A companhia angolana Isabel dos Santos foi retirada, pela revista Forbes, da lista de bilionários de África, na sequência da queda da sua fortuna de 2,3 para 2,2 milhões de Dólares americanos (1,4 bilhões de Kwanzas) , em Janeiro de 2020.
Um ano depois, propagam-se ondas de choque do Luanda Leaks. Há mistérios por resolver. A velocidade e o alcance do impacto do Luanda Leaks foram grandes até para os padrões do ICIJ, sigla inglesa pela qual é conhecido o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação.
Isabel dos Santos terá começado por vender o carro e, com 30 mil dólares no bolso, comprou dois camiões em segunda mão. Ao mesmo tempo, o seu sócio, um amigo que estudou nos Estados Unidos, alugou um armazém para a empresa de distribuição de bebidas dos dois. Importaram um sistema da Motorola baseado em walkie-talkies para controlar as encomendas.
Para Isabel dos Santos, o arresto foi uma surpresa nas suas viagens entre o Dubai, Londres e Barcelona nos preparativos da festa de fim do ano. Para João Lourenço, foi uma forma de conseguir a “paralisação dos negócios de Isabel dos Santos, que assim ficou sem meios financeiros para um eventual apoio a opositores do Presidente”.