebol e do 1º de Agosto para resolução do assunto.
Durante o encontro com os presidentes Artur Almeida e Silva e Carlos Hendrick, a posição do ministério foi que o jogador Capita devia viajar, já que não havia nenhum documento oficial que o impedia.
Segundo Ana Paula do Sacramento Neto, a FAF tinha o despacho de saída passado pelo ministério, por isso o órgão reitor para o futebol tinha toda legitimidade para colocar o futebolista no avião.
Em virtude do acontecimento, a dirigente realçou que a FAF deve dar uma explicação à sociedade do que se passou, ou seja os reais motivos que estiveram no impedimento de o jovem viajar.
Disse ser prematuro tomar uma decisão agora. “Temos um gabinete jurídico, vamos nos reunir com todos os envolvidos e depois ver o que fazer”, adiantou.
Soube-se igualmente que o jogador foi impedido com base num documento do Ministério do Interior (datado de 23 de Setembro do corrente) ), enviado aos Serviços de Investigação Criminal (SIC), Migração e Estrangeiro (SME) e direcção do aeroporto para segurança que atestava sobre a ilegalidade do mesmo se deslocar para fora do país.
Em reacção, Hilário Capemba, o irmão mais velho de Capita, diz que o jovem merecia o prémio de estar no mundial, por tudo que fez no campeonato africano em Abril deste ano na Tanzânia, onde foi o melhor marcador, com quatro golos.
Segundo disse, independentemente do problema com o 1º de Agosto, o Capita devia fazer parte da selecção, por estar a representar o país e não o clube.
“Deixem o miúdo fazer o que ele mais gosta, que é jogar futebol”, referiu o irmão, que se mostrou insatisfeito com a passividade da FAF.
O avançado Capita foi quarta-feira à noite impedido de viajar com a selecção nacional para o Brasil, onde Angola vai competir no Campeonato do Mundo de futebol em Sub-17, a disputar-se de 26 de Outubro a 17 de Novembro.
Concentrado no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro com o grupo, o atleta viu-se impedido de viajar por indisciplina, de acordo com o presidente do clube 1º de Agosto Carlos Hendrick.
O responsável alega que a integração do atleta de 17 anos na selecção nacional seria demonstração de fraca autoridade da colectividade e abriria precedente relativamente aos restantes jogadores.
De acordo com o dirigente, tendo se recusado a jogar no Girabola2019 e nas Afrotaças, o atleta cometeu um acto de indisciplina, agravado com a sua saída da academia sem autorização.
Suspenso pelo clube “militar”, ainda assim, Capita foi convocado para a selecção nacional pelo técnico Pedro Gonçalves, tendo feito parte dos treinos.
Sobre a questão, o presidente da Federação Angolana de Futebol, Artur de Almeida e Silva, afirmou que, num encontro, antes da hora do embarque, o 1º de Agosto assumiu a retirada do atacante do combinado nacional junto do Ministério da Juventude e Desportos.
O jogador, com quatro golos, foi o melhor marcador da selecção Sub-17 no Campeonato Africano da categoria, que se disputou em Abril deste ano na Tanzânia, prova em que Angola ficou na terceira posição e obteve o passe para o mundial do Brasil.