Quinta, 28 de Março de 2024
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Domingo, 25 Outubro 2020 21:38

João Lourenço mantém silêncio sobre jornalistas detidos em Luanda

O Presidente de Angola, João Lourenço, mantém-se em silêncio perante a situação de três jornalistas detidos, no sábado, durante uma manifestação. Os jornalistas estão a acompanhar um protesto organizado pela sociedade civil para exigir melhores condições de vida.

A polícia carregou sobre os manifestantes e deteve várias dezenas de pessoas, entre elas seis jornalistas. Três foram libertados, mas os outros continuam numa esquadra. Emídio Fernando, diretor da Rádio Essencial, revelou este domingo à tarde que as autoridades se mantêm em silêncio.

"Não nos dão qualquer tipo de informação. Tenho a certeza que três são meus, da Rádio Essencial, mais um motorista e esses continuam detidos desde as 10h de ontem sem qualquer acusação formal, sem alguém que nos informe porque é que eles continuam detidos", explicou à TSF Emídio Fernando.

O presidente do Sindicato dos Jornalistas, Teixeira Cândido, explicou, em declarações à Rádio Essencial, que estas situações são recorrentes em Angola.

"Estavam a exercer a liberdade de imprensa, tal como prevê a Constituição, a lei de imprensa e todas as outras leis. A polícia nacional tem feito, recorrentemente, detenções de jornalistas quando estes cobrem manifestações. O Sindicato dos Jornalistas Angolanos já reuniu com o comando provincial da polícia nacional há quase um ano para contestar esta postura e solicitar que pare de ter estes comportamentos", revelou Teixeira Cândido

Teixeira Cândido garante que tudo tem feito para impedir a detenção de jornalistas, mas a situação é recorrente. A organização Amigos de Angola pediu ao Presidente João Lourenço, este domingo à tarde, para libertar todos os que foram detidos no sábado.

Num comunicado divulgado em Luanda, a ONG defende que as detenções foram ilegais porque a manifestação estava de acordo com a Constituição angolana. A Amigos de Angola pediu ainda a abertura de uma investigação para levar à Justiça os responsáveis pela violação dos direitos dos manifestantes.

TSF

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